NFL anuncia volta à Alemanha e consolida sucesso da temporada internacional; veja números

A National Football League (NFL) está de volta à Alemanha, dois jogos da temporada regular da modalidade vão ocorrer na Allianz Arena, estádio do Bayern de Munique, em 2026 e 2028. Os times e as datas dessas partidas ainda não foram definidos.

Munique já recebeu dois jogos da NFL: em 2022, quando o Tampa Bay Buccaneers venceu o Seattle Seahawks, e em 2024 com a vitória do Carolina Panthers sobre o New York Giants.

Até o momento, poucos países de fora dos Estados Unidos receberam confrontos oficiais da NFL; além da própria Alemanha, somente Inglaterra, México e mais recentemente Brasil e Espanha.

De acordo com dados da própria organização, a Alemanha é considerada estratégica nessa expansão por ter mais de 20 milhões de fãs da modalidade. Além dos dois jogos já realizados em Munique, o país já recebeu outros dois jogos em Frankfurt, em 2023, e na capital Berlim, neste ano.

Em 2026, a NFL já anunciou um país inédito neste movimento de partidas em outros países: Melbourne, na Austrália. Também estão confirmados duelos no Rio de Janeiro (Brasil) e dois em Londres (Inglaterra), todos também com times e datas a serem definidos.

O projeto de conquistar novos mercados, especialmente na Europa e América do Sul e Central, vem se intensificando por parte dos organizadores da liga, que enxergam alguns países como estratégicos na captação de mais recursos, receitas e público.

Impacto econômico global

Em Madrid, o evento teve um impacto econômico de 170 milhões de euros (cerca de R$ 1,071 bilhão, na cotação atual) na capital, com ocupação de 90% dos hotéis da região. Dos 83 mil presentes na casa do Real Madrid, aproximadamente 42 mil eram turistas internacionais, que devem permanecer na capital espanhola por uma média de até quatro dias.

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“A NFL, há algumas décadas, deixou de ser um liga esportiva somente. Cada um de seus jogos é visto pelos norte-americanos como uma celebração de cultura competitiva. É a principal atração da mais rica e próspera economia do mundo, e seguirá sendo a mais valiosa liga do planeta, no mínimo, por mais algumas décadas”, explicou Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana.

A NFL é considerada uma das principais ligas esportivas do mundo, com um valuation de R$ 803 bilhões, e o Brasil é o segundo país com a maior base de fãs da liga fora dos EUA, atrás apenas do México. Não à toa, todos os 47 mil ingressos colocados à venda, incluindo camarotes de luxo, que variavam entre R$ 5 mil a R$ 30 mil, foram esgotados em poucos minutos, com um terço de estrangeiros presentes no evento.

De acordo com números divulgados, os turistas gastaram R$ 3.355,73 em média, e ficaram três dias na cidade. Também foi confirmado um aumento de 133% na emissão de passagens aéreas dos EUA.

“Foi uma oportunidade incrível poder contar com um evento tão grande quanto a NFL em nossos espaços, além de ter sido uma oportunidade excelente do ponto de vista financeiro. O jogo da NFL no Brasil provou ser um produto mais rentável que final da Copa Libertadores”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality.

Outro dado extremamente relevante: a NFL foi o segundo evento que mais movimentou dinheiro em São Paulo, ficando atrás apenas da Fórmula 1, que movimentou R$ 1,2 bilhão. Carnaval, com R$ 201 milhões, e Réveillon, com 140 milhões, ficaram para trás.

Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência que comercializou pacotes de viagem para o duelo no Brasil, explica: “Essa realização de jogos em outros países, como Brasil e agora a Espanha, é uma estratégia que expande o alcance da competição e gera milhões para a economia local”.

“Nos últimos anos, o futebol americano tem atravessado um processo de internacionalização que alavancou o esporte exponencialmente. Além da NFL, o College (futebol americano universitário) também passou a explorar partidas em centros importantes da Europa, como Dublin, e agora chega à América do Sul com um jogo oficial no Rio de Janeiro“, afirmou Bruno Guilherme, CEO da Brasil Sports Business, empresa organizadora do confronto entre Virginia Cavaliers e NC State Wolfpack, evento que projeta um impacto econômico de R$ 400 milhões durante a semana do jogo.

NFL: a liga mais rica do mundo

A NFL é considerada a maior liga do mundo. O total de receitas obtidas com a competição em 2023 foi de US$ 18,7 bilhões (R$ 101,73 bilhões), de acordo com dados da Deloitte Annual Review of Football Finance.

As que mais se aproximam, ainda que distantes, são outras duas ligas norte-americanas: a Major League Baseball (MLB) e a National Basketball Association (NBA), ambas com US$ 10,9 bilhões (R$ 59,3 bilhões).

“Imagine que além da NFL, temos ainda outras duas ligas americanas, de baseball e de basquete. De alguma forma, é um recado para o futebol que ainda existe a necessidade de mudança, pois outros esportes criaram ao longo dos anos uma forma de entretenimento superior, isto é inegável, e consequentemente, resulta em uma receita infinitamente superior“, aponta Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.

A primeira e única liga de futebol que aparece no Top-5 é a Premier League, da Inglaterra, com receitas de 7,4 bilhões, à frente da National Hockey League (NHL), com 6,9 bilhões. Por outro lado, as quatro principais ligas de futebol do mundo, somadas, não superam a NFL. Bundesliga, da Alemanha, teve receitas em 2023 de 4,1 bilhões, seguido pela La Liga, da Espanha, com 3,8 bilhões, e Série A Italiana, com 3 bilhões.

Deste montante da liga de futebol americano, US$ 2,35 bilhões (R$ 12,79 bilhões) foram arrecadados em receitas somente com patrocínio nesta temporada, um aumento de 15% em relação à campanha anterior, de acordo com um estudo da SponsorUnited.

“Essas partidas em outros países e continentes têm se mostrado uma nova alternativa de esporte em lugares bem projetados, com palcos excelentes para receber um evento desta magnitude, como foi o caso do Brasil e agora do Bernabéu, e uma grande oportunidade para aprender com quem mais sabe fazer marketing esportivo“, afirmou Sergio Schildt, presidente da Recoma e vice-presidente da Abriesp.

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Felipe Pjevac

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