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Dívida pública do Brasil: por que ela importa para empresas, investidores e gestores

Publicado 22/09/2025 • 15:18 | Atualizado há 4 horas

dívida pública do brasil​

Acompanhar de perto a dívida pública do Brasil é estratégico para quem faz negócios, investe ou gerencia recursos. 

Isso porque o nível de endividamento do governo influencia diretamente os juros, a inflação, a confiança do mercado e, consequentemente, o custo do crédito e o ambiente de investimento.

Neste artigo, você vai entender o que é a dívida pública, como ela se forma, seus impactos na economia e por que ela deve estar no radar de empresas, investidores e gestores.

O que é a dívida pública

A dívida pública representa os valores que o governo precisa tomar emprestado quando as receitas (impostos, contribuições, dividendos) não são suficientes para cobrir as despesas previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA). 

Quando há déficit, o governo recorre à emissão de títulos ou contrata empréstimos, refinanciando dívidas anteriores ou financiando novos gastos.

Esses títulos, como os disponíveis no Tesouro Direto, são adquiridos por bancos, fundos, investidores — inclusive pessoas físicas — que esperam receber o valor aplicado acrescido de juros. 

Diferentemente do setor privado, o governo pode rolar — ou refinanciar — suas dívidas indefinidamente, substituindo papéis antigos por novos. Mas isso depende da confiança dos investidores, da estabilidade fiscal e das condições de mercado.

E você pode estar se perguntando por que o governo simplesmente não emite mais dinheiro para arcar com suas despesas. Bom, o governo evita emitir moeda em excesso para não gerar inflação.

Como a dívida se forma: dívida pública interna e externa

O financiamento ocorre de duas formas principais:

  1. Dívida mobiliária: emissão de títulos públicos, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA e pré-fixados — predominantemente interna, em reais.
  2. Dívida contratual: financiamentos de bancos internacionais (Banco Mundial, BIRD, BID) e agências multilaterais — pode ser interna (em reais) ou externa (em dólares, euros).

A dívida é classificada como:

  • Interna: emitida em reais, predominantemente financeira e absorvida pelo sistema local.
  • Externa: emitida em moeda estrangeira, com risco cambial envolvido.

Hoje, a maior parte da dívida brasileira é interna, em reais, denominada Dívida Mobiliária Federal Interna.

Histórico da dívida pública do Brasil

Conheça alguns pontos relevantes da trajetória da dívida, em relação ao PIB, no Brasil, conforme dados do Trading Economics:

  • Em 2020, atingiu o ápice, chegando a 86,9% do PIB.
  • A média, de 2016 a 2024, foi de 65,10% do PIB;
  • O mínimo histórico foi de 51,27% do PIB em 2011.
  • Em 2024, o patamar ficou em 76,5% do PIB.
  • Previsões indicam que deve atingir 92% do PIB até 2025, 95% em 2026 e 97% em 2027.

O relatório do Tesouro, por sua vez, aponta uma projeção diferente, em que a dívida pública chegaria a 82,3% do PIB em 2026 – último ano do atual governo Lula. Quando ele assumiu o cargo, em 2022, a dívida estava em 71,7% do PIB.

Confira o gráfico abaixo que mostra a evolução da dívida pública do Brasil:

gráfico: evolução da dívida pública do Brasil

Como medir se a dívida pública é sustentável?

A comparação da dívida com o PIB oferece um parâmetro para avaliar se o país pode honrar seus compromissos, pois considera o tamanho da economia. 

Não há consenso sobre um limite ideal, mas países desenvolvidos exibem patamares mais altos. 

Os EUA, por exemplo, têm uma dívida pública de 124% do PIB. O Japão, de 237%. O Canadá, 111%. 

Já a média da dívida de países emergentes deve ser de 73,8% em 2025, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Além do percentual da dívida sobre o PIB, também é relevante observar outros fatores:

  • Taxas de juros: impactam o custo de rolagem.
  • Prazos: dívida de longo prazo reduz pressões imediatas.
  • Confiança do mercado: influencia o “prêmio de risco”.

Impactos da dívida pública sobre a economia e os negócios

Mais do que apenas um indicador, a dívida pública tem impactos na economia real, como:

1. Custos da dívida

O aumento da Selic, a taxa básica de juros do Brasil, eleva os juros pagos pelo governo. 

Cerca de metade da dívida pública brasileira está indexada à taxa básica, segundo o Tesouro. 

Isso pressiona o orçamento ao comprometer mais recursos com juros, gerando o temido “efeito bola de neve”.

2. Inflação

Dívida elevada pode limitar o espaço para política fiscal expansionista, empurrando decisões ainda mais restritivas — impactando inflação e consumo.

3. Investimentos e PIB

Um governo que compromete grande parte da receita com juros reduz sua capacidade de investir. 

4. Confiança do mercado

Agentes exigem maior prêmio de risco para financiar o país em momentos de descontrole fiscal, aumentando a volatilidade cambial e piorando ainda mais o cenário.

Conclusão

A dívida pública do Brasil impacta as condições de crédito, juros, investimentos e até a capacidade do governo de responder a crises. 

Empresas que monitoram essas variáveis conseguem se planejar melhor, negociar com bancos em condições mais favoráveis e resguardar margens. 

Investidores, por sua vez, sabem quando buscar oportunidades; e gestores contrastam cenários para orçar com maior segurança.

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