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Ainda no debate sobre o sistema de transmissão de energia brasileiro, Glauco Freitas, Country Manager da Hitachi Energy no Brasil, afirmou que uma das belezas brasileiras é o sistema interligado nacional (SIN).
“O sistema de transmissão de energia do Brasil é referência mundial, hoje 97% do país está interconectado, e agora em setembro o último estado, Roraima, será conectado ao sistema, e teremos 100%. Isso é o que todos os países buscam. Com mais de 85% da energia sendo gerada por fontes renováveis, a pergunta é: E agora? Pois bem, o Brasil cresceu, de 2020 para cá, a matriz energética cresceu 30%, e vai crescer mais 30% até 2034. Isso é possível desde que seja possível escoar energia para o país. Então existe a rede, nós precisamos reforça-la para permitir isso”, disse.
Miguel Setas, CEO da Motiva (ex-CCR), afirmou que o setor de transportes representa 11% das emissões nacionais, depois das duas maiores fontes de emissões, que são o desmatamento (49%) e o uso do solo (21%). “Nós temos uma grande oportunidade de virar o jogo”, disse.
“A maior floresta tropical está aqui, a maior biodiversidade e reserva de água potável está aqui no Brasil. E no transporte, uma grande oportunidade é reduzir a participação da matriz rodoviária, aumentando o uso de alternativas como o transporte ferroviário e o hidroviário, Então há um potencial imenso de melhora. Este desafio é um desafio sistêmico, da sociedade, que junta poder público, iniciativa privada, poder associativo”, completou.
Clarrisa Sodock falou também dos desafios enfrentados diante do aumento da geração solar e eólica no Nordeste, como o Curtailment, que é o corte de energia pelo operador do sistema, o que gera desperdício de geração.
“Há 20 anos a nossa matriz era hidrotérmica, o que exigia grandes linhas para levar energia ao país inteiro. Era mais simples de se operar. Hoje a gente tem uma matriz grande de eólico e solar, que levou muita geração para o Nordeste, mas o consumo é concentrado no sudeste, além da geração distribuída, que está no telhado das pessoas, o que gera uma complexidade muito maior”, completou.
“Não tenho dúvida que nós precisamos trazer a bateria para a nossa matriz, que hoje é mais intermitente e distribuída. E nós temos exemplos que podemos usar, exemplos de outros países, e que já estão funcionando. Nós já estamos discutindo o leilão de armazenamento, essa tecnologia já é usada no agronegócio, por exemplo em Luís Eduardo Magalhães (BA), que hoje sai mais barato do que construir um linhão até lá, então eu vejo a bateria como uma questão central para o país”, completou.
Clarissa Sadock, CEO Comerc Energia, afirmou que a Inteligência Artificial é muito importante para que o Brasil possa utilizar todo seu potencial de geração de energia limpa de uma forma produtiva e que gere maior valor agregado.
“A energia solar já é uma realidade no Brasil, e nós temos muito potencial para ampliar a geração e precisamos estimular também o consumo, trazer mais investimentos para o Brasil, mais data centers, para que nós podemos ter mais dessa indústria aqui”, disse.
“Nós do agro consideramos que a Lei do Licenciamento Ambiental foi muito apropriada, não concordamos que ela seja a ‘lei do desmatamento’, é um projeto que foi discutido por 20 anos, e não descumpre a Lei Ambiental Brasileira, que é uma das mais rigorosas do mundo, e agora esperamos que o Parlamento faça a sua vontade prevalecer na votação dos vetos”, afirmou Muni Lourenço, vice-presidente Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em sua primeira participação no painel 4.
Ainda segundo Lourenço, o agro brasileiro já contribui e pode aumentar sua participação na transição energética. “O grande potencial do agro brasileiro, aliado à estrutura regulatória e investimentos em P&D, podem consolidar o Brasil como centro global de energia renovável. O Brasil é destaque em etanol, biodiesel, biogas e biometano. Então o contexto favorece a interação do campo com a indústria, que proporciona benefícios para ambos os lados no que diz respeito a avanços duradouros da questão da sustentabilidade ambiental, nós sabemos que a produção brasileira é destaque e acreditamos que hoje o agro não produz só alimentos, fibras e insumos para indústria, mas produzimos também energia renovável, a partir de biomassa e subprodutos animais e vegetais”, avaliou.
Começa agora o painel 4: O Green Deal brasileiro – energia limpa e renovação industrial
Fim do painel 3.
Votaremos em breve com o Painel: O Green Deal brasileiro – energia limpa e renovação industrial
Discussão sobre hidrogênio verde, biocombustíveis, descarbonização da indústria e competitividade.
Glauco Freitas (Country Manager Director, Brasil, Hitachi Energy), Muni Lourenço (vice-presidente CNA) , Clarissa Sadock (CEO Comerc Energia) e Miguel Setas (CEO Motiva).
Augusto Neves Dal Pozzo, advogado e sócio fundador do escritório de advocacia Dal Pozzo, afirmou que o evento de hoje é muito importante pois é onde se aprofundam as discussões e realizam transformações na prática.
“Hoje o Brasil investe 2,2% do PIB em infraestrutura, e precisaria investir o dobro, então há uma carência, o setor de mobilidade e de transportes teve um crescimento nos últimos 3 anos com um aumento dos investimentos. No Saneamento básico o marco regulatório ajudou a tracionar investimentos, tivemos um acréscimo de 30% neles, mas ainda há muito o que fazer, saneamento básico é ligado à vida, manutenção da vida, então trazer qualidade para as pessoas é um passo básico para a sociedade”, dissse.
Em outro ponto, Dal Pozzo falou dos contratos de concessão e como eles podem ser aperfeiçoados. “Os contratos de infraestrutura entre os setores público e privado são de longo prazo, 30, 35 anos, o que torna difícil de prever e de olhar o impacto ambiental, por isso que as cláusulas são muito duras, mas no meu entendimento, elas poderiam ser mais incentivadoras, uma regulação mais eficiente e segura, que incentive o investidor a buscar mais pesquisas e que não deixe-o tão engessado”, completou.
Para Soraya Pires, head de soluções de carbono da Ambipar, a logística é um ponto fundamental para investimentos, segundo ela, existem recursos, mas a dificuldade está em acessa-los de forma assertiva, e trazer a circularidade como parte dos negócios.
“A circularidade é a utilização dos recursos naturais de forma eficiente e sustentável, trazer a cadeia da circularidade para todo elo da economia é onde precisamos ter um foco importante”, afirmou.
Henrique Constantino, presidente da Comporte Participações e cofundador Gol Linhas Aéreas, afirmou que os setores de mobilidade urbana precisam se integrar para pensar soluções com mais eficiência. Ele citou, por exemplo, o setor aéreo, que perdeu essa oportunidade nas últimas décadas, sem buscar saídas para a redução do consumo de combustível dos motores.
Sobre o melhor modelo de negócios para mobilidade urbana, Constantino citou o PPP como o melhor. “O preço pago pela passagem no transporte público é insuficiente para bancar o sistema, o transporte precisa ser subsidiado. Mas não se pode pensar o transporte apenas como um modo de levar as pessoas de um ponto ao outro, ele precisa ser pensado como parte da cidade, ele viabiliza a cidade”, disse.