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PIB desacelera mas cresce 0,4% no 2º trimestre; Consumo e indústria sobem, agro e gastos do governo recuam
Publicado 02/09/2025 • 09:16 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 02/09/2025 • 09:16 | Atualizado há 5 horas
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Plataforma de petróleo
Agência Brasil
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, já com ajuste sazonal, confirma uma trajetória de perda de ritmo, depois da expansão de 1,3% registrada entre janeiro e março.
Na comparação com o mesmo período de 2024, a economia avançou 2,2%, o terceiro resultado consecutivo de desaceleração nessa base de comparação. O acumulado em quatro trimestres, encerrados em junho, mostra crescimento de 3,2%, ainda acima da média dos últimos anos, mas em trajetória descendente. O PIB brasileiro somou R$ 3,2 trilhões no segundo trimestre.
Pela ótica da produção, o setor Serviços foi o motor do crescimento, com alta de 0,6%, sustentado por áreas como atividades financeiras (2,1%), informação e comunicação (1,2%) e transportes (1,0%). O comércio ficou estável, enquanto serviços públicos como saúde e educação recuaram 0,4%.
A Indústria cresceu 0,5%, puxada pelas indústrias extrativas, que avançaram 5,4% graças ao aumento na extração de petróleo, gás e minério de ferro.
Por outro lado, houve retração na eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos (-2,7%), na indústria de transformação (-0,5%) e na construção (-0,2%).
Já a Agropecuária caiu 0,1% em relação ao trimestre anterior, após fortes resultados anteriores. Na comparação anual, porém, o setor continua como destaque, com alta de 10,1%, refletindo safras recordes de milho, soja, arroz e algodão.
Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,5% em relação ao primeiro trimestre, apoiado pela elevação da massa salarial real, maior disponibilidade de crédito e programas de transferência de renda.
Em contrapartida, o consumo do governo caiu 0,6%, influenciado por ajustes fiscais. O dado mais negativo veio da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que representa os investimentos produtivos, com queda de 2,2%, refletindo o impacto da taxa de juros elevada sobre as decisões de empresas. A taxa de investimento ficou em 16,8% do PIB, ligeiramente acima dos 16,6% do mesmo trimestre de 2024.
No setor externo, as exportações cresceram 0,7%, enquanto as importações recuaram 2,9%, o que contribuiu positivamente para o PIB. Na comparação anual, tanto exportações (+2,0%) quanto importações (+4,4%) avançaram.
O desempenho do trimestre reflete um quadro de resiliência dos serviços e de parte da indústria, mas também uma moderação clara no ritmo da atividade econômica. Economistas avaliam que a tendência para o segundo semestre é de crescimento ainda mais fraco, com projeções que variam entre 0,1% no 3º trimestre e até queda no 4º trimestre, diante do efeito prolongado da política monetária restritiva.
Apesar da desaceleração, o resultado acumulado em 2025 ainda é positivo. No primeiro semestre, o PIB cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2024, com altas em todos os setores — agropecuária (10,1%), indústria (1,7%) e serviços (2,0%).
Para o economista André Perfeito, o resultado do PIB surpreendeu positivamente, ficando acima das estimativas do mercado. Ele destacou a continuidade do crescimento do consumo das famílias, que avançou 0,5% no trimestre e acumula alta de 3,4% em quatro trimestres.
O setor externo também chamou atenção, com exportações em alta (0,7%) e importações em queda (−2,9%), contrariando a expectativa de impacto mais forte do tarifaço. O ponto de alerta, segundo Perfeito, está nos investimentos, que recuaram 2,2% após seis altas seguidas, refletindo os efeitos da política monetária restritiva.
Pela ótica da oferta, Perfeito destacou a força de serviços e indústria, enquanto a agropecuária, mesmo com leve queda de 0,1%, segue em patamar elevado após o salto do início do ano. Na visão do economista, a resiliência da atividade deve levar o Copom a adiar cortes de juros até que haja sinais mais claros de desaceleração.
