‘Alta do desemprego tem forte influência sazonal’, diz economista da CM Capital

Publicado 16/05/2025 • 13:06 | Atualizado há 13 horas

KEY POINTS

Segundo ele, o comportamento da taxa já era esperado.
“Antes da reforma, algumas formas de trabalho acabavam se confundindo entre o que era informal e o que não era”, disse.
Em contrapartida, as quedas mais significativas no desemprego foram observadas em locais com mercados mais enxutos.

O aumento da taxa de desemprego no Brasil nos primeiros meses de 2025 tem forte influência de fatores sazonais, afirmou o economista da CM Capital, Matheus Pizzani, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, nesta sexta-feira (16), ao comentar os dados divulgados pelo IBGE sobre desemprego, informalidade e subemprego no primeiro trimestre do ano.

Segundo ele, o comportamento da taxa já era esperado.

“Esse aumento do desemprego no início do ano é sazonal. Todo ano esperamos esse movimento, especialmente nos primeiros meses, quando há uma transição após o pico de contratações no final do ano, sobretudo nos setores de serviços e varejo”, explicou Pizzani.

Ele acrescentou que esse padrão ficou ainda mais evidente após a implementação da reforma trabalhista, que modificou modalidades de contratação.

“Antes da reforma, algumas formas de trabalho acabavam se confundindo entre o que era informal e o que não era”, disse.

Ao analisar os dados regionais, Pizzani destacou que os Estados com maiores taxas de desemprego são justamente aqueles com mercados de trabalho mais amplos e economia fortemente apoiada no setor de serviços.

“Esse processo de transição entre o final e o início do ano é mais intenso nessas regiões”, afirmou.

Em contrapartida, as quedas mais significativas no desemprego foram observadas em locais com mercados mais enxutos.

“É como se multiplicássemos por menos um. São regiões com menor densidade populacional, o que torna a dinâmica do mercado de trabalho mais contida”, avaliou.

Sobre a informalidade, Pizzani disse que o cenário guarda semelhanças com o do desemprego.

“Em economias mais robustas, baseadas no setor de serviços, costuma surgir um ecossistema que contempla tanto vagas formais quanto informais. Isso atende a uma população que demanda uma cesta diversificada de bens e serviços”, concluiu.

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