CNBC
Lideranças femininas podem trazer mais inovação para empresas, diz executiva da VR.

CNBC Concorrência por talentos eleva salários e bônus em escritórios de gestão familiar

Tarifas do Trump

Estudo da FGV mostra que impacto do tarifaço varia entre regiões e pode acentuar desigualdades

Publicado 01/08/2025 • 15:21 | Atualizado há 18 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A adoção de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre a maioria dos produtos exportados pelo Brasil não terá efeitos homogêneos entre as regiões do país, segundo um estudo da FGV.
  • Segundo o levantamento, o impacto regional será determinado por fatores como o peso das exportações aos EUA na economia local, o tipo de bem exportado e o perfil da mão de obra envolvida.

Daniel Torok/Casa Branca/Flickr.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

A adoção de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre a maioria dos produtos exportados pelo Brasil não terá efeitos homogêneos entre as regiões do país. A conclusão está em um estudo conduzido pelos pesquisadores Flávio Ataliba Barreto e Thiago Freitas, da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), com foco nos impactos regionais da medida.

Segundo o levantamento, o impacto regional será determinado por fatores como o peso das exportações aos EUA na economia local, o tipo de bem exportado e o perfil da mão de obra envolvida.

Barreto explicou que regiões que concentram sua pauta exportadora em produtos de baixo valor agregado e com uso intensivo de trabalho pouco qualificado tendem a sentir mais os efeitos da nova tarifa.

Leia mais:

Trump pressiona farmacêuticas por corte de preços e impõe prazo até setembro

Indústria do alumínio estima prejuízo de R$ 1 bilhão com tarifa dos EUA

Diferenças entre regiões

O estudo analisou dois cenários: um inicial, sem qualquer isenção tarifária, e outro posterior, que considera a lista de produtos excluídos da alíquota de 50%, divulgada pela Casa Branca no fim de julho.

No primeiro cenário, o Nordeste aparece como a região mais vulnerável. Produtos como frutas frescas, pescados, calçados e têxteis estão entre os principais itens da pauta regional e permaneceram sujeitos à nova tarifa. De acordo com o estudo, esses setores operam com margens estreitas e geram ocupação em regiões de baixa renda e informalidade elevada.

A situação do Norte também é considerada delicada. O Amazonas, com suas exportações ligadas à Zona Franca de Manaus, e estados como o Amapá e o Acre, com pautas voltadas a produtos florestais e minerais, permanecem expostos à medida.

No Sul, a maior parte da pauta exportadora está concentrada em calçados, móveis e bens industriais, setores que também ficaram de fora das isenções. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram os menores percentuais de produtos isentos da nova alíquota.

O Sudeste, apesar de concentrar o maior volume de exportações para os EUA, tem economia mais diversificada. O Rio de Janeiro foi beneficiado pelas isenções, principalmente devido à inclusão do petróleo leve na lista. Já São Paulo, com foco em manufaturas e bens industriais, manteve ampla exposição às tarifas.

O Centro-Oeste foi identificado como a região menos afetada. A pauta exportadora é baseada em commodities agroindustriais como carnes e celulose, produtos contemplados nas isenções. A baixa dependência dos EUA e a diversificação dos destinos comerciais explicam a menor vulnerabilidade da região.

Recomendações

Os autores recomendam políticas públicas regionais para mitigar os impactos. Barreto defendeu a criação de um mecanismo de compensação fiscal direcionado a setores mais afetados. Também propôs o fortalecimento de estratégias de diversificação de mercados e reconversão produtiva regional.

Para os pesquisadores, medidas de curto prazo devem ser acompanhadas de ações estruturais que ampliem a resiliência econômica das regiões mais vulneráveis, reforçando que a desigualdade regional na resposta ao tarifaço reforça a necessidade de integrar a dimensão territorial à política comercial brasileira.

📌ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Tarifas do Trump