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Crédito cresce, juros resistem, e famílias se afundam
Publicado 28/07/2025 • 16:17 | Atualizado há 1 dia
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KEY POINTS
Muitos clientes de coaching não sabiam que os consultores financeiros cobram uma porcentagem do seu dinheiro, geralmente 1% do seu portfólio anualmente.
Reprodução Pexels
Em semana de COPOM, cabe discutir crédito
Desde setembro de 2024, o Banco Central reverteu o ciclo de cortes e iniciou uma sequência agressiva de aumentos na taxa Selic, que saltou de 10,5% para os atuais 15% ao ano em sete decisões consecutivas do Copom.
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Foram 7 altas acumulando 4,5 pontos percentuais, com intensidade variável — de 0,25 a 1,0 p.p. — refletindo a tentativa de reancorar expectativas inflacionárias, conter o crédito às famílias e responder à deterioração fiscal. A política monetária, agora contracionista em grau máximo, busca não só reduzir a inflação, mas também preservar a credibilidade do regime de metas.
TABELA 1 – Reuniões do COPOM e taxas SELIC
Data da decisão | Nova Selic (%) | Variação (p.p.) |
18/09/2024 | 10,75 | +0,25 |
06/11/2024 | 11,25 | +0,50 |
11/12/2024 | 12,25 | +1,00 |
29/01/2025 | 13,25 | +1,00 |
19/03/2025 | 14,25 | +1,00 |
07/05/2025 | 14,75 | +0,50 |
18/06/2025 | 15,00 | +0,25 |
O crédito continua crescendo no Brasil. Mas serve a quem?
O saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 6,7 trilhões em junho. Alta de 0,5% no mês, mas nos últimos 12 meses desacelerou para 10,7% contra alta de 11,8% em maio. Para pessoas físicas desacelerou para 11,9% contra alta de 12,4% em maio. Para pessoas jurídicas desacelerou para 8,8% contra alta de 10,9% em maio.
Por que esse desempenho? A resposta está na natureza do sistema: há demanda por crédito, sim, mas mais por necessidade do que por expansão econômica. Com renda comprimida, juros altos e inadimplência crescente, as famílias recorrem ao crédito como tábua de salvação. Já as empresas, diante de um cenário macro ainda incerto e custo de capital elevado, pisam no freio.
Saldo de Crédito, com recursos, Ampliado e Livre
O crédito ampliado abrange tudo: operações livres, direcionadas, externas e títulos. O crédito livre, por sua vez, é aquele em que os bancos têm autonomia total sobre taxas e destinação.
Como mostra a ARTE 1, esse crescimento está fortemente puxado pelas famílias (R$ 4,5 tri), que continuam ampliando seu endividamento, enquanto as empresas (R$ 6,6 tri) avançam com mais cautela.
O saldo de crédito ampliado às famílias já soma R$ 4,5 trilhões, com crescimento de 0,4% em um mês e 11,9% em 12 meses. No caso das empresas, o crédito ampliado soma R$ 6,6 tri, mas teve queda de 0,6% no mês, com crescimento de 9,1% em 12 meses.
O crédito livre às famílias está em R$ 2,3 tri e o crédito livre às empresas está em R$ 1,6 tri com crescimento em ambos quer seja no mês como acumulado em 12 meses.
ARTE 1 – Crédito Ampliado e Crédito Livre: famílias vs empresas
Juros continuam altos e spreads seguem impunes
A taxa média de juros no sistema está em 31,5% a.a., com 36,3% a.a. para famílias e 21,2% a.a. para empresas. O crédito livre às famílias chega a 58,3% a.a. — mesmo com inadimplência relativamente controlada, o spread bancário continua em 20,4 pontos percentuais.
Em outras palavras, o custo do dinheiro segue desproporcionalmente alto. E esse custo recai sobre o lado mais frágil da relação: o tomador.
ARTE 2 – Taxa média de juros
Inadimplência
A inadimplência total no sistema chegou a 3,6% em junho.
No crédito livre, esse número sobe para 5,0%. E no caso das famílias, atinge 6,3%, com alta de 0,8 ponto percentual em 12 meses. No caso das empresas chega a 3,1%.
A ARTE 3 mostra esse avanço ao lado de um dado ainda mais preocupante: o comprometimento da renda das famílias alcançou 27,8%, e o endividamento total chegou a 49,0%.
ARTE 3 – Inadimplência e saúde financeira das famílias
Ou seja, quase um terço da renda familiar já está comprometida com dívidas, e quase metade das famílias apresenta endividamento. Isso não é dinamismo do crédito — é fragilidade social sendo monetizada.
O crédito cresce, mas também comprime
Mais crédito, sim. Mas também mais inadimplência, mais endividamento e mais dependência. O sistema financeiro continua lucrando com a fragilidade da população — e o Estado ainda incentiva. Os mesmos protagonistas de “Gasto é vida” proclamam “Credito é vida” O crédito deveria ser instrumento de mobilidade e investimento. No Brasil, virou alívio momentâneo para famílias asfixiadas, e um ciclo vicioso que só favorece quem empresta.
O que parece expansão, pode ser só um alerta.
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