Para o economista Maikon Rodrigues, o resultado trouxe um qualitativo melhor do que o esperado, já que a agropecuária se manteve estável após o forte desempenho do início do ano, enquanto indústria e serviços mostraram avanço na margem. Ele observa que a parte mais cíclica do PIB desacelerou, reflexo do aperto monetário que pressiona setores como construção, indústria de transformação e comércio. Apesar disso, o crescimento ocorreu mesmo com a queda dos gastos do governo, sustentado pela resiliência do consumo das famílias, impulsionado pela massa salarial elevada. Segundo Rodrigues, os juros altos seguem pesando sobre a atividade, mas o mercado de trabalho aquecido tem garantido suporte ao PIB. A expectativa é de que medidas como a liberação dos precatórios e o novo consignado privado reforcem a demanda nos próximos meses, mantendo sua projeção de alta de 2,2% para 2025.
Rafael Perez, economista da Suno Research, avaliou que os números vieram em linha com sua projeção e ligeiramente acima do consenso. Ele destacou a força do consumo das famílias e do mercado de trabalho, mas chamou atenção para a queda nos investimentos e para os efeitos da política monetária restritiva sobre crédito e atividade. Segundo Perez, a tendência é de desaceleração nos próximos trimestres, suavizada pela resiliência do emprego e pela expansão dos gastos públicos no segundo semestre.
Na avaliação de Otávio Araújo, consultor sênior da Zero Markets Brasil, o crescimento de 0,4% trouxe alívio ao mercado e reforçou a resistência da economia mesmo com juros altos. Ele ressaltou o desempenho recorde dos serviços, o avanço das indústrias extrativas e o papel das exportações em manter o saldo externo positivo. Araújo vê otimismo cauteloso no resultado, mas aponta necessidade de políticas voltadas ao crédito e aos investimentos para sustentar o crescimento.
Volnei Eyng, CEO da Multiplike, avaliou que a desaceleração do PIB tem relação direta com a Selic em 15%, que reduz consumo financiado e investimentos. Para ele, o dado reforça a resiliência da economia, mas com perda de ritmo em relação ao trimestre anterior.
Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital, destacou que a alta de 0,4% confirma espaço para crescimento mesmo com crédito caro, desde que empresas busquem capital privado e operações estruturadas. Na sua visão, a seletividade imposta pelos juros elevados não elimina oportunidades, mas muda a forma de capturá-las.
André Matos, CEO da MA7 Negócios, observou que o crescimento moderado não é suficiente para acelerar emprego, consumo e investimentos. Com juros altos, a renda fixa segue atraindo investidores, enquanto empresas dependentes de crédito sofrem pressão e isso se reflete na bolsa.
Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX, ressaltou que o crédito estruturado deixou de ser alternativa e passou a ser central na estratégia de financiamento das empresas. Segundo ele, essa mudança sustenta a expansão dos negócios mesmo em cenário de juros elevados.
Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, apontou o protagonismo dos FIDCs, que transformam recebíveis em liquidez e dão previsibilidade às companhias. Para os investidores, segundo ele, essa estrutura entrega retornos ajustados ao risco, fortalecendo o mercado de capitais.
Antonio Patrus, diretor da Bossa Invest, destacou que juros altos ampliam o espaço para startups que oferecem eficiência e redução de custos. O avanço de 0,4% indica que o ecossistema de inovação continua sendo vetor de crescimento.
João Kepler, CEO da Equity Group, reforçou que o ambiente moderado exige mais disciplina e inovação. Para ele, startups com modelos escaláveis e gestão eficiente têm oportunidade de conquistar protagonismo nesse cenário.
Pedro Ros, CEO da Referência Capital, afirmou que a Selic em 15% favorece setores como infraestrutura, serviços financeiros e tecnologia. Para o investidor, o momento exige cautela com diversificação em ativos de qualidade.
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, disse que a combinação de juros altos e perda de força na agropecuária e na indústria exige mais cautela financeira e foco em eficiência operacional.
Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X, avaliou que a Selic elevada força empresas a profissionalizarem sua gestão. Segundo ele, a competitividade passa a depender mais de eficiência e liderança do que do acesso fácil a crédito.
Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação, destacou que o crescimento de 0,4% confirma a desaceleração e mostra o impacto retardado dos juros altos sobre consumo e investimentos. Ele defende diversificação internacional como forma de proteção e geração de renda passiva.
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