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Falsas promessas do ‘Autopilot’: Tesla é processada por acidente fatal

Publicado 10/12/2024 • 08:06

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A Tesla está sendo processada pela família de Genesis Giovanni Mendoza-Martinez, motorista que faleceu em um acidente em 2023.
  • A ação alega que a “representação fraudulenta” da tecnologia Autopilot teria sido a causa do incidente.
  • Mendoza-Martinez morreu na colisão envolvendo um sedan Model S em Walnut Creek, na Califórnia.

Pixabay

A Tesla está sendo processada pela família de Genesis Giovanni Mendoza-Martinez, motorista que faleceu em um acidente em 2023. A ação alega que a “representação fraudulenta” da tecnologia Autopilot teria sido a causa do incidente.

Mendoza-Martinez morreu na colisão envolvendo um sedan Model S em Walnut Creek, na Califórnia. Seu irmão, Caleb, que era passageiro no momento do acidente, ficou gravemente ferido.

A família Mendoza entrou com o processo contra a Tesla em outubro, no condado de Contra Costa, mas, recentemente, a empresa conseguiu transferir o caso para a Justiça Federal no Distrito Norte da Califórnia. Casos de fraude geralmente exigem um padrão de prova mais rigoroso em tribunais federais.

O caso

O acidente envolveu um Model S 2021 que colidiu com um caminhão de bombeiros estacionado enquanto o Autopilot, sistema de direção semiautônoma da Tesla, estava ativado.

Os advogados da família Mendoza alegam que Tesla e Elon Musk exageraram ou fizeram falsas declarações sobre o Autopilot ao longo dos anos para “gerar entusiasmo pelos veículos da empresa e, assim, melhorar sua condição financeira”.

Eles citaram postagens no blog da empresa, entrevistas à imprensa, declarações em chamadas de resultados e tweets como exemplos.

Por outro lado, os advogados da Tesla alegam que os “atos negligentes e/ou omissões” do motorista foram a causa do acidente. Eles também declararam que qualquer confiança nas afirmações feitas pela Tesla “não foi um fator significativo” para os danos sofridos pelo motorista ou pelo passageiro.

A defesa também declarou que os carros e sistemas da empresa possuem “design razoavelmente seguro”, em conformidade com leis estaduais e federais.

Nem Tesla nem os representantes da família Mendoza comentaram publicamente sobre o caso.

Outros processos e investigações

Atualmente, existem pelo menos 15 processos ativos contra a Tesla envolvendo casos semelhantes, nos quais o Autopilot ou o FSD (Full Self-Driving) estava ativado antes de acidentes fatais ou com ferimentos. Três desses casos foram movidos para tribunais federais.

O FSD é a versão premium do sistema semiautônomo da Tesla, oferecida como uma assinatura mensal ou por pagamento único. O Autopilot, por sua vez, é padrão em todos os veículos novos da empresa.

O acidente envolvendo Mendoza-Martinez também faz parte de uma investigação mais ampla conduzida pela Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário dos EUA (NHTSA), iniciada em agosto de 2021. Durante essa investigação, a Tesla implementou atualizações de software via internet para ajustar seus sistemas.

Além disso, a NHTSA abriu uma segunda investigação para avaliar se a solução da Tesla para problemas do Autopilot envolvendo veículos de emergência estacionados foi eficaz. A agência também advertiu a Tesla sobre possíveis postagens enganosas em redes sociais, que poderiam levar motoristas a acreditar que os carros da empresa são robotáxis.

A Tesla também enfrenta um processo do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia, que acusa a empresa de propaganda enganosa em relação às capacidades do Autopilot e do FSD.

Promessas não cumpridas

Elon Musk continua promovendo o FSD e, recentemente, incentivou seus mais de 206,5 milhões de seguidores na rede X (antigo Twitter) a demonstrarem o sistema a amigos, dizendo que ele “parece mágica”.

Desde 2014, Musk promete que os carros da Tesla serão capazes de dirigir de forma totalmente autônoma, sem intervenção humana. Apesar de apresentar conceitos como o CyberCab, um veículo autônomo de dois lugares, a empresa ainda não produziu nenhum robotáxi.

Enquanto isso, concorrentes como WeRide e Pony.ai, na China, e Waymo, da Alphabet, nos EUA, já operam frotas comerciais de robotáxis.

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