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Balança resiste, mas China pesa no freio
Publicado 07/08/2025 • 21:35 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 07/08/2025 • 21:35 | Atualizado há 6 horas
Navio de carga chegando no porto de São Francisco, nos Estados Unidos.
Unsplash
Em julho de 2025, o Brasil exportou US$ 32,31 bilhões e importou US$ 25,24 bilhões, registrando um superávit comercial de US$ 7,1 bilhões. A corrente de comércio do mês somou US$ 57,5 bilhões, com alta de 6,3% frente a julho do ano anterior — reflexo de um dinamismo maior no consumo interno do que na demanda externa. As exportações cresceram apenas 4,8% na comparação interanual, enquanto as importações subiram 8,4%. O saldo foi salvo, mais uma vez, pelo peso da agroindústria e da indústria de transformação — enquanto o ritmo das vendas para a Ásia deu sinais claros de arrefecimento.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Brasil exportou US$ 198,01 bilhões e importou US$ 161,03 bilhões, gerando um superávit de US$ 36,98 bilhões. A corrente de comércio totalizou US$ 359,04 bilhões, com alta de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento existe — mas vem do lado errado: o dinamismo está mais na importação do que na capacidade exportadora.
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A indústria de transformação foi o setor que segurou a balança no ano. As exportações de carne bovina cresceram 31% (US$ 1,92 bi), veículos de passageiros avançaram 64,6% (US$ 1,38 bi) e ouro, 64,5% (US$ 1,29 bi). Também se destacaram alumina (US$ 0,61 bi) e caminhões (US$ 0,46 bi). Enquanto isso, a indústria extrativa e a agropecuária recuaram. Esse deslocamento é positivo — indica agregação de valor — mas ainda insuficiente para compensar o peso perdido das commodities.
O crescimento das importações foi puxado por insumos industriais e bens de capital. Plataformas flutuantes (+884%, US$ 2,63 bi), motores e máquinas não elétricos (+33%, US$ 1,53 bi) e fertilizantes (+20%, US$ 1,34 bi) lideraram a alta. No setor agrícola, aumentaram as compras de cacau (+314%), borracha, milho e até café — o que revela o avanço da transformação industrial e da agroindústria. Um perfil típico de países em reindustrialização — ou tentando sê-lo.
Nas exportações, o destaque foi a América do Sul (+20,6%), com forte recuperação argentina (+53,2%, US$ 3,7 bi). Europa (+6,8%) e Estados Unidos (+4,2%) também cresceram. Em contrapartida, a Ásia caiu 5,7%, e o Oriente Médio, 18,5%. Só a China comprou US$ 4,1 bilhões a menos no ano (queda de 6,7%) — uma reversão significativa da tradicional âncora comercial brasileira.
Se as exportações para a Ásia recuaram, as importações vindas de lá dispararam: +17%, puxadas por China (+20%, US$ 6,9 bi), Índia (+24%) e Japão (+21%). A América do Norte também teve papel relevante: as importações dos Estados Unidos cresceram 12,6%, somando US$ 2,9 bilhões adicionais no ano — como se até houvesse reforço e reaproximação industrial e tecnológica com Washington. Compras da Europa também subiram (+3,8%). Já a América do Sul foi na direção contrária: queda de 5,6%.
No agregado, a corrente de comércio no acumulado do ano cresceu 3,6%, o que revela, ao mesmo tempo, o fortalecimento da integração tecnológica com Ásia e EUA, mas também a ampliação da dependência de bens industriais e insumos estratégicos.
A balança comercial brasileira segue superavitária, mas seu equilíbrio está mais frágil. O desempenho exportador desacelera, especialmente para a Ásia — nossa principal fonte de demanda externa nas últimas décadas. As importações sobem, puxadas por indústria e tecnologia, o que pode ser lido como sinal de dinamismo... ou de vulnerabilidade. Em ambos os casos, a conclusão é a mesma: não dá mais para contar só com o vento da China.
Além disso, a previsão do MDIC para o superávit da balança comercial em 2025 foi revisada para baixo, com uma queda de 32% em relação a 2024, alcançando US$ 50,4 bilhões. A estimativa inicial era de US$ 70,2 bilhões, e o superávit de 2024 foi US$ 74,2 bilhões. Essa nova projeção reflete dois movimentos simultâneos: a queda nos preços das commodities e o aumento das importações, impulsionado pelo crescimento da economia brasileira.
A revisão para baixo da projeção também considera o enfraquecimento da demanda global e os impactos de medidas tarifárias internacionais sobre o comércio.
A próxima atualização das projeções do MDIC está prevista para outubro — e poderá vir com novos cortes.
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