Tarifas dos EUA: Brasil pode ser afetado, mas também pode se beneficiar, afirma especialista
Publicado 19/03/2025 • 06:47 | Atualizado há 7 horas
Publicado 19/03/2025 • 06:47 | Atualizado há 7 horas
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A OCDE revisou para baixo a previsão de crescimento global para 2025, ajustando a expectativa de 3,3% para 3,1%, com destaque para o impacto das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
Daniel Cassetari, especialista em comércio exterior, explicou em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC que as tarifas podem afetar diversos setores da economia global, especialmente o Brasil, onde o aço é um dos principais produtos exportados. Segundo ele, o impacto dessas tarifas é difícil de prever, uma vez que ainda não se sabe exatamente quais produtos serão afetados e qual será a extensão dessas medidas.
“É lógico que vai haver impacto negativo decorrente das tarifas impostas por Donald Trump. Agora, o tamanho desse impacto ainda está pendente. Ninguém consegue saber direito ainda qual tarifa será aplicada, sobre quais produtos, e durante quanto tempo. Ele [Trump] tem um comportamento impulsivo, então não é possível prever com certeza”, declarou.
O especialista mencionou também que, em muitos casos, essas medidas são parte de uma estratégia interna dos EUA, com o objetivo de controlar setores como a construção civil e o mercado imobiliário. “Eu acredito que isso é uma estratégia para outros problemas que os Estados Unidos vêm enfrentando, como a crise no mercado imobiliário”, afirmou.
Cassetari também ressaltou a complexidade do impacto das tarifas no Brasil. O Brasil exporta cerca de 48% do aço produzido para os Estados Unidos, e as tarifas podem afetar diretamente esse mercado. “O aço que o Brasil manda para os Estados Unidos é cerca de 48% do que nós produzimos, então, com certeza, haverá um impacto”, comentou ele.
Além disso, ele ressaltou que, embora os EUA possam enfrentar um aumento na inflação devido ao aumento do custo dos produtos, países emergentes como o Brasil podem se beneficiar de uma oferta maior de aço para outros mercados, como a China.
“Países que consomem muito aço, como a China, que importa muito do Brasil, podem se beneficiar com a redução de preços”, explicou Cassetari. “Isso pode ajudar a diminuir a pressão sobre a inflação, o que é benéfico para países como o Brasil, que enfrentam desafios econômicos”, completou ele.
Cassetari também abordou a revisão das previsões de crescimento da OCDE, que apontou uma desaceleração nas economias dos Estados Unidos, Canadá e México, afetados pela guerra comercial com os EUA. No entanto, ele observou que a China teve uma revisão positiva da sua previsão de crescimento, passando de 4,7% para 4,8%.
“A China se beneficia dessa situação, pois está adotando uma política econômica agressiva que permite à nação comprar aço a preços mais baixos e, com isso, oferecer seus produtos mais baratos”, disse Cassetari.
Por fim, ele destacou que, apesar da revisão para baixo das previsões de crescimento para o Brasil, o país ainda tem vantagens competitivas. “O Brasil tem o setor agropecuário muito forte, além de vastos recursos minerais, como o minério de ferro, o que ajuda a manter o país no caminho do crescimento”, concluiu Cassetari.
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