Publicado 17/12/2024 • 09:07
KEY POINTS
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco Central divulgou nesta terça-feira (17) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% para 12,25% ao ano. Segundo o documento, a alta do dólar, que permanece acima de R$ 6, e as incertezas geradas pelo anúncio do pacote fiscal influenciaram a decisão.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, avaliou a autarquia.
Assim como mencionado no comunicado de quarta-feira (11), o documento também destaca que, se o cenário esperado se confirmar, haverá um ajuste de mesma magnitude (1 p.p.) nas próximas duas reuniões.
De acordo com o BC, o prêmio de inflação nos instrumentos financeiros e as expectativas de inflação aumentaram no período, o que tornou o cenário inflacionário mais desafiador e exigiu uma política monetária mais restritiva. “A desancoragem das expectativas de inflação, apontada como uma preocupação unânime entre os membros do Comitê, é vista como um fator a ser combatido”, disse.
Para Caio Megale, economista da XP, a ata trouxe elementos adicionais que contribuíram para o tom mais duro (hawkish) já fornecido no comunicado da semana passada.
“Consideramos que a taxa Selic atinja 15%, no pico do ciclo de alta, em maio de 2025. Os riscos continuam inclinados para cima, dada a persistente incerteza quanto à condução da política fiscal e a deterioração recente nos preços dos ativos”, analisou o especialista.
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