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Tyler Li, presidente da BYD Brasil: “Com fábrica no país, preços ficarão mais competitivos”
Publicado 12/05/2025 • 17:19 | Atualizado há 5 meses
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Publicado 12/05/2025 • 17:19 | Atualizado há 5 meses
KEY POINTS
Divulgação
No primeiro trimestre deste ano, 39.924 eletrificados saíram das concessionárias, alta de 10,6% sobre o mesmo período de 2024 (36.090). A chinesa BYD tem parte nisso. Começou a comercializar seus eletrificados no Brasil em novembro de 2021. O setor automotivo não é apenas um propulsor industrial, mas também elemento chave do comércio à prestação de serviços.
A Agência DC News entrevistou Tyler Li, presidente da BYD (Build Your Dreams). De acordo com ele, a companhia está “muito otimista com o Brasil” nos próximos anos, apesar do cenário macroeconômico desafiador. Ele também disse que o consumidor pode esperar preços atrativos com o início das operações na fábrica brasileira, prevista para acontecer este ano – valores diferenciados já são uma marca da BYD.
Confira a entrevista na íntegra:
O início das operações da fábrica na Bahia já foi alterado duas vezes. Já tem uma nova data definida?
A fábrica terá o início de suas operações ainda neste ano, em data exata a ser divulgada oportunamente.
O grupo também anunciou um cronograma de contratações de 10 mil trabalhadores ao longo do ano, sendo 2 mil em janeiro. Essas primeiras vagas foram abertas?
As contratações têm ocorrido semanalmente. Nossa fábrica trará empregos locais, impulsionará investimentos e trará grandes oportunidades de desenvolvimento. Levaremos inovação e tecnologia para transformar Camaçari no Vale do Silício da América do Sul. Temos certeza de que nossa chegada estimulará a vinda de outras grandes empresas e esperamos ter 20 mil funcionários quando a fábrica estiver em pleno funcionamento. Em breve vamos anunciar o cronograma detalhado de contratações.
Qual será o primeiro carro nacional?
O BYD Song Pro será o primeiro híbrido plug-in flex fabricado no Brasil utilizando eletricidade e etanol, combustível renovável produzido nacionalmente.
Qual sua previsão para o mercado automotivo neste ano e para a BYD em particular?
A BYD tem uma visão otimista para o mercado como um todo. A demanda por veículos eletrificados segue em alta, impulsionada pela crescente conscientização ambiental e pelo desejo do consumidor por um carro cada vez mais tecnológico. Já ultrapassamos a marca de 100 mil unidades vendidas em menos de três anos. Esperamos continuar expandindo a participação de mercado com a ampliação da rede de concessionárias e o início da produção na fábrica de Camaçari.
A marca conquistou mercado rapidamente com a oferta de produtos de alta tecnologia e preços competitivos. Com a produção local, essa política vai mudar?
A estratégia de preços acessíveis aliada à alta tecnologia continua sendo um pilar da BYD. A produção local permitirá maior controle de custos e maior competitividade, sem comprometer a proposta de oferecer veículos inovadores a preços justos. A empresa seguirá investindo em pesquisa e desenvolvimento para entregar produtos alinhados às necessidades do consumidor brasileiro.
Qual sua avaliação sobre o cenário macroeconômico brasileiro de juros em alta, dólar valorizado, previsão de PIB menor que em 2024, questão fiscal indefinida e desconfiança por parte de investidores? Atrapalha os planos de inauguração da fábrica na Bahia?
Apesar de todas as dificuldades apresentadas, a BYD vê o Brasil com muito otimismo nos próximos dois anos. Particularmente para nós, será um período de alta produtividade, com o início da nossa produção nacional, a criação de uma rede de fornecedores local, a expansão de concessionárias e a instalação de centros de pesquisa e desenvolvimento.
No Brasil, entre 50% a 70% das vendas são financiadas. Com o crédito mais caro, o que a marca fará para atrair consumidores?
A BYD sempre busca alternativas para tornar seus veículos mais acessíveis, como parcerias estratégicas com bancos, taxas subsidiadas em determinados modelos e programas de fidelização. Neste ano, por exemplo, oferecemos IPVA grátis para todo o Brasil, e tem sido bem recebido pelos brasileiros que sonham em ter a experiência de possuir um veículo eletrificado. Não podemos deixar de destacar, ainda, que a expansão da produção local ajudará a reduzir custos e tornar os preços mais competitivos.
Como o senhor vê o ambiente hostil com as marcas da China? A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) avalia entrar com processo antidumping, por exemplo.
A BYD entende que a concorrência é um fator natural do mercado e está preparada para atuar de forma ética e competitiva. A empresa mantém diálogo com autoridades e segue cumprindo as normas e regulamentos nacionais. A confiança na qualidade e na proposta de valor dos nossos produtos segue como diferencial para continuar conquistando consumidores.
A Anfavea e o Sindipeças divulgaram notas manifestando preocupação com a chegada ao Brasil de navios com cargas superiores a 5 mil veículos da BYD nos últimos meses. As entidades dizem que a importação ‘sem precedentes’ de elétricos e híbridos representa risco para a cadeia automotiva local. Isso incomoda?
Nós também divulgamos uma nota informando que os estoques de veículos importados têm como objetivo atender à crescente demanda do mercado até que a produção local seja iniciada. A expansão da empresa inclui não apenas a fabricação de veículos, mas um robusto plano de desenvolvimento tecnológico e sustentável, alinhado às diretrizes do Programa Mover (do governo federal) e ao compromisso com a transição energética do setor.
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Outro ataque recente das montadoras tradicionais é o pedido que a BYD teria encaminhado ao governo para reduzir taxas de importação de SKD (veículo semidesmontado) e CKD (veículo totalmente desmontado). Como o senhor vê essa reação?
Não vamos comentar sobre isso, mas aproveito para reforçar que benefícios fiscais foram fundamentais para a implantação da fábrica da BYD em Camaçari, onde estamos investindo R$ 5,5 bilhões para construir o maior polo industrial fora da China. Eles também são essenciais para manter a competitividade da região Nordeste. Sem esse tipo de incentivo, o Sudeste acabaria concentrando ainda mais a produção da indústria automotiva, comprometendo a geração de empregos industriais no Nordeste.
O episódio envolvendo a contratação de trabalhadores em condições análogas à escravidão por uma empresa terceirizada para obras na fábrica baiana afeta a imagem da marca?
A BYD repudia qualquer prática que viole os direitos trabalhistas e agiu imediatamente para solucionar o caso. Reforçamos nossos processos de auditoria e controle sobre fornecedores para garantir que todas as operações estejam alinhadas com os mais altos padrões éticos e legais. O episódio não reflete os valores da BYD e medidas corretivas já foram implementadas.
A relação entre China e Estados Unidos pode mudar algo estratégico da marca no Brasil?
O mercado brasileiro segue como uma prioridade estratégica e a BYD buscará manter sua competitividade independentemente do cenário geopolítico.
Esse plano de investimento de R$ 5,5 bilhões pode ser alterado em razão de questões econômicas nacionais e globais?
A BYD veio trazer investimentos e tecnologia para o Brasil. O investimento é parte de um plano de longo prazo para fortalecer a presença da BYD no país, reduzir custos logísticos e ampliar sua competitividade no mercado nacional e regional, abrindo caminho para um processo de reindustrialização nacional, baseado em inovação e tecnologia, com a criação de dezenas de milhares de empregos.
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