“Enquanto a inflação estiver acelerando, o BC terá que subir a taxa de juros”, diz economista-chefe do Banco BV
Publicado 16/04/2025 • 20:18 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 16/04/2025 • 20:18 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, discutiu os impactos das políticas econômicas dos Estados Unidos, especialmente as intervenções comerciais, e suas repercussões para os mercados globais, incluindo os mercados emergentes, como o Brasil.
Padovani comentou sobre a intervenção do governo dos EUA nas empresas, como exemplificado pelas recentes ações do governo Trump que limitam as vendas de chips da NVIDIA para a China. Segundo o economista, os investidores olham com preocupação para esse tipo de ação, uma vez que o foco da política externa americana está na China e os Estados Unidos vão usar todos os instrumentos possíveis nesse confronto comercial.
Ele destacou que o cenário atual é caracterizado por um ambiente de imprevisibilidade, em que é difícil antecipar os cenários, o que, por sua vez, faz com que os mercados fiquem instáveis e eleva os prêmios de risco.
Esse clima de incerteza, segundo Padovani, implica em um ambiente global de muita imprevisibilidade, o que tem levado os investidores a adotar uma postura mais cautelosa, com os mercados reagindo negativamente às políticas mais protecionistas dos EUA. As palavras de Padovani destacaram a preocupação crescente com os desdobramentos do confronto econômico entre as duas maiores economias do mundo.
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, também foi tema da conversa. Padovani comentou sobre o dilema enfrentado pelos diretores do banco central americano, que agora têm que lidar com a possibilidade de estagflação — um cenário em que a economia desacelera enquanto a inflação se mantém alta. O economista apontou que, para os mercados, esse é o pior cenário possível, pois uma combinação de desaceleração da atividade econômica e pressão inflacionária cria um ambiente econômico desafiador.
Padovani explicou a postura do Fed, dizendo que “não temos informação ainda para fazer essa escolha”, referindo-se à decisão sobre a política de juros. De acordo com o economista, Powell e seus colegas afirmaram que, na dúvida, a solução será manter os juros elevados, aguardando mais informações sobre os indicadores econômicos. Em sua análise, isso é um reflexo de um “ambiente de muita incerteza”, que se estende ao mercado financeiro global.
Quando o assunto foi a política monetária do Brasil, Padovani afirmou que, apesar da desaceleração global e da queda nas commodities, o Brasil ainda não enfrenta sinais claros de desaceleração econômica interna. “A economia brasileira segue muito aquecida”, disse. Ele não vê sinais claros de que o Brasil esteja enfrentando um processo de desaceleração econômica influenciado pelo choque externo adverso.
Padovani observou que, no contexto atual, a inflação no Brasil continua a subir, o que mantém o Banco Central brasileiro com um foco na inflação. “Enquanto a inflação corrente estiver se acelerando, eu acho que o Banco Central vai ter que subir mais a taxa de juros”, afirmou. Para ele, isso significa que a alta de juros, já sinalizada para maio de 2025, provavelmente se estenderá até junho, sendo uma última alta.
O economista também alertou sobre os desafios fiscais do Brasil. Ele indicou que, embora o aumento das taxas de juros tenha o efeito de atrair fluxo de capital para o país, o risco fiscal e as incertezas globais, incluindo a desaceleração da economia mundial e a queda de preços de commodities, complicam essa equação. “A impressão que a gente tem é que o dólar tem que andar muito mais para cima do que para baixo”, declarou, destacando a pressão sobre o real.
Em relação ao dólar, Padovani apontou que o cenário global de desaceleração da economia mundial está pressionando o valor da moeda americana. A combinação de juros elevados nos EUA e incerteza fiscal no Brasil também contribui para um fortalecimento do dólar. “Eu sou mais conservador na leitura de juros e, portanto, de um dólar forte”, afirmou. Ele ressaltou que, por mais que o dólar tenha se desvalorizado globalmente, isso ainda reflete uma estratégia de preocupação mundial com o crescimento, que pode resultar em dólar fraco, o que, segundo Padovani, ajuda a moeda dos emergentes.
No final da entrevista, Padovani também analisou os movimentos de ações de empresas brasileiras como Petrobras e Vale. Ele observou que a Petrobras, uma empresa estatal, não tem acompanhado o preço do petróleo em sua valorização devido à desconfiança em relação à política de preços e à comunicação da empresa sobre a formação de preços. “A Petrobras não acompanhou porque a comunicação foi no sentido de um descolamento dos preços”, afirmou.
Quanto à mineradora Vale, Padovani destacou que a desaceleração na China e o impacto no mercado de metais têm afetado negativamente as ações da empresa. “As metálicas estão historicamente associadas ao ciclo chinês”, disse Padovani, apontando que o aumento da desaceleração na China resulta em queda nos preços de matérias-primas, impactando empresas como a Vale.
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