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Selic parada, Copom alerta: quando cortar é mais arriscado que manter
Publicado 05/08/2025 • 13:54 | Atualizado há 3 semanas
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Publicado 05/08/2025 • 13:54 | Atualizado há 3 semanas
KEY POINTS
A decisão foi manter a Selic em 15% ao ano. Mas a ata do Copom vai além: confirma que a política monetária seguirá significativamente contracionista por período bastante prolongado. Não é só por prudência. É porque o Brasil, de novo, parece caminhar para o pior dos mundos: uma inflação resistente com uma política fiscal frouxa. E agora, com os Estados Unidos erguendo tarifas, até o externo virou risco inflacionário.
O Comitê não cortou os juros — e não há pressa para isso. A economia mostra sinais mistos: queda no crédito, inadimplência em alta, consumo mais fraco. Mas o mercado de trabalho ainda roda forte, com salários reais acima da produtividade. Essa inflexão de ciclo, com indicadores divergentes, é justamente quando errar custa caro.
Leia mais da coluna de Alberto Ajzental
O Copom quer mais tempo. Mais dados. Mais convicção. As projeções de inflação seguem acima da meta: 4,9% em 2025, 3,6% em 2026 e ainda 3,4% no início de 2027. A meta é 3%. O recado está dado: enquanto as expectativas seguirem desancoradas, os juros não cairão. O Comitê afirma que “seguirá vigilante” e que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
A ata é explícita: o esforço fiscal perdeu fôlego. O Comitê fala em “esmorecimento das reformas”, “incerteza sobre a estabilização da dívida” e “aumento de crédito direcionado”. Todos fatores que elevam a taxa de juros neutra — aquela que não aquece nem esfria a economia. Traduzindo: o governo está pressionando a inflação e exigindo uma Selic mais alta para contê-la.
A política monetária opera sozinha. Isso reduz sua potência e aumenta seu custo — mais desemprego, mais crédito caro, menos crescimento. A frase usada é técnica, mas precisa: impactos deletérios sobre a potência da política monetária. O BC está dizendo, com todas as letras, que o fiscal sabota o monetário.
Pela primeira vez desde o início das tensões comerciais com os EUA, o Copom dedica um parágrafo inteiro — o sexto — às tarifas. A avaliação é clara: o impacto setorial já é certo, mas o impacto agregado ainda é incerto, e dependerá da evolução das negociações. O risco não está apenas nos preços, mas na confiança. Tarifas podem pressionar o câmbio, desancorar expectativas e obrigar o BC a manter os juros altos por ainda mais tempo.
Enquanto Brasília encara o tarifaço como palco para retórica política, o BC trata como choque de risco. E responde com mais cautela.
Do lado da demanda, há sinais de desaceleração: concessões de crédito caem, juros sobem, inadimplência aperta. As famílias pagam mais dívidas do que contratam. Mas a outra perna da demanda — o emprego — resiste. O desemprego está em mínimas históricas, e a renda segue em alta real. Resultado: a inflação de serviços, a mais difícil de conter, não cede.
Por isso, os núcleos de inflação continuam elevados. E o BC insiste: será necessário manter os juros altos por mais tempo para reequilibrar oferta e demanda.
A interrupção do ciclo de alta não é sinônimo de conforto. O Comitê segue vigilante. E manda um recado sutil, mas firme: se as expectativas não se ancorarem, se o fiscal não melhorar, se o câmbio disparar, “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
O Brasil vive um momento de ambiguidade econômica. Mas o BC optou pela clareza. A Selic está em 15%. E continuará assim até que a inflação volte para a meta — ou até que alguém além do Copom comece a fazer sua parte.
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