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Lewandowski não descarta crime organizado em adulterações e diz que PF vai rastrear origem molecular do metanol

Publicado 07/10/2025 • 13:09 | Atualizado há 3 horas

KEY POINTS

  • Governo cria comitê de monitoramento da crise do metanol com setor privado e estados.
  • PF investigará moléculas para determinar origem vegetal ou fóssil do metanol.
  • Lewandowski não descarta hipótese de crime organizado nem importação irregular.

Lewandowski não descarta crime organizado em crise do metanol e diz que PF vai rastrear origem molecular do metanol

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (7) que o governo não descarta nenhuma hipótese sobre a causa a crise do metanol que vem provocando intoxicações e mortes em diferentes estados do país.

Durante coletiva em Brasília, o ministro destacou que pode haver conexão com o crime organizado e anunciou a criação de um comitê nacional de monitoramento para acompanhar a situação de forma integrada com o setor privado, sociedade civil, governos estaduais e órgãos federais.

“Tivemos uma reunião muito positiva com diversos setores da indústria de bebidas e com proprietários de estabelecimentos, além de representantes do estado, da Polícia Federal e da vigilância sanitária. É uma crise de segurança, mas de saúde pública também”, afirmou Lewandowski.

Segundo o ministro, a Polícia Federal vai utilizar seus laboratórios forenses para analisar a composição molecular do metanol presente nas bebidas adulteradas, a fim de determinar se a substância tem origem vegetal ou fóssil.

“Essa questão da origem é extremamente importante. Se o metanol é de origem vegetal ou fóssil, isso pode mudar muita coisa na investigação”, explicou.

A pesquisadora Marta Teixeira, que acompanha a crise, reforçou na coletiva a diferença das possíveis origem da contaminação.

“O metanol pode ser gerado no próprio processo de destilação ou vir de fontes fósseis, como sistemas de combustíveis e solventes. As análises da PF vão determinar de onde vem o produto e ajudar a rastrear a cadeia de contaminação”, contou.

A análise será conduzida em cooperação com centros universitários que já realizam testes capazes de identificar rapidamente bebidas contaminadas, permitindo que os resultados sejam compartilhados com autoridades estaduais.

Investigação e possíveis conexões criminosas

Lewandowski ressaltou que o inquérito da Polícia Federal está em curso e pode solicitar a cooperação do Ministério Público na vertente de defesa do consumidor, uma vez que o caso envolve crimes previstos no Código Penal e no Código de Defesa do Consumidor.

“Nenhuma hipótese está sendo descartada. Pode haver ligação do caso do metanol com o crime organizado, mas também pode ser por outro motivo. E, quando falamos em crime organizado, não necessariamente nos referimos às facções mais conhecidas. Pode se tratar de uma organização especializada em misturar e falsificar bebidas — e pode até não ter origem em São Paulo ou ser um produto importado”, afirmou.

O ministro lembrou que a Polícia Federal já solicitou o envio das amostras recolhidas nos estados e que o trabalho ocorre em um federalismo cooperativo, com integração entre autoridades locais e federais.

“A PF está trabalhando com afinco e em estreita colaboração com as polícias estaduais. Vivemos num federalismo cooperativo desde a Constituição de 1988, e isso se aplica aqui: atuamos juntos com as autoridades locais”, disse.

Comitê nacional e ações conjuntas

Como resultado da reunião com representantes do setor de bebidas e autoridades sanitárias, o governo decidiu criar um Comitê de Monitoramento da Crise do Metanol, que reunirá órgãos federais, estaduais e entidades privadas para acelerar as respostas à crise.

“O governo, por si só, sem a ajuda do setor privado, não poderia lidar com isso com rapidez e eficiência. Em um país continental com 210 milhões de habitantes, é necessário conjugar esforços com a iniciativa privada e a sociedade civil”, explicou Lewandowski.

O grupo vai coordenar ações repressivas e pedagógicas, com foco em identificar os responsáveis pela adulteração, reforçar a fiscalização e orientar o mercado sobre boas práticas e segurança no consumo.

“Vamos separar o joio do trigo. Atacaremos os comerciantes que estão adulterando bebidas de forma intencional, mas vamos preservar aqueles que atuam legalmente. Nosso objetivo é não paralisar o setor, que é importante para a economia nacional”, afirmou.

Fraudes pela internet e rotulagem falsificada

O ministro também anunciou que o governo ampliará a fiscalização sobre fraudes cometidas pela internet, incluindo a venda irregular de rótulos, lacres, tampas e garrafas, insumos frequentemente usados na falsificação de bebidas alcoólicas.

“Essa é uma área que precisa ser atacada, pois é ali que temos boa parte da origem das bebidas adulteradas com metanol”, disse Lewandowski, citando a atuação conjunta da Polícia Federal, do Ministério da Agricultura (MAPA), da Defesa do Consumidor e da Receita Federal.

Coordenação com a Senacon

O secretário nacional do Consumidor, Paulo Pereira, afirmou que os estabelecimentos flagrados vendendo produtos adulterados terão 48 horas para se regularizar, sob pena de multas, fechamento e cassação de alvarás, respeitado o direito à defesa.

A Senacon trabalha em três eixos principais: fiscalização direta, educação de consumidores e cooperação entre órgãos de controle.

Contexto e possíveis conexões

Lewandowski também mencionou a operação recente de combate a fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, lembrando que esse histórico pode estar relacionado à origem do metanol adulterado.

“Todos sabem que recentemente houve uma grande operação contra fraudes em redes de combustíveis, e essa é uma hipótese que também está sendo investigada”, afirmou.

O ministro reforçou que a prioridade do governo é garantir segurança à população, restaurar a confiança do consumidor e encontrar a origem da contaminação.

“Estamos diante de uma crise de saúde pública sem precedentes. Atuaremos com firmeza, mas também com diálogo e transparência, para resolver o problema e punir os responsáveis”, concluiu.

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