Petrobras reduz preço do diesel, mas repasse nos postos não acompanha queda
Publicado 17/05/2025 • 16:08 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 17/05/2025 • 16:08 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
A ANP ressalta que, desde 2002, os preços de combustíveis no Brasil são livres por lei
Agência Brasil
Desde janeiro de 2023, o preço do óleo diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras caiu R$ 1,22 por litro. Considerando a inflação do período, a redução equivale a um alívio real de R$ 1,75 por litro, uma queda de 34,9%. Atualmente, a estatal cobra, em média, R$ 3,27 por litro.
No entanto, esse barateamento não foi sentido pelo consumidor final na mesma proporção. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o diesel ficou apenas 3,18% mais barato entre janeiro de 2023 e abril de 2025.
Embora o diesel represente apenas 0,25% da composição do IPCA, ele é o principal combustível utilizado no transporte terrestre de mercadorias, o que significa que sua variação de preço influencia os custos de alