BC eleva o tom sobre gastos do governo e diz que juros ficarão altos
Publicado 14/05/2025 • 08:55 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 14/05/2025 • 08:55 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
Prédio do Banco Central em Brasília.
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco Central manteve a porta aberta tanto para sustentar quanto para subir mais uma vez os juros na próxima reunião do Copom. Mas o que mais importa na ata divulgada na terça-feira (13) é que o cenário para a inflação continua incerto e isso significa que os juros permanecerão elevados por bastante tempo.
Além disso, o Copom subiu o tom nas críticas contra os gastos do governo Lula, ao afirmar que o crescimento foi mais forte nos últimos meses dado a “estímulos fiscais” e que a “política fiscal” é um dos elementos que ele considera para definir a taxa de juros.
“O comitê segue utilizando a política fiscal como insumo em sua análise e, dada a política fiscal corrente e futura, adotará a condução de política monetária apropriada para a convergência da inflação à meta”, disse o Banco Central, em um trecho inédito, na comparação com o ata anterior, de março.
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O recado sobre o estímulo fiscal derruba o argumento do Ministério da Fazenda, que diz que tem praticado uma política de contenção de despesas. Na visão do BC, ao contrário, o governo tem estimulado o crescimento econômico, o que tende a pressionar as taxas de juros.
“Um estímulo significativo nos últimos anos adveio da política fiscal. O comitê avalia que uma política fiscal que contribua para a redução do prêmio de risco e atue de forma contracíclica contribui para a convergência da inflação à meta.”
O BC também voltou a indicar que a Selic só voltará a cair quando o nível de atividade no País der sinais mais intensos de desaceleração. Tudo indica que haverá um conflito à frente com o governo Lula, que fará de tudo para manter a economia aquecida às vésperas da eleição de 2026.
“O comitê reforça que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta”, disse o BC, repetindo trecho da ata anterior.
No mercado financeiro, cada analista fará a leitura que melhor se encaixar com a sua própria aposta. Por isso, é possível entender que o BC já parou de subir a Selic, em 14,75%, como também é possível enxergar uma alta adicional de 0,25%, o que elevaria os juros para 15%.
Quem entende que o BC parou – a maioria do mercado – se apega à expressão “se manterá vigilante”, usada pela autoridade monetária para indicar manutenção dos juros.
Já quem entende que pode haver nova alta olha para o documento inteiro, que traça um cenário bastante duro para os preços, além de dizer que a próxima reunião “demanda cautela adicional e flexibilidade” para incorporar os novos dados.
Diante da incerteza internacional, o BC faz bem em deixar os dois caminhos na mesa. A Selic já se encontra em patamar bastante contracionista, superando o pior momento do governo Dilma Rousseff. E combater a alta dos preços significa não só aumentar os juros, mas mantê-los elevados por bastante tempo. Foi isso que o BC indicou em suas últimas comunicações. “Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”
Além disso, a reviravolta na disputa comercial entre EUA e China, com uma trégua de 90 dias entre os dois países, pode reverter o quadro de queda das commodities, que era um dos elementos que poderiam ajudar a reduzir a inflação no Brasil e no mundo. Dos três fatores “de baixa” indicados pelo BC, dois ficaram “ameaçados” por essa trégua.
“Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários”.
Por outro lado, o risco de apreciação do dólar, caso a economia americana sofra menos volatilidade pelas medidas de Donald Trump, pode colocar mais pressão sobre a inflação no Brasil.
“O comitê avaliou que, entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.”
Sem a ajuda da política fiscal, o BC será forçado a manter os juros altos para combater a inflação. A dúvida é como o Copom vai reagir às pressões do governo Lula, que só tendem a aumentar com a proximidade das eleições de 2026.
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