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IPCA desacelera e surpreende o mercado com menor alta do ano

Publicado 11/11/2025 • 09:40 | Atualizado há 1 hora

KEY POINTS

  • IPCA de outubro desacelera para 0,09% e surpreende mercado com menor alta do ano, indicando espaço para cortes de juros.
  • Energia elétrica e alimentos contêm IPCA em 0,09% e reforçam expectativa de revisão da Selic nas próximas semanas.
  • IPCA acumula alta de 3,73% em 2025 e 4,68% em 12 meses, com impacto da energia elétrica e recuo da inflação nas capitais.
IPCA de outubro desacelera para 0,09% Compras em supermercado

Valter Campanato/Agência Brasil

IPCA desacelera para 0,09% em outubro e surpreende mercado com menor alta do ano

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — indicador oficial da inflação — registrou alta de 0,09% em outubro, informou o IBGE nesta quarta-feira (13). O resultado representa queda de 0,39 ponto percentual em relação a setembro (0,48%) e é o menor avanço mensal de 2025. Em agosto houve deflação de 0,11%.

Com o dado, o IPCA acumula 3,73% no ano e 4,68% em 12 meses, abaixo dos 5,17% observados nos 12 meses anteriores. O resultado veio abaixo da mediana das projeções de mercado (0,15%), reforçando a percepção de desaceleração da inflação e abrindo espaço para uma política monetária mais branda.

“O IPCA veio bem abaixo das estimativas. Esse resultado deve alterar as projeções de Selic para o ano que vem. Em alguma medida, acabaram as desculpas para se manter a taxa tão contracionista”, afirmou o economista André Perfeito, da Garantia Capital.

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Mercado reage à surpresa baixista

O dado surpreendeu também o economista-chefe Étore Sanchez, que esperava variação de 0,11%. Ele observa que a inflação “entrou em grande declínio” no acumulado em 12 meses, com o índice cheio passando de 5,2% para 4,7%.

“Felizmente, na abertura das nossas projeções não tivemos desvios muito relevantes. A maior diferença veio da energia elétrica, que subestimamos em três pontos-base. Os núcleos ficaram bem próximos do esperado, com alta média de 0,25% e serviços subjacentes em 0,33%”, disse.

Sanchez acrescenta que a surpresa baixista deve ser refletida imediatamente nos preços dos ativos.

“O mercado deve reagir fortemente, com os juros futuros ajustando para baixo e os investidores precificando um cenário mais acomodatício para a política monetária”, afirmou.

Perfeito, por sua vez, reforça que a inflação atual indica um nível de juros excessivamente restritivo.

“A inflação de 0,09% mostra que o atual nível da Selic já é suficientemente alto. O espaço para cortes adicionais é claro”, avaliou.

Principais números do IPCA de outubro

IndicadorValor (%)
Outubro de 20250,09
Setembro de 20250,48
Outubro de 20240,56
Acumulado no ano3,73
Acumulado em 12 meses4,68

Energia elétrica puxa recuo do grupo Habitação

O maior alívio no IPCA mensal veio do grupo Habitação, que caiu 0,30%, após forte alta de 2,97% em setembro. O destaque foi a queda de 2,39% na energia elétrica residencial, o item de maior impacto negativo do mês (-0,10 p.p.).

A redução foi provocada pela mudança da bandeira tarifária, de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1, que reduziu a cobrança adicional na conta de luz de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh.

Mesmo com o recuo de outubro, a energia elétrica acumula alta de 13,64% no ano, sendo o item de maior peso na inflação de 2025.

RegiãoVariação em outubro (%)Acumulado no ano (%)12 meses (%)
Goiânia6,0815,096,41
São Paulo-3,1721,607,58
Rio de Janeiro-3,724,87-4,02
Fortaleza-4,825,11-4,36
Brasil-2,3913,643,11

Vestuário e saúde lideram altas no IPCA

Entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, três registraram queda — Habitação (-0,30%), Artigos de residência (-0,34%) e Comunicação (-0,16%). Os demais apresentaram leves altas.

O grupo Vestuário (0,51%) teve a maior variação positiva, impulsionado por calçados e acessórios (0,89%) e roupas femininas (0,56%).

Saúde e cuidados pessoais (0,41%) exerceu o maior impacto positivo (0,06 p.p.), puxado por artigos de higiene pessoal (0,57%) e planos de saúde (0,50%).

GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
Alimentação e bebidas0,010,00
Habitação-0,30-0,05
Artigos de residência-0,34-0,01
Vestuário0,510,02
Transportes0,110,02
Saúde e cuidados pessoais0,410,06
Despesas pessoais0,450,05
Educação0,060,00
Comunicação-0,160,00

Alimentação fica estável e transportes sobem levemente

O grupo Alimentação e bebidas ficou praticamente estável, com alta de 0,01%. A alimentação no domicílio caiu 0,16%, influenciada por quedas no arroz (-2,49%) e no leite longa vida (-1,88%), enquanto a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%) registraram altas.

A alimentação fora de casa acelerou de 0,11% em setembro para 0,46% em outubro, impulsionada por lanches (0,75%) e refeições (0,38%).

Nos transportes, a variação de 0,11% reflete a alta das passagens aéreas (4,48%) e dos combustíveis (0,32%), com destaque para etanol (0,85%), gás veicular (0,42%) e gasolina (0,29%).

Goiânia tem a maior inflação entre as capitais

Entre as 16 regiões pesquisadas, Goiânia (0,96%) apresentou a maior alta regional, impulsionada por energia elétrica (6,08%) e gasolina (4,78%). As menores variações ocorreram em São Luís e Belo Horizonte (-0,15%).

RegiãoVariação mensal (%)Acumulado no ano (%)12 meses (%)
Goiânia0,963,424,68
Porto Alegre0,334,044,59
São Paulo0,044,205,17
Rio de Janeiro-0,062,783,89
Belo Horizonte-0,153,514,36
Brasil0,093,734,68

INPC tem leve alta de 0,03%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, subiu 0,03% em outubro, após alta de 0,52% em setembro.

O índice acumula 3,65% no ano e 4,49% em 12 meses, abaixo dos 5,10% registrados no mesmo período anterior. A maior variação foi observada em Goiânia (0,92%) e a menor em Belo Horizonte (-0,21%), influenciada pelas mesmas quedas em energia elétrica e combustíveis.

Perspectivas para juros e IPCA

Para André Perfeito, o dado reforça a percepção de que a política monetária está mais restritiva do que o necessário e que o Banco Central “ganhou espaço” para acelerar a flexibilização.

“A inflação de 0,09% mostra que a Selic atual está suficientemente alta. O espaço para cortes adicionais é claro, desde que o cenário fiscal não se deteriore”, afirmou.

Étore Sanchez concorda que a tendência é de desaceleração, mas pondera que o efeito das bandeiras tarifárias ainda pode trazer volatilidade no curto prazo.

“Apesar da surpresa baixista, mantemos projeção de 4,4% para o IPCA de 2025, considerando a bandeira amarela em dezembro. O cenário estrutural, contudo, segue benigno”, disse.

O consenso entre analistas é de que a inflação deve encerrar o ano abaixo de 4,5%, e o Relatório Focus da próxima semana deve refletir revisões para baixo nas projeções da Selic e do IPCA.

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