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Acordo Mercosul-EFTA pode abrir portas para futuro acordo com UE, diz especialista

Publicado 16/09/2025 • 00:11 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • O tratado de livre comércio entre Mercosul e a EFTA (Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein) será firmado em 16 de setembro no Rio de Janeiro, abrindo portas para maior integração comercial com a Europa.
  • O acordo favorece produtos de alto valor agregado, especialmente farmacêuticos e químicos, e promove cooperação científica, tecnológica e ambiental.
  • Acordo inclui cláusulas inéditas como facilitação de financiamento estrangeiro e mecanismos de solução de disputas, visando atrair investimentos que transformem a indústria e ampliem serviços e tecnologia.

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — bloco formado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — será assinado nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro.

O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com a Bolívia em processo de adesão plena. A Venezuela está temporariamente suspensa do bloco. Com isso, o bloco reúne cerca de 300 milhões de habitantes e um PIB superior a US$ 4 trilhões. Já a EFTA, apesar de menor em população e território, concentra países com alto poder de consumo, tecnologia avançada e renda per capita elevada.

Para Vitor Vilar, líder de política internacional da BNJ Consultoria, o tratado pode ser uma porta de entrada para o acordo Mercosul-União Europeia. “Embora eles não sejam membros da União Europeia, esses quatro países se beneficiam de regras de origem que permitem intercambiar produtos com maior facilidade dentro da região”, comentou em entrevista ao Times Brasil | Licenciado Exclusivo CNBC.

Vilar destacou o potencial econômico da EFTA, mesmo com população e território reduzidos. “Eles estão entre os países mais ricos do mundo, com uma renda per capita altíssima, o que valoriza as vendas das mercadorias brasileiras. O comprador paga mais pelo mesmo produto.”

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Setor farmacêutico

O especialista observou oportunidades em produtos de alto valor agregado, especialmente no setor farmacêutico e químico. “Embora o selo suíço seja bastante famoso, os produtos que mais são importados do mercado suíço são destinados à indústria farmacêutica, como insumos ou produtos acabados.”

Além disso, Vilar apontou oportunidades de cooperação científica e tecnológica. “Embora os laços comerciais do Brasil com a Noruega não sejam tão extensos, há muita pesquisa e desenvolvimento, o que pode beneficiar a indústria e as universidades brasileiras no aumento das trocas de pesquisadores.”

A Noruega também desempenha papel relevante em questões ambientais, sendo o maior financiador do Fundo Amazônia, voltado para preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.

Balança comercial

Em relação à balança comercial, Vilar explicou que o Brasil mantém superávit com a maioria dos países da EFTA, mas possui déficit com a Suíça devido às importações de produtos de alto valor agregado e serviços tecnológicos.

O acordo inclui cláusulas inéditas no Mercosul, como facilitação de financiamento estrangeiro e mecanismos de solução de disputas entre investidores e Estados (ISDS). “Para facilitar o investimento de fato, é preciso garantir que o investidor coloque dinheiro na economia e não seja prejudicado no futuro por uma nacionalização, por exemplo.”

Exportações e tecnologia

Segundo ele, o tratado não se limita a exportações. “Os países do Mercosul são grandes exportadores de commodities. Para equilibrar a relação com economias mais desenvolvidas, a chave está em atrair investimentos de qualidade, capazes de transformar a indústria e impulsionar o crescimento.”

Vilar ressaltou também a importância de incluir serviços, ciência e tecnologia na integração. “Quando se fala em comércio entre países, normalmente pensamos em matérias-primas ou produtos acabados, mas não podemos perder de vista o setor de serviços e o compartilhamento de conhecimento.”

O especialista concluiu destacando que o tratado fortalece o acesso de produtos brasileiros ao mercado europeu e prepara o terreno para futuras negociações com a União Europeia.

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