O novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, deve defender nesta segunda-feira (9) um “salto qualitativo” nas capacidades de defesa da aliança, incluindo um aumento de 400% nos sistemas de defesa aérea e antimísseis, para proteger os países membros contra ameaças da Rússia.
“Vemos na Ucrânia como a Rússia impõe o terror pelo ar. Por isso, fortaleceremos o escudo que protege nossos céus”, afirma Rutte em discurso no centro de estudos Chatham House, em Londres, segundo trechos divulgados à imprensa.
O apelo ocorre às vésperas da cúpula da OTAN, que será realizada neste mês na Holanda. Antes do discurso, Rutte se reunirá com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, é o segundo encontro entre os dois desde que o líder trabalhista assumiu o cargo, em julho de 2024.
Pressão por mais gastos militares
As declarações de Rutte coincidem com a crescente pressão dos Estados Unidos por maiores investimentos em defesa. O presidente norte-americano, Donald Trump, vem exigindo que os membros da aliança aumentem seus orçamentos militares para o equivalente a 5% do PIB — mais que o dobro da meta atual de 2%.
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O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse na semana passada que os países da OTAN estão próximos de um acordo para adotar essa nova meta, que pode ser formalizada na cúpula em Haia. Segundo ele, a proposta prevê 3,5% do PIB para gastos diretamente militares e 1,5% para infraestrutura e outras atividades relacionadas à defesa.
“Essa combinação representa um compromisso real. Acreditamos que todos os países podem fazer sua parte”, afirmou Hegseth.
Resposta à ameaça russa
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, os países da OTAN têm buscado reforçar suas capacidades militares. Rutte deve alertar que, mesmo com o fim do conflito, a ameaça representada pela Rússia continuará presente.
“Precisamos de mais forças e mais equipamentos para implementar plenamente nossos planos de defesa”, dirá ele. “Nossos exércitos também necessitam de milhares de veículos blindados, tanques e milhões de projéteis de artilharia.”
Na semana passada, o Reino Unido anunciou a construção de até 12 submarinos nucleares de ataque e seis fábricas de munição, como parte de uma estratégia para rearmar o país frente aos riscos representados pela Rússia. O governo Starmer também prometeu elevar os gastos com defesa para 2,5% do PIB até 2027, embora ainda não tenha definido um cronograma claro para novos aumentos.
Reação de Moscou
As declarações de Rutte foram rapidamente rebatidas por Moscou. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a OTAN “se revela um instrumento de agressão e confronto”.
Rutte concluirá seu discurso com um chamado à modernização da aliança: “A OTAN precisa se tornar uma aliança mais forte, mais justa e mais letal.”
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