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Publicado 25/01/2025 • 17:57
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Foto de uma família
Reprodução Pexels
Líderes empresariais e financeiros de sucesso têm algo em comum além de suas carreiras: o compromisso em educar seus filhos sobre finanças desde cedo. Para muitos, a formação financeira vai além de lições teóricas, envolvendo práticas reais, aprendizados com erros e até reflexões profundas sobre herança.
Eric Malka, fundador da marca The Art of Shaving, viveu um momento decisivo ao vender sua empresa para a Procter & Gamble por US$ 60 milhões. Ele percebeu que o foco no curto prazo, essencial ao empreender, não funciona para quem precisa gerenciar investimentos. “Quando um empreendedor como eu tem a sorte de passar por um evento de liquidez, somos confrontados com o desafio de administrar ativos sem o treinamento adequado,” afirma Malka.
Após essa virada de chave, ele mergulhou no aprendizado sobre investimentos. Fez cursos de gestão de riqueza, leu livros sobre o tema e montou um portfólio diversificado que inclui ações, títulos, private equity e imóveis. Hoje, cerca de 10% de seus investimentos estão em ativos de maior risco.
Esse aprendizado moldou a maneira como ele educa seus filhos, de 14 e 16 anos, sobre dinheiro. Um episódio marcante aconteceu quando o filho mais velho quis investir uma parte de suas economias em operações de futuros de câmbio, acreditando que poderia alcançar retornos de 20% ao mês. O resultado? Uma perda de 40%. “Odeio preparar meu filho para falhar, mas às vezes as lições aprendidas com as perdas são mais valiosas do que as de um sucesso,” diz Malka.
Dayssi Olarte de Kanavos, cofundadora da Flag Luxury Group, adota uma abordagem prática. Ela e o marido começaram cedo a introduzir conceitos financeiros para os filhos. Durante o ensino fundamental, eles alocaram uma quantia de baixo risco para que as crianças escolhessem ações de empresas como Apple, Amazon, Google e Alibaba. A cada ano, adicionavam mais recursos ao “ninho de investimentos,” incentivando-os a manter o dinheiro no mercado.
Essa experiência reflete sua própria filosofia empresarial, focada em estratégias de longo prazo. “O setor imobiliário me ensinou a ter paciência,” afirma Dayssi. Ela também sugere que os pais incentivem os filhos a explicar suas escolhas de investimento para desmistificar o tema e torná-lo emocionante.
Gregory Van, CEO da plataforma de investimentos Endowus, acredita no uso de exemplos práticos. Pai de três filhos pequenos, ele os introduz ao conceito de trade-offs financeiros desde cedo. “Pergunto: ‘Se investirmos US$ 100 e ele cair para US$ 30 no próximo ano, como você vai se sentir?’ ou ‘Você prefere gastar US$ 100 hoje com um brinquedo ou ter US$ 200 em 10 anos?’” Essas reflexões ajudam as crianças a desenvolver paciência e a entender os benefícios da gratificação adiada.
Van também montou carteiras de investimento para cada filho, compostas principalmente por presentes recebidos em datas comemorativas, como o Ano Novo Chinês. Ele compartilha o desempenho dessas carteiras com as crianças, destacando tanto os ganhos quanto as perdas, para incentivá-las a acompanhar os resultados.
A abordagem em relação a heranças é um tema delicado entre famílias ricas. Muitos membros da rede Tiger 21, composta por indivíduos com patrimônio elevado, preferem adiar a conversa até que os filhos atinjam cerca de 30 anos e estejam estabelecidos profissionalmente. Outros, porém, acreditam que iniciar o diálogo na adolescência pode preparar os jovens para se tornarem gestores responsáveis de seu futuro patrimônio.
“O objetivo é que os filhos levem uma vida produtiva e independente, sem que o conhecimento sobre a herança os desvie do caminho,” explica Michael Sonnenfeldt, fundador da Tiger 21. Ele recomenda conversas abertas e baseadas em valores sobre dinheiro e investimento, independentemente do momento escolhido.
Malka ressalta a importância de ensinar habilidades básicas de gestão financeira, como orçamento. Ele dá aos filhos uma mesada fixa mensal para aprenderem a gerenciar seus próprios gastos. No início, eles gastavam o valor em poucos dias, mas, com o tempo, passaram a administrar melhor o dinheiro. “Agora, depois de oito meses, eles realmente estão gerenciando bem. Acho que eles nem percebem que estão adquirindo uma habilidade,” comenta.
Dayssi concorda e sugere que as mesadas comecem no ensino fundamental, para ensinar sobre decisões financeiras e as consequências de suas escolhas. Ela também recomenda ensinar conceitos como juros, poupança e a diferença entre dívidas boas e ruins à medida que as crianças crescem.
Além de herança e investimentos, líderes como Roshni Mahtani Cheung, fundadora da The Parentinc, priorizam o planejamento financeiro de longo prazo. Ela e o marido abriram uma conta de depósito fixo para a filha de oito anos, usando presentes recebidos em festividades como o Ano Novo Chinês. “Meu objetivo é que ela cresça financeiramente segura e confiante,” afirma.
O consenso entre esses líderes é claro: educar financeiramente os filhos desde cedo os prepara para um futuro de decisões conscientes e independência financeira.
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