ALERTA DE MERCADO
Azul e Gol sobem mais de 5% na Bolsa nesta quinta
Ações da Novo Nordisk sobem após lucro acima do esperado e aumento nas vendas do Wegovy
Ações da Apple caem 3% no pré-mercado após China considerar investigação sobre práticas da App Store
Demanda global por ouro atinge novo recorde em 2024; apetite pelo metal em 2025 segue forte
Disney supera previsões de lucro, mas perde assinantes do Disney+
Mattel diz que Barbies e Hot Wheels podem ficar mais caros com as tarifas de Trump
KEY POINTS
O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter morreu aos 100 anos neste domingo (29). Ele comandou o país entre os anos de 1977 e 1981, e perdeu a reeleição.
Carter era do Partido Democrata e, antes de ser eleito para a Casa Branca, foi governador do estado da Geórgia –ele era um fazendeiro que se tornou político.
Além de ter sido presidente dos EUA, ele venceu o prêmio Nobel por seu ativismo a favor da paz e dos direitos humanos.
Para os analistas dos EUA, Carter teve mais sucesso como ex-presidente do que no comando da Casa Branca, e ele mesmo afirmou que a vida após o cargo era mais gratificante.
Ele fez campanhas pelos direitos humanos, escreveu livros, construiu casas para os mais pobres com as próprias mãos, deu aulas em escolas dominicais e viajou o mundo para promover a paz.
Carter estudou na Academia Naval dos EUA e chegou a trabalhar em um submarino. Ele foi governador da Georgia duas vezes e também senador antes de ser eito presidente.
Ele se tornou presidente em 1977 ao derrotar Gerald Ford, do Partido Republicano, que na época ainda sofria as consequências do escândalo de Watergate.
Carter estava em tratamento hospitalar há mais de um ano. Em fevereiro de 2023, a família dele afirmou que o político estava em cuidados paliativos. Sua mulher, Rosalynn, morreu aos 96, em novembro de 2023.
O ex-presidente completou 100 anos em outubro.
Apesar de ter perdido as eleições em 1980, ele continuou publicamente ativo –aos 95, declarou apoio a Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020.
Ele escreveu mais de 40 livros. Pouco depois de completar 93 anos, ele se ofereceu para ir à Coreia do Norte para tentar firmar um acordo de paz com os EUA.
Aos 96, ele criticou o Partido Republicano do estado da Georgia, que estaria tentando restringir os direitos dos eleitores.
Ele foi o presidente dos EUA mais longevo de todos os tempos –o segundo foi George H.W. Bush, que chegou aos 94.
É possível que os mercados financeiros dos EUA não abram na segunda-feira –é uma tradição quando morrem ex-presidentes.
Carter foi o primeiro presidente dos EUA que nasceu em um hospital (ele é de 1924), filho de um dono de mercearia e fazendeiro com uma enfermeira.
Ele se casou com a vizinha, Eleanor, e foi para a Academia Naval dos EUA.
Como marinheiro, ele prestou serviço em submarinos. Ele estudou física nuclear e se tornou oficial.
Quando o pai morreu, em 1953, ele abandonou a Marinha e voltou para a Georgia para assumir os negócios da família. Foi então que começou a se tornar politicamente ativo.
Em 1971, foi eleito governador de seu estado. Ele era um dos líderes do “Novo Sul” dos EUA: um progressista, contra a segregação racial e contra a desigualdade.
Durante sua campanha, concorreu como um outsider e ganhou eleitores descontentes com a guerra do Vietnã e o escândalo de Watergate.
Ao ser nomeado para a candidatura do Partido Democrata, ele se apresentou da seguinte forma: “Meu nome é Jimmy Carter e estou concorrendo à presidência”.
A proposta era criar empregos –na época, para os padrões americanos, o país passava por um momento econômico problemático, com taxa de desemprego de 7,9%.
Ele também se apresentava como cristão e alguém que não pertencia ao circuito político de Washington DC.
