‘Brasil pode ganhar espaço na moda americana com tarifaço, mas precisa avançar em competitividade’, diz diretor da Abit
Publicado 23/04/2025 • 13:26 | Atualizado há 3 dias
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Publicado 23/04/2025 • 13:26 | Atualizado há 3 dias
KEY POINTS
No comércio internacional, o aumento das tarifas americanas sobre produtos asiáticos pode se transformar em uma oportunidade estratégica para a indústria de moda do Brasil. Com a aplicação de sobretaxas a itens vindos da Ásia, as exportações brasileiras ganham maior competitividade no mercado dos Estados Unidos, um dos maiores do mundo.
Em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, nesta quarta-feira (23), Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), avaliou o impacto da medida para o setor nacional.
“A situação que estamos vivendo hoje abre espaço para que a moda brasileira ganhe protagonismo no mercado norte-americano. No entanto, é preciso ter cautela: você não conquista um mercado da noite para o dia”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil exportou cerca de US$ 68 milhões em produtos de moda para os EUA em 2024, com forte presença em nichos valorizados internacionalmente. Ainda assim, Pimentel alerta que, para alcançar uma fatia mais expressiva desse mercado, é essencial investir em infraestrutura, produtividade e estratégia comercial.
“Existe, sim, uma ótima oportunidade. Mas precisamos estar preparados para aproveitá-la”, completou.
Pimentel destacou que um dos principais entraves à competitividade da indústria nacional é o chamado “Custo Brasil”, um conjunto de ineficiências estruturais que encarece a produção no país.
“Estudos realizados com diversas associações dentro do Movimento Brasil Competitivo estimam que o Custo Brasil represente quase R$ 2 trilhões a mais por ano em comparação à média dos países da OCDE. Isso inclui questões como insegurança jurídica, encargos sobre o emprego formal, infraestrutura precária e segurança pública.”
Para ele, a prioridade número um da agenda nacional deve ser o avanço de reformas estruturantes que reduzam esses entraves. Além disso, defende o fortalecimento das relações comerciais do Brasil com o exterior.
“Não temos acordos com os Estados Unidos como têm México e Canadá. Estamos negociando com a União Europeia via Mercosul, mas também precisamos buscar diálogos bilaterais que reduzam tarifas e criem oportunidades reais para nossos produtos.”
Os números reforçam o potencial: em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 113 bilhões em produtos têxteis e confeccionados. A China respondeu por US$ 28 bilhões desse total, enquanto o Brasil contribuiu com apenas US$ 68 milhões.
“Mesmo que dobrássemos nossa produção nos próximos 12 meses, o que seria uma façanha, ainda assim estaríamos muito distantes de ocupar uma parcela significativa desse mercado. Por isso, é fundamental avançarmos na agenda da competitividade para enfrentar a concorrência internacional, tanto aqui dentro quanto lá fora”, concluiu.
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