Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Balança resiste, mas China pesa no freio
Publicado 07/08/2025 • 21:35 | Atualizado há 3 semanas
Trump pede demissão de Lisa Monaco, presidente de assuntos globais da Microsoft
Mercados não seriam afetados se Trump demitir Lisa Cook, afirma Departamento de Justiça à Suprema Corte
Accenture prioriza IA e planeja desligar funcionários que não se adaptarem
Claire’s em crise: conheça a empresa que está conduzindo sua reformulação
Google mudou de um baluarte de informações precisas para um defensor da livre expressão
Publicado 07/08/2025 • 21:35 | Atualizado há 3 semanas
Navio de carga chegando no porto de São Francisco, nos Estados Unidos.
Unsplash
Em julho de 2025, o Brasil exportou US$ 32,31 bilhões e importou US$ 25,24 bilhões, registrando um superávit comercial de US$ 7,1 bilhões. A corrente de comércio do mês somou US$ 57,5 bilhões, com alta de 6,3% frente a julho do ano anterior — reflexo de um dinamismo maior no consumo interno do que na demanda externa. As exportações cresceram apenas 4,8% na comparação interanual, enquanto as importações subiram 8,4%. O saldo foi salvo, mais uma vez, pelo peso da agroindústria e da indústria de transformação — enquanto o ritmo das vendas para a Ásia deu sinais claros de arrefecimento.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Brasil exportou US$ 198,01 bilhões e importou US$ 161,03 bilhões, gerando um superávit de US$ 36,98 bilhões. A corrente de comércio totalizou US$ 359,04 bilhões, com alta de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento existe — mas vem do lado errado: o dinamismo está mais na importação do que na capacidade exportadora.
Leia mais artigos da coluna No Radar por Alberto Ajzental
A indústria de transformação foi o setor que segurou a balança no ano. As exportações de carne bovina cresceram 31% (US$ 1,92 bi), veículos de passageiros avançaram 64,6% (US$ 1,38 bi) e ouro, 64,5% (US$ 1,29 bi). Também se destacaram alumina (US$ 0,61 bi) e caminhões (US$ 0,46 bi). Enquanto isso, a indústria extrativa e a agropecuária recuaram. Esse deslocamento é positivo — indica agregação de valor — mas ainda insuficiente para compensar o peso perdido das commodities.
O crescimento das importações foi puxado por insumos industriais e bens de capital. Plataformas flutuantes (+884%, US$ 2,63 bi), motores e máquinas não elétricos (+33%, US$ 1,53 bi) e fertilizantes (+20%, US$ 1,34 bi) lideraram a alta. No setor agrícola, aumentaram as compras de cacau (+314%), borracha, milho e até café — o que revela o avanço da transformação industrial e da agroindústria. Um perfil típico de países em reindustrialização — ou tentando sê-lo.
Nas exportações, o destaque foi a América do Sul (+20,6%), com forte recuperação argentina (+53,2%, US$ 3,7 bi). Europa (+6,8%) e Estados Unidos (+4,2%) também cresceram. Em contrapartida, a Ásia caiu 5,7%, e o Oriente Médio, 18,5%. Só a China comprou US$ 4,1 bilhões a menos no ano (queda de 6,7%) — uma reversão significativa da tradicional âncora comercial brasileira.
Se as exportações para a Ásia recuaram, as importações vindas de lá dispararam: +17%, puxadas por China (+20%, US$ 6,9 bi), Índia (+24%) e Japão (+21%). A América do Norte também teve papel relevante: as importações dos Estados Unidos cresceram 12,6%, somando US$ 2,9 bilhões adicionais no ano — como se até houvesse reforço e reaproximação industrial e tecnológica com Washington. Compras da Europa também subiram (+3,8%). Já a América do Sul foi na direção contrária: queda de 5,6%.
No agregado, a corrente de comércio no acumulado do ano cresceu 3,6%, o que revela, ao mesmo tempo, o fortalecimento da integração tecnológica com Ásia e EUA, mas também a ampliação da dependência de bens industriais e insumos estratégicos.
A balança comercial brasileira segue superavitária, mas seu equilíbrio está mais frágil. O desempenho exportador desacelera, especialmente para a Ásia — nossa principal fonte de demanda externa nas últimas décadas. As importações sobem, puxadas por indústria e tecnologia, o que pode ser lido como sinal de dinamismo... ou de vulnerabilidade. Em ambos os casos, a conclusão é a mesma: não dá mais para contar só com o vento da China.
Além disso, a previsão do MDIC para o superávit da balança comercial em 2025 foi revisada para baixo, com uma queda de 32% em relação a 2024, alcançando US$ 50,4 bilhões. A estimativa inicial era de US$ 70,2 bilhões, e o superávit de 2024 foi US$ 74,2 bilhões. Essa nova projeção reflete dois movimentos simultâneos: a queda nos preços das commodities e o aumento das importações, impulsionado pelo crescimento da economia brasileira.
A revisão para baixo da projeção também considera o enfraquecimento da demanda global e os impactos de medidas tarifárias internacionais sobre o comércio.
A próxima atualização das projeções do MDIC está prevista para outubro — e poderá vir com novos cortes.
__
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Grupo Boticário se posiciona após citação de franqueado em operação da Receita contra PCC
Retorno de Jimmy Kimmel pós-suspensão atrai três vezes mais telespectadores
EXCLUSIVO: ‘Outra proposta do BRB pelo Master provavelmente seria aprovada’, diz presidente do Cade
Da febre ao cansaço? Pop Mart comemora queda nos preços de revenda do Labubu
Brasil registra déficit de US$ 4,7 bilhões nas contas externas em agosto