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Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, é o principal canal de fraudes financeiras no Brasil, mostra investigação

Publicado 06/11/2025 • 05:15 | Atualizado há 12 minutos

KEY POINTS

  • Investigação do Projeto Brief revelou que o Facebook, Instagram e WhatsApp se tornaram os principais canais de fraudes financeiras e anúncios enganosos, voltados a famílias de baixa renda e beneficiários de programas sociais.
  • Mais de 56 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes online nos últimos 12 meses, com perdas superiores a R$ 40 bilhões. A estrutura publicitária automatizada da Meta permite que anúncios falsos permaneçam ativos por semanas, sem checagem efetiva.
  • A pesquisa mapeou 16 mil anúncios com o termo “empréstimo”, dos quais mais da metade indicava fraude, e identificou campanhas falsas de Bolsa Família e BPC. O relatório conclui que “os anúncios fraudulentos não driblam o sistema — se aproveitam de como ele foi desenhado”, apontando conflito entre lucro e segurança do usuário.
  • Análise de 16 mil anúncios mostra que metade das campanhas com “empréstimo” na plataforma tem indícios de fraude

A Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp —, se tornou o principal canal de disseminação de fraudes digitais no Brasil, segundo investigação do Projeto Brief. O levantamento analisou milhares de anúncios ativos e identificou uma rede de golpes financeiros e publicidades enganosas que operam de forma visível nas plataformas, voltadas especialmente a famílias de baixa renda e beneficiários de programas sociais.

Nos últimos 12 meses, foram 56 milhões de brasileiros — o equivalente a um terço da população adulta — vítimas de golpes financeiros online, com prejuízos estimados em mais de R$ 40 bilhões. Parte significativa dessas fraudes circula no próprio ecossistema da Meta, onde anúncios falsos de crédito, benefícios sociais e bancos permanecem por semanas sem qualquer moderação eficaz.

De acordo com o relatório, a estrutura de publicidade automatizada da Meta sustenta esse mercado paralelo, permitindo a segmentação precisa de públicos vulneráveis e a veiculação de campanhas que prometem empréstimos fáceis, revisões de benefícios e resgates inexistentes. Em 2024, vieram de publicidade 97,6% da receita global da Meta, o que, segundo os pesquisadores, reforça o conflito entre lucro corporativo e responsabilidade social.

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Golpes com empréstimos e promessas de crédito rápido

Entre os casos analisados, o Projeto Brief mapeou 16 mil anúncios ativos em setembro de 2025 que mencionavam a palavra “empréstimo”. Desses, 52% apresentavam indícios de fraude e 9% foram confirmados como golpes.

Os anúncios simulavam campanhas de bancos reais, como Nubank e C6 Bank, usavam logos oficiais, imagens geradas por inteligência artificial e prometiam crédito liberado sem consulta ao SPC ou Serasa. A linguagem era desenhada para atrair consumidores endividados, com frases que exploravam urgência e esperança: “última chance”, “sem burocracia” e “liberação imediata”.

Nos comentários, muitas vítimas acreditavam estar em contato com instituições legítimas. A semelhança com a publicidade oficial é tamanha que, para quem vê o conteúdo nas redes, é quase impossível distinguir o anúncio falso do real.

Golpes com Bolsa Família e BPC atingem os mais pobres

A investigação também identificou uma série de anúncios falsos direcionados a beneficiários do Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada). Essas campanhas usavam linguagem emocional e promessas de facilitação, oferecendo “revisões”, “complementos” ou “resgates de valores atrasados”.

Ao clicar nos links, as vítimas eram redirecionadas a páginas falsas ou grupos de WhatsApp, onde dados pessoais e pagamentos antecipados eram solicitados. Em alguns casos, os golpistas se passavam por escritórios de advocacia fictícios, com nomes genéricos e fotos geradas por IA, sem registro na OAB.

Esses anúncios, segundo o estudo, revelam um entendimento profundo da vulnerabilidade social. O discurso é adaptado à realidade de quem depende de programas públicos, oferecendo uma solução “rápida” em troca de taxas e dados sensíveis.

Sistema de anúncios que favorece o crime

O Projeto Brief conclui que a estrutura publicitária da Meta é parte do problema, não vítima dele. A empresa opera com um sistema de checagem automática projetado para não interromper o fluxo de anúncios. A prioridade é a velocidade de aprovação — não a verificação de autenticidade.

As políticas da plataforma transferem a responsabilidade para o anunciante, protegendo juridicamente a empresa em caso de fraude. Quando um golpe é denunciado, o anúncio pode permanecer ativo por dias, tempo suficiente para capturar novos alvos. Depois de removido, o mesmo operador retorna com outro perfil, outro CNPJ e o mesmo conteúdo, sem impedimento técnico.

O relatório afirma que “os anúncios fraudulentos não driblam o sistema – eles se aproveitam do modo como o sistema foi desenhado”, transformando as redes sociais da Meta em infraestrutura para fraudes financeiras em massa.

Como se proteger dos golpes online

Apesar da sofisticação das fraudes, é possível analisar padrões recorrentes que ajudam a identificar anúncios suspeitos:

  • Desconfie da urgência. Promessas de “liberação imediata”, “última chance” ou “PIX na hora” servem para pressionar decisões impulsivas.
  • Verifique o remetente. Golpistas copiam logotipos, mas não conseguem reproduzir histórico ou verificação de conta.
  • Nunca envie dados pessoais ou bancários. Nenhuma instituição séria solicita informações por mensagem.
  • Busque fontes oficiais. Programas como Bolsa Família e BPC só operam por canais do gov.br.
  • Denuncie. Mesmo com resposta lenta, as ferramentas de denúncia ajudam a reduzir o alcance de golpes e alertar outras vítimas.

A equipe do Projeto Brief partiu de 16 mil anúncios reportados pela Biblioteca de Anúncios da Meta em setembro de 2025. Após eliminar duplicações e variações, a amostra final resultou em 1.205 peças únicas, analisadas com 90% de confiança e margem de erro de 5%.

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