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Nvidia pode suspender produção do chip H20 após restrições da China, dizem reportagens
Publicado 22/08/2025 • 07:53 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 22/08/2025 • 07:53 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
A Nvidia pediu a alguns de seus fornecedores de componentes que interrompam a produção relacionada às unidades de processamento gráfico H20, desenvolvidas para o mercado chinês, após Pequim impor restrições à empresa americana, informou o The Information nesta sexta-feira (22).
A medida ocorre semanas depois de o governo chinês ter ordenado que empresas locais de tecnologia parassem de comprar os chips, alegando preocupações de segurança, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
De acordo com as informações, a Nvidia pediu à Amkor Technology, com sede no Arizona e responsável pelo empacotamento avançado dos chips H20, e à Samsung Electronics, da Coreia do Sul, fornecedora de memória para o produto, que suspendessem a produção. Samsung e Amkor não responderam de imediato ao pedido de comentário feito pela CNBC.
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Um relatório separado da Reuters, citando fontes, afirmou que a Nvidia também pediu à Foxconn — oficialmente chamada de Hon Hai — que suspendesse os trabalhos relacionados ao H20. A empresa também não respondeu de imediato.
Em resposta à CNBC, um porta-voz da Nvidia declarou: “Nós gerenciamos constantemente nossa cadeia de suprimentos para lidar com as condições de mercado”.
A notícia aumenta as incertezas sobre o retorno do H20 ao mercado chinês, depois de Washington ter informado que concederia licenças de exportação para permitir o envio dos chips ao país, após o bloqueio efetivo ocorrido em abril.
No mês passado, a Administração do Ciberespaço da China convocou a Nvidia para tratar de preocupações relacionadas à segurança nacional envolvendo o H20 e solicitou informações detalhadas sobre o chip.
Pequim levantou suspeitas de que os chips poderiam conter algum tipo de tecnologia de rastreamento ou “backdoors” que permitiriam operação remota. Em maio, o senador republicano Tom Cotton, junto com um grupo bipartidário de oito deputados norte-americanos, apresentou o Chip Security Act, projeto que exigiria que empresas de semicondutores, como a Nvidia, incluíssem mecanismos de segurança e verificação de localização em seus chips avançados de inteligência artificial.
Falando a jornalistas em Taiwan nesta sexta-feira, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, reconheceu que a China questionou sobre possíveis “backdoors” e afirmou que a empresa deixou claro que eles não existem.
“Esperamos que a resposta que demos ao governo chinês seja suficiente. Estamos em diálogo com eles”, disse, acrescentando que a Nvidia ficou “surpresa” com os questionamentos.
“Como vocês sabem, [Pequim] solicitou e nos incentivou a obter licenças para o H20 já há algum tempo, e eu trabalhei bastante para ajudá-los a garantir essas licenças. Então, espero que isso seja resolvido”, afirmou.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a Nvidia disse: “O mercado pode usar o H20 com confiança”.
A empresa acrescentou: “Como ambos os governos reconhecem, o H20 não é um produto militar nem para infraestrutura governamental. A China não depende de chips americanos para operações do governo, assim como os Estados Unidos não dependeriam de chips da China. No entanto, permitir o uso de chips americanos em negócios comerciais benéficos é positivo para todos”.
No mês passado, a China teria enviado comunicados a grandes empresas de tecnologia e desenvolvedores de inteligência artificial desencorajando o uso do H20, especialmente em aplicações sensíveis e relacionadas ao governo, em uma espécie de recomendação obrigatória. Posteriormente, o The Information relatou que Pequim teria instruído algumas empresas — incluindo ByteDance, Alibaba e Tencent — a suspender totalmente os pedidos dos chips até a conclusão de uma revisão de segurança nacional.
O anúncio de Huang no mês passado, de que o governo dos Estados Unidos autorizaria a venda dos chips H20 para a China, foi visto como uma grande vitória para a Nvidia. O executivo vinha pressionando contra as restrições impostas por Washington, que afetaram os negócios da companhia em um mercado altamente lucrativo.
Em suas declarações nesta sexta-feira, Huang também revelou detalhes de conversas que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os negócios internacionais da Nvidia. Ele afirmou ter “informado ao presidente sobre a importância da infraestrutura tecnológica de IA americana”.
“Estamos no início de uma nova revolução industrial e, nesse período, é muito importante que desenvolvedores, modelos e aplicações de IA apoiem a infraestrutura tecnológica americana”, disse.
“Também expliquei que a IA vai avançar no mundo, com ou sem os Estados Unidos, e que é essencial maximizarmos nossas exportações de tecnologia de IA em um momento em que essa indústria é tão relevante”, acrescentou.
A Nvidia informou que, em maio, precisou registrar uma baixa contábil de US$ 4,5 bilhões referente ao estoque não vendido do H20, após a entrada em vigor das restrições de exportação, e que sua receita no último trimestre fiscal teria sido US$ 2,5 bilhões maior caso não houvesse limitações.
O escrutínio de segurança nacional que agora recai sobre o H20 por parte da China evidencia as dificuldades da Nvidia para manter seus negócios em meio à incerteza gerada pela disputa comercial entre Washington e Pequim.
Qingyuan Lin, analista sênior de semicondutores da China na Bernstein, afirmou em e-mail à CNBC que, caso a China proíba totalmente o H20, a Nvidia colocaria em risco mais de US$ 20 bilhões em vendas anuais no país.
Segundo ele, se a empresa ainda puder vender no mercado chips menos avançados que o H20, poderá recuperar parte da receita em 2026, mas a demanda deve cair ainda mais em 2027, à medida que a capacidade de fornecimento local avançar.
Analistas do setor também apontaram que as ações de Pequim reforçam o compromisso do país com a autossuficiência em semicondutores e sua intenção de resistir ao plano do governo Trump de manter o domínio do hardware americano de IA na China.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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