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IPCA de julho desacelera no ano, mas a conta de luz acende alerta para setembro

Publicado 12/08/2025 • 21:01 | Atualizado há 18 horas

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Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

Taxas de juros.

Taxas de juros.

Unsplash.

Julho trouxe um respiro tímido para a inflação, mas não sem deixar um aviso luminoso no horizonte. O IPCA avançou 0,26%, acima dos 0,24% de junho, interrompendo quatro meses de recuo desde o pico de 1,31% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, como o atual 0,26% substitui o 0,38% de julho do ano passado, o índice caiu de 5,35% para 5,23% — ainda acima do teto da meta de 4,5%.

Energia elétrica puxa o índice — e deve pesar mais à frente

O maior impacto individual veio da energia elétrica, com alta de 3,04% e contribuição de 0,12 p.p. O reajuste de concessionárias em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, somado à bandeira vermelha patamar 1, elevou a conta de luz e fez do grupo Habitação (0,91%) o líder do mês. No acumulado do ano, a energia elétrica residencial já sobe 10,18% — maior avanço para janeiro-julho desde 2018 — e, em 12 meses, está 7,27% mais cara.

O pior ainda não entrou na conta: desde 27 de julho vigora a bandeira vermelha patamar 2, encarecendo em R$ 7,88 cada 100 kWh. Considerando o consumo médio residencial de 150 kWh (cerca de R$ 135,00), o acréscimo de R$ 11,81 elevará a conta para R$ 146,81 — alta de 8,75%. O impacto potencial sobre o IPCA é de 0,13 p.p., devendo aparecer com força nos dados de setembro. Parte desse peso será compensada pelo crédito do “Bônus de Itaipu” nas faturas de agosto.

Transportes e passagens aéreas: alta de dois dígitos

O grupo Transportes acelerou de 0,27% para 0,35%, puxado pela disparada das passagens aéreas (+19,92%, impacto de 0,10 p.p.). Já os combustíveis recuaram (-0,64%), com quedas na gasolina (-0,51%), etanol (-1,68%), diesel (-0,59%) e GNV (-0,14%). No acumulado de 12 meses, combustíveis (+2,83%), gasolina (+2,82%), etanol (+3,26%) e GNV (+2,28%) não exercem pressão inflacionária relevante.

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Alimentação segue em queda, mas fora de casa encarece

Com maior peso no índice, Alimentação e bebidas recuou 0,27%, o segundo mês seguido de baixa. A alimentação no domicílio caiu 0,69%, pressionada por batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). A feira também ficou menos cara: cereais e legumes (-2,68%), tubérculos (-7,35%), hortaliças (-1,7%), carnes (-0,3%) e aves e ovos (-0,66%). Esses recuos devolvem parte dos aumentos acumulados nos últimos 12 meses, quando alimentos e bebidas sobem 7,44%, alimentação no domicílio 7,11%, carnes 23,34% e aves e ovos 10,51%.

Em contrapartida, comer fora continua mais caro: refeições (+0,44%) e lanches (+1,90%) subiram em julho. No acumulado de 12 meses, alimentação fora do domicílio está 8,31% mais cara.

Sensação de renda curta

Mesmo com deflação em alguns itens, os acumulados de 12 meses ainda são elevados. Não houve retorno aos preços antigos — e talvez não haja. O resultado é a percepção de perda de poder aquisitivo: para boa parte da população, o dinheiro continua curto.

Expectativa do mercado e política monetária

O Boletim Focus de 8 de agosto projeta IPCA de 5,05% para 2025, após 11 semanas seguidas de ajuste para baixo — ainda distante da meta de 3% e acima do teto de 4,5%. Com energia elétrica pressionada e tarifas externas (o tarifaço dos EUA) no horizonte, a desinflação pode perder ritmo no segundo semestre.

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