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Carrefour: suspensão de compras de carne do Mercosul é só em lojas francesas

Publicado qua, 20 nov 2024 • 11:01 PM GMT-0300 | Atualizado há 84 dias

Redação Times Brasil, com agências

KEY POINTS

  • O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa suspenderá a venda de carnes do Mercosul, justificando a decisão pelo descontentamento de agricultores franceses com o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano.
  • O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a medida como uma ação orquestrada para prejudicar o Brasil e rebateu as críticas sobre a sustentabilidade da produção brasileira, chamando-as de inverídicas e desrespeitosas.
  • Em nota, o Carrefour do Brasil afirmou que a decisão não afeta suas operações no país.
Fachada de uma unidade do Carrefour

Fachada de uma unidade do Carrefour

Reprodução

A suspensão de compras de carne dos países do Mercosul anunciada ontem pelo Carrefour acontecerá apenas nas lojas francesas, segundo nota divulgada pela empresa.

Nesta quarta-feira, o CEO do grupo Alexandre Bompard, divulgou comunicado em suas redes sociais dizendo que a gigante francesa do varejo assumiu o compromisso “de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul”. O bloco é formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Reação do governo

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, manifestou indignação com a decisão. Para ele, a medida “parece uma ação orquestrada” por empresas francesas para prejudicar o Brasil. A declaração foi feita na noite desta quarta-feira (20) após um jantar com o presidente chinês Xi Jinping, em Brasília.

Fávaro rebateu as acusações do Carrefour sobre a sustentabilidade da produção brasileira, classificando as alegações como “inverídicas” e desrespeitosas. “Estão buscando pretextos para justificar a resistência da França em assinar o acordo. Seria mais legítimo se simplesmente mantivessem a posição contra o tratado, sem questionar a produção exemplar do Brasil”, afirmou.

O ministro ainda destacou que a produção nacional é sustentável e alinhada às boas práticas, lamentando que críticas infundadas sejam usadas como ferramenta política. “Eu jamais apontaria falhas na produção francesa, mas fico indignado quando tentam denegrir a imagem do Brasil dessa forma”, concluiu.

A decisão do Carrefour foi anunciada em meio a protestos de agricultores franceses, organizados pela FNSEA e pelos Jovens Agricultores (JA), que bloquearam rodovias e atearam fogo em objetos contra o acordo comercial. Segundo o CEO da varejista, a medida reflete a “raiva e o desânimo” dos produtores locais diante da proposta de integração entre os blocos econômicos.

Leia a nota do Carrefour:

O Carrefour França informa que a medida anunciada ontem, 20/11, se aplica apenas às lojas na França. Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise.

Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças.

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