Às vésperas da eleição, no entanto, deu uma entrevista à revista Playboy na qual fez uma confissão: “Olhei para muitas mulheres com desejo. Cometi adultério em meu coração muitas vezes”.
No colégio eleitoral, ele teve uma vitória folgada, mas no voto popular ele obteve 50,1%, contra 48% de Ford.
Ao assumir, deu poderes ao seu vice, Walter Mondale, que também formulava políticas pública.
A presidência dele foi marcada por diversas crises. Uma delas foi econômica: os EUA passaram por uma estagflação: um período de recessão econômica junto com inflação.
O período também ficou marcado pelo desastre ecológico de Love Canal, em Niagara Falls, Nova York, que levou à criação de um fundo ambiental.
Ele liberou os preços para as indústrias de aviação, transporte rodoviário e ferroviário; assinou o resgate financeiro da Chrysler em 1979 e transformou o Departamento de Educação em um ministério.
Um de seus maiores problemas internos foi a persistente crise energética, decorrente do embargo de petróleo árabe iniciado durante a guerra no Oriente Médio em 1973.
Ele classificou a crise como “o equivalente moral de uma guerra”. Em gestos simbólicos, usava cardigãs e baixou a temperatura do aquecimento da Casa Branca, instalou painéis solares na mansão presidencial, criou o Departamento de Energia e defendeu incentivos fiscais para a instalação de isolamento térmico em residências.
No cenário internacional, Carter teve uma grande vitória: ele ajudou a negociar um dos acordos de paz mais importantes do Oriente Médio, que é perdura até hoje: o entendimento entre Egito e Israel.
Trata-se do Acordo de Camp David, entre o presidente egípcio Anwar Sadat e o primeiro-ministro israelense Menachem Begin.
Carter também negociou a devolução da Zona do Canal ao Panamá, estabeleceu relações diplomáticas plenas com a China comunista e alcançou um acordo sobre o tratado de limitação de armas nucleares com Moscou.
Em 1979, ele começou a enfrentar crises internacionais graves.
Uma delas foi um impasse de 444 dias em que americanos que trabalhavam na embaixada do país no Irã ficaram reféns –isso foi logo após a Revolução Iraniana, que levou o atual regime teocrático ao poder.
A tomada da Embaixada dos EUA em Teerã por estudantes radicais seguidores do aiatolá Ruhollah Khomeini, em 4 de novembro de 1979, e o cerco subsequente fizeram o governo Carter parecer impotente. Até a primeira-dama lembrou, durante uma entrevista à CNBC em 2014, que pediu ao marido para “fazer algo, qualquer coisa!”.
Cinco meses após o início da crise, Carter ordenou uma missão militar, a Operação Eagle Claw, para resgatar os reféns americanos. A missão terminou em humilhação: ao abortar o plano devido a dificuldades operacionais, um helicóptero dos EUA colidiu com um avião de transporte na área de preparação no deserto, matando oito militares.
O secretário de Estado Cyrus Vance, que defendia a diplomacia em vez do uso da força para resolver a crise dos reféns, renunciou. “Sei que esta é uma questão de princípio para você e respeito as razões que me expôs”, escreveu Carter em uma nota manuscrita para Vance.
A crise finalmente terminou com a libertação de 52 americanos em 20 de janeiro de 1981, no mesmo dia em que Ronald Reagan assumiu o cargo.
Em uma entrevista de 2014 à CNBC, Carter afirmou que provavelmente teria sido facilmente reeleito se tivesse resgatado os reféns.
“Isso teria mostrado que eu era forte”, disse ele. “Eu poderia ter apagado o Irã do mapa com as armas que tínhamos. Mas, no processo, muitas pessoas inocentes teriam sido mortas, provavelmente incluindo os reféns. Então, resisti a todos esses conselhos e, por fim, todas as minhas orações foram atendidas, e todos os reféns voltaram para casa seguros e livres.”
