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Economia Brasileira

Indústria da construção civil desacelera este ano; o que esperar de 2026?

Publicado 17/12/2025 • 11:05 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • Sindicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo já esperava uma desaceleração em 2025.
  • A expectativa incial era de 3%, depois revisada para 2,2% – menos da metade de 2024.
  • Entre os fatores de otimismo para 2026, estão, além de juros menores, a expectativa de valor recorde para os investimentos em e programas governamentais, como o Reforma Casa Brasil e o Minha Casa, Minha Vida.

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A indústria da construção civil brasileira deve encerrar 2025 com crescimento de 1,8% no PIB, desaceleração mais intensa do que o previsto inicialmente pelo mercado. Após avançar 4,3% em 2024, o setor já esperava um ritmo menor, mas as projeções foram sendo revisadas ao longo do ano — de 3% para 2,2%, até chegar ao patamar atual.

Apesar da perda de fôlego, a avaliação do setor segue positiva. Para Yorki Estefan, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo (SindusCon-SP), 2025 foi “um ano bom, com crescimento”, ainda que impactado por juros elevados. “Temos muita esperança de que 2026 seja um ano com taxa de juros declinante”, afirmou. O Copom manteve a Selic em 15% ao ano, decisão que, segundo o setor, contribuiu para uma desaceleração “consistente” da atividade.

O vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, reforça que, embora o crescimento tenha ficado abaixo do potencial, o desempenho não caracterizou recessão. Ele destaca ainda avanços institucionais relevantes, como a Reforma Tributária e a Reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física, que ajudam a melhorar o ambiente de negócios no médio prazo.

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Crédito caro freia consumo, mas programas públicos sustentam o setor

Para 2026, o cenário é considerado mais favorável. O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue como principal motor da construção, enquanto o crédito voltado à classe média perdeu força. No cenário mais otimista do SindusCon-SP, o PIB da construção pode crescer 3,1% em 2026; no pessimista, 2,1%; e, no cenário intermediário, 2,8%, com crescimento de 2,7% para a economia como um todo.

Outro vetor de otimismo é a expectativa de investimentos recordes em infraestrutura, estimados em R$ 300 bilhões, segundo a Abdib, além de programas governamentais como o Reforma Casa Brasil. Até 30 de novembro, o MCMV somava 678 mil unidades contratadas, próximo ao volume registrado em 2024.

Por outro lado, dados do IBGE, analisados pelo SindusCon-SP e pela FGV Ibre, mostram que o consumo das famílias segue pressionado. A indústria de materiais de construção recuou 0,7% entre janeiro e outubro, após alta de 5,4% em 2024, enquanto o comércio ficou praticamente estável (-0,1%). Como 47% da demanda do setor depende diretamente das famílias, juros altos e endividamento continuam limitando o consumo.

Lançamentos e vendas crescem, apesar do crédito mais restrito

Mesmo com o ambiente financeiro adverso, o volume de lançamentos e vendas imobiliárias apresentou crescimento. Segundo a CBIC, de janeiro a outubro, foram lançadas 307,4 mil unidades, alta de 8,4%, e vendidas 312,2 mil, avanço de 5%.

Na cidade de São Paulo, dados do Secovi-SP mostram 94,1 mil unidades comercializadas, crescimento de 10%. O destaque ficou para a Faixa 2 do MCMV, que concentrou 34,5% das vendas, com expansão de 43,3%. Imóveis acima de R$ 5 milhões tiveram a maior alta percentual, mas representam menos de 1% do total.

No crédito, porém, o cenário é mais desafiador. As contratações com recursos do SBPE caíram 21,4%, segundo a Abecip. O setor agora aguarda os impactos da decisão da Caixa Econômica Federal, que voltou a permitir mais de um financiamento imobiliário por cliente.

Emprego desacelera e falta de mão de obra vira gargalo

O setor emprega atualmente 7,5 milhões de trabalhadores, sendo 3 milhões com carteira assinada. Em São Paulo, são 365 mil empregos formais. Apesar da desaceleração no ritmo de contratações, a escassez de mão de obra qualificada segue como um dos principais desafios.

Não há outro caminho a não ser o aumento da produtividade”, afirma Zaidan. A idade média dos trabalhadores gira em torno de 40 a 41 anos, sem renovação suficiente, o que pode limitar o crescimento em 2026. Além disso, o setor se prepara para a implementação da Reforma Tributária, classificada como um “ano de treinamento”, com a necessidade de operar duas contabilidades durante o período de transição.

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