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Capital Político Eduardo Gayer

Com desembarque do Centrão, Lula dobra aposta na esquerda para as próximas eleições ao nomear Boulos como ministro palaciano

Publicado 20/10/2025 • 21:02 | Atualizado há 2 horas

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Eduardo Gayer

Eduardo Gayer é analista de Política e Economia do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC. Formado em Jornalismo pela PUC-SP e em História pela USP, tem extensão em jornalismo econômico pela FGV-SP. Antes de ingressar na TV, foi subeditor da Coluna do Estadão e repórter no Broadcast, acompanhando política e mercado financeiro. Cobriu in loco a guerra na Ucrânia e os mais importantes fóruns multilaterais no exterior dos últimos anos, como G-7, G-20, CELAC e Mercosul.

KEY POINTS

  • Enquanto assiste ao desembarque gradual do Centrão de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu como resposta dobrar a aposta na esquerda e nomear o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O pano de fundo são as próximas eleições presidenciais.
  • Boulos vai despachar no Palácio do Planalto, a um andar de distância do presidente, e participará das discussões centrais do governo daqui para frente. Nos bastidores, a expectativa é que o filiado ao PSOL e crítico contumaz ao mercado financeiro endosse pautas como redução da taxa de juros e o fim da escala 6x1.
  • Lula instruiu o novo ministro a reorganizar a relação do governo com os movimentos sociais para as eleições de 2026, com atenção especial aos jovens.

Enquanto assiste ao desembarque gradual do Centrão de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu como resposta dobrar a aposta na esquerda e nomear o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O pano de fundo são as próximas eleições presidenciais.

Boulos vai despachar no Palácio do Planalto, a um andar de distância do presidente, e participará das discussões centrais do governo daqui para frente. Nos bastidores, a expectativa é que o filiado ao PSOL e crítico contumaz ao mercado financeiro endosse pautas como redução da taxa de juros e o fim da escala 6x1.

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Lula instruiu o novo ministro a reorganizar a relação do governo com os movimentos sociais para as eleições de 2026, com atenção especial aos jovens. Na prática, o presidente sinaliza que deve mergulhar na campanha com a esquerda como protagonista da coligação. Em 2022, o PT adotou o discurso de frente ampla pela democracia, ao lado de setores do mercado e de economistas que, no ano que vem, podem caminhar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicano).

De quebra, Lula monta dentro do Palácio do Planalto a equipe de sua campanha à reeleição. O ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, é o marqueteiro oficial do presidente desde a última disputa. A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) foi a coordenadora política em 2022 e deve repetir a missão. Agora chega Boulos, o deputado federal mais votado de São Paulo nas últimas eleições, mas que prometeu ao presidente que não será candidato para focar no maior objetivo da esquerda neste momento: reeleger Lula.

O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) está mais à esquerda que seu antecessor, o petista Márcio Macêdo, cuja gestão no início do governo ainda hoje é criticada até por colegas. A troca no cargo será oficializada no Diário Oficial da União desta terça-feira (21). Alvo de fritura há meses nos bastidores do PT, o ministro demitido deverá ser candidato a deputado federal em 2026.

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