Resumindo a presidência de Carter, o ex-assessor Stuart Eizenstat escreveu em um artigo de opinião de 2015 no The New York Times que o 39º presidente dos EUA teve inúmeras conquistas: “É enormemente frustrante para nós que trabalhamos de perto com ele na Casa Branca ver sua presidência caricaturada como um fracasso e perceber como ele foi marginalizado, até mesmo por seus colegas democratas”, escreveu Eizenstat.
“Sua característica definidora era enfrentar problemas intratáveis, independentemente de seu custo político”, afirmou o ex-assessor.
Jimmy Carter, que deixou Washington aos 56 anos, continuou ativo em diversas iniciativas. Ele e sua esposa Rosalynn dedicaram-se ao voluntariado com a “Habitat for Humanity”, ajudando a construir moradias para pessoas carentes. Carter também fundou a Jimmy Carter Presidential Library e o The Carter Center, em Atlanta, em 1982.
Desde então, o centro já enviou observadores para monitorar eleições em mais de 30 países e liderou iniciativas de saúde, como a erradicação do verme da Guiné, uma doença parasitária tropical. O lema do centro é: “Promovendo a paz. Combatendo doenças. Construindo esperança”.
“Espero viver mais que o último verme da Guiné”, disse Carter à CNN em 2018. E quase conseguiu: em 2023, o Carter Center reportou apenas 13 casos em humanos.
Além disso, Carter lecionou na Universidade Emory e viajou pelo mundo promovendo paz, direitos humanos e progresso econômico. Em uma missão histórica em 1994, foi enviado secretamente por Bill Clinton à Coreia do Norte para negociar uma disputa nuclear. Em 2002, foi premiado com o Nobel da Paz por suas décadas de esforços para resolver conflitos internacionais e promover democracia e desenvolvimento social.
Carter enfrentou críticas ao longo de sua carreira, especialmente com o livro de 2006 “Palestine: Peace, Not Apartheid”, que gerou polêmica por uma frase que parecia justificar o terrorismo. Ele posteriormente reconheceu o erro e pediu alterações em edições futuras.
Mesmo assim, Carter destacou-se como mediador, especialmente com os Acordos de Camp David entre Egito e Israel. “Manter nosso país em paz e trabalhar pela paz entre outros povos são meus maiores orgulhos”, afirmou em uma entrevista em 2014.
Ele lamentou não ter conseguido um segundo mandato para implementar totalmente os acordos de paz negociados entre Israel e seus vizinhos. “Gostaria de ser lembrado como um defensor da paz e dos direitos humanos”, disse Carter.
Carter deixa quatro filhos, incluindo Amy, sua filha mais conhecida, e uma extensa família. Em 2015, aos 90 anos, revelou que tinha câncer, que se espalhara para o fígado e o cérebro. Ele surpreendeu o público ao anunciar, meses depois, que os tratamentos haviam sido bem-sucedidos.
Apesar de problemas de saúde e quedas frequentes nos últimos anos, Carter manteve sua energia. Em 2019, aos 95 anos, mesmo após uma queda grave, apareceu publicamente para continuar apoiando projetos sociais.
Em um pronunciamento em 2019, ele refletiu sobre a morte com serenidade. “Rezo para ter a atitude certa em relação à morte. Sinto-me completamente em paz com isso”, disse à congregação em sua igreja na Geórgia.
Durante a pandemia, Carter optou por se manter isolado, mas continuou envolvido em sua comunidade local e celebrações de fé. Ao atingir 95 anos, ele creditou sua longevidade ao apoio de Rosalynn, sua esposa há mais de sete décadas. “Escolha a melhor pessoa para compartilhar sua vida”, afirmou.
Mais lidas
Após prejuízo de R$ 14 bi, TCU abre auditoria sobre a gestão da Previ, fundo de pensão do BB
Lucro do Itaú atinge R$ 10,9 bilhões no quarto trimestre de 2024
Super Bowl: marcas pagam até US$8 milhões por 30 segundos no evento mais assistido do ano
CEO da Ford nos EUA pede análise 'abrangente' de tarifas para todos os países
Prazo máximo de pagamento do empréstimo consignado aumenta para 96 meses