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Palestina, COP30, soberania e multilateralismo: o que esperar do discurso de Lula na ONU
Publicado 22/09/2025 • 21:21 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 22/09/2025 • 21:21 | Atualizado há 4 horas
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Ricardo Stuckert/Presidência da República.
Lula deve abrir a 80ª Assembleia da ONU com ênfase em soberania, democracia, clima e crise em Gaza.
Como já é tradição, o Brasil abre, nesta terça-feira (23), o Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) deve abordar temas como a defesa da soberania nacional, fortalecimento da democracia, combate às mudanças climáticas e a busca por soluções multilaterais em crises internacionais. A guerra em Gaza e a questão palestina também devem ter espaço de destaque, assim como ‘recados’ à política externa dos Estados Unidos sob Donald Trump.
Apesar da relação Brasil-Estados Unidos estar em um dos momentos mais tensos da história diplomática, Lula chega “mais fortalecido que isolado”, explica o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Rodrigo Amaral. O estudioso explica que desde 2023, quando Lula assumiu o terceiro mandato, o Brasil retornou à agenda internacional intensa e, por isso, é visto com bons olhos por outros países que não o anfitrião do evento. “O Brasil tem sido protagonista do Sul Global, reforçou sua atuação nos BRICS, tenta reacender o Mercosul, além de ter participado de conferências em países africanos e intensificou suas relações com os árabes também”, cita Amaral.
Mesmo em uma situação confortável, Amaral chama atenção ao fato de que nesta vez a comitiva brasileira é menor que as anteriores, devido à dificuldade em conseguir vistos, resultado das desavenças diplomáticas. Além do presidente da república, estarão os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Camilo Santana (Educação), Marina Silva (Meio Ambiente), Márcia Lopes (Mulheres), Jader Barbalho (Cidades), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
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Antes mesmo da abertura oficial da Assembleia, Lula participou nesta segunda-feira (21) da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita. A posição do governo brasileiro é de que haja uma solução de dois Estados. A expectativa é que a conferência leve mais países a reconhecerem a Palestina, hoje já reconhecida por mais de 147 nações. Para o Itamaraty, a paz sustentável só será possível se israelenses e palestinos negociarem em condições de igualdade.
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A agenda ambiental também deve estar no centro do pronunciamento. O Brasil busca projetar a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA), como ponto de virada no financiamento global para a preservação das florestas tropicais. Lula deve cobrar dos países ricos mais recursos e compromissos para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Entre os anúncios, está o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), mecanismo de financiamento proposto pelo Brasil e que será lançado oficialmente na COP. O governo aposta na iniciativa como carro-chefe de sua diplomacia ambiental, reforçando a meta de zerar o desmatamento da Amazônia até 2030.
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A fala também deve incluir defesa da soberania nacional, em resposta às sobretaxas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O governo interpreta a medida como tentativa de interferência política de Donald Trump, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal. Lula já havia criticado a postura estadunidense. Na análise de Rodrigo Amaral, essa é uma postura “encorajada” da política brasileira que demonstra “solidez”. Agora, no país anfitrião, Lula deve reafirmar a independência das instituições brasileiras.
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Na quarta-feira (24), Lula copresidirá o evento “Em Defesa da Democracia”, ao lado de Gabriel Boric, presidente do Chile, e Pedro Sánchez, presidente da Espanha. A iniciativa busca articular líderes de diferentes regiões contra o extremismo, a desinformação e o enfraquecimento das instituições. O Itamaraty avalia que a mensagem reforça a aposta do Brasil em um multilateralismo mais representativo e na necessidade de reformas em organismos como o Conselho de Segurança da ONU.
O governo estadunidense não foi convidado ao evento sob a justificativa de que as ações de Donald Trump não condiz com uma conferência que defende a democracia e a busca por uma articulação contra o extremismo no mundo. Sobretudo em um momento em que Washington questiona a democracia brasileira e critica instituições como o STF.
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