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Petróleo, poder e urânio: o Irã na contramão dos países produtores de petróleo
Publicado 23/06/2025 • 18:05 | Atualizado há 3 semanas
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Publicado 23/06/2025 • 18:05 | Atualizado há 3 semanas
Enquanto seus vizinhos produzem petróleo e evitam o átomo, Teerã cava bunkers, instala centrífugas, enriquece uranio a níveis nada pacíficos e sobe o tom militar.
Vejamos porque a menos que esteja muito preocupado com meio ambiente e o futuro da população mundial, soa nada convincente sua retorica de nuclear para fins pacíficos.
Com base em dados da OPEP e estimativas atuais de produção, os países produtores de petróleo têm fôlego prolongado. A Arábia Saudita pode seguir extraindo petróleo por mais de 75 anos. O Iraque, 90. O Irã, 125. Mesmo a Argélia, com apenas 12 bilhões de barris, tem mais de 30 anos pela frente.
Tabela 1- Estimativas de duração das reservas (produção e consumo constante, sem novas descobertas):
Essa abundância afasta a ideia de escassez ou emergência energética. A diversificação — quando há — mira em fontes renováveis como eólica, solar ou gás natural, não em uranio ou plutônio.
Como exceção, o país árabe produtor de petróleo que possui uma usina nuclear é os Emirados Árabes Unidos. A usina de Barakah, localizada em Abu Dhabi, é a primeira usina nuclear do mundo árabe. Em março de 2019, o Catar apresentou uma carta de reclamação à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a usina nuclear de Barakah, manifestando preocupações sobre sua segurança e falta de cooperação com os estados regionais no projeto, bem como que representa uma séria ameaça à estabilidade regional e ao meio ambiente. Os Emirados Árabes Unidos negaram que existam problemas de segurança com a usina, afirmando que Barakah adere aos mais altos padrões de segurança nuclear.
Atualmente o Irã tem apenas uma usina nuclear em funcionamento, na cidade portuária de Bushehr. A central foi construída na década de 1970, inicialmente com a ajuda de empresas alemãs e posteriormente concluída com assistência russa.
"Devemos atingir a capacidade de produção de 20 mil megawatts de energia nuclear no país" até o ano 2041, disse Eslami durante uma viagem à região com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi. O que equivale a 90 bilhões de kWh por ano considerando 50% de fator de capacidade, ou 27% do consumo anual.
Apenas cinco países — EUA, França, China, Rússia e Coreia do Sul — possuem atualmente mais de 20 mil megawatts de capacidade nuclear instalada.
Consumo total - O Irã consumiu 335,18 bilhões de kWh de eletricidade, com uma produção total de 375,71 bilhões de kWh
Fontes de energia - A produção de eletricidade no Irã é majoritariamente baseada em combustíveis fósseis, com 94% da geração proveniente deles. O gás natural é a principal fonte, representando cerca de 81% da geração
Importação e exportação - O Irã também importa e exporta eletricidade, com 3,14 bilhões de kWh importados e 5,72 bilhões de kWh exportados
Usinas nucleares civis requerem urânio enriquecido entre 3% e 5%. O Irã chegou a 60% e testou até 83,7%. Dificilmente isso seria um erro de cálculo, com certeza é um ensaio técnico para um 'breakout nuclear' — capacidade de armar ogivas em curto prazo.
A infraestrutura é robusta. Desde os anos 1970, com apoio europeu e depois com autonomia forçada, o Irã desenvolve tecnologia nuclear. Após a Revolução Islâmica, ocultou parte dos programas. A partir de 2002, quando o complexo de Natanz foi revelado, o país passou a expandir seu arsenal técnico sob crescente vigilância da AIEA — e sob ainda mais camadas de concreto.
O Irá não investe em algumas poucas unidades para estudo e pesquisa. O investimento é macoço em muitas unidades de pesquisa e produção em larga escala e algumas são fortemente protegidas e escondidas, de quase impossível acesso.
As principais usinas e centros de pesquisa estão localizados em:
Vamos dar destaque para Fordow, recém bombardeada pelos EUA.
A usina nuclear de Fordow, escondida sob 90 metros de rocha na região de Qom, é mais do que uma instalação técnica: é o símbolo da militarização silenciosa do programa atômico do Irã.
Construída em segredo e revelada ao mundo apenas em 2009, Fordow foi concebida como reserva estratégica subterrânea — fora do alcance de mísseis, drones e inspeções externas. Sua localização foi pensada para resistir a um ataque israelense. Sua função, para ultrapassar a linha entre o civil e o militar.
A usina abriga hoje cerca de 2.700 centrífugas (capacidade total: 3.000), com potencial de enriquecimento de urânio em altos teores, próximos do limiar necessário para armas nucleares. Tudo isso protegido por sistemas antiaéreos e perímetro militar.
Enquanto o Irã insiste em rotular suas operações como “pacíficas”, Fordow se impõe como uma fortaleza atômica — um bunker técnico, político e ideológico. Sua construção sob uma montanha é a metáfora exata: o programa iraniano não busca luz, mas sombra. E Fordow é o seu cofre.
O investimento, embora não declarado oficialmente, gira em torno de dezenas de bilhões de dólares ao longo das décadas, em um esforço persistente mesmo sob sanções econômicas.
A seguir, mapa com as principais instalações petrolíferas e nucleares iranianas, segundo a AIEA e agências de inteligência ocidentais:
O programa atômico iraniano não é apenas técnico — é retórico. A liderança do país repete mantras sobre eliminar Israel, desafiar os EUA, resistir ao Ocidente. O discurso militar se entrelaça com a engenharia nuclear. O Irã quer ser temido — e sobreviver.
Aliados e simpatizantes do regime iraniano argumentam:
Mas esquecem ou não quiseram avaliar que:
O Irã possui petróleo de sobra. Não precisa do átomo para manter as luzes acesas. Mas o quer — e o persegue — por outro motivo: poder.
Enquanto os países produtores de petróleo bombeiam petróleo e gás, o Irã aprofunda túneis e ameaça declaradamente os seus inimigos. E em meio a barris e centrífugas, torna-se, cada vez mais, um Estado à beira do átomo — não da paz.
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