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Sem citar Trump, PT defende desdolarização e destaca protagonismo do Brasil no Brics
Publicado 14/07/2025 • 09:52 | Atualizado há 7 horas
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Publicado 14/07/2025 • 09:52 | Atualizado há 7 horas
KEY POINTS
PT não cita Trump mas faz várias referências devido ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA.
Reprodução/Instagram/@ptbrasil
Em declaração publicada no domingo (13) em seu perfil oficial no Instagram, o Partido dos Trabalhadores (PT) lembrou algumas falas ditas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo a necessidade de avançar na desdolarização das relações comerciais entre os países do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A mensagem foi publicada sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pivo da crise diplomática com o Brasil, no qual anunciou tarifar os produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto.
“O mundo precisa encontrar um jeito de que nossas relações comerciais não precisem passar pelo dólar… obviamente, temos que ser responsáveis e fazer isso com cuidado”, afirma o partido, citando o presidente brasileiro em relação à postura que o Brasil deve ter em relação à reação norte-americana.
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O Brics, grupo de países que representam quase metade da população e da força econômica mundial, tem uma proposta de criar uma moeda única para desdolarizar a economia dos seus países, reduzindo a dependência da moeda dos EUA.
Citando outra frase de Lula, o PT destaca que a desdolarização não é somente uma mudança econômica, mas também uma ação política estratégica. “É um novo jeito de a gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo… não queremos mais um mundo tutelado… não queremos mais desrespeito à soberania.”
“Um novo tempo exige coragem para mudar. E o Brasil está pronto para liderar esse caminho”, afirma o PT.
Confira a publicação:
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar publicamente o Brics e afirmou que os países integrantes do bloco deverão pagar uma tarifa adicional de 10%. Segundo ele, o Brics foi criado para prejudicar os Estados Unidos e substituir o dólar como moeda padrão do comércio internacional.
Em declaração transmitida pela CNBC, Trump afirmou que qualquer país que se alinhar ao que classificou como “políticas antiamericanas” do Brics será submetido à tarifa extra. “Eles terão que pagar 10% se estiverem no Brics, porque o Brics foi criado para nos prejudicar. Foi criado para degenerar nosso dólar”, disse.
O presidente norte-americano ressaltou que o dólar não perderá seu status enquanto estiver no comando. “Se tivermos um presidente estúpido como o último, perderemos o padrão. Se perdermos o padrão mundial do dólar, será como perder uma guerra mundial”, afirmou. “O dólar é soberano e vamos manter desse jeito. Quem quiser desafiar isso, terá que pagar um preço alto”, completou.
A criação de uma nova moeda de comércio para o Mercosul alternativa ao dólar vem sendo defendida constantemente pelo presidente Lula.
No início do mês, durante a cerimônia de abertura do 10º Encontro Anual do Conselho de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), também conhecido como o Banco dos Brics, Lula afirmou que a instituição de uma nova moeda de comércio “é um processo complicado, mas importante”.
“A discussão sobre a necessidade de uma nova moeda de comércio é extremamente importante. É complicado, eu sei. Tem problemas políticos, eu sei. Mas se a gente não encontrar uma nova fórmula, a gente vai terminar o século XXI igual a gente começou o século XXI. E isso não será benéfico para a humanidade”, defendeu.
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Em entrevista para a TV BRICS em novembro do ano passado, o Ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, creditou ao presidente Lula a ideia de criar um sistema de pagamento para o Brics alternativo ao dólar.
“Foi o presidente Lula da Silva, na cúpula do Brics em Joanesburgo, no ano passado, que iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos”, disse à época.
“Como já disse, houve progresso, mas é preciso levá-lo à sua conclusão lógica para que surjam mecanismos prontos para serem usados. Não tenho dúvidas de que nossos colegas brasileiros dedicarão o máximo de energia a essa questão”, acrescentou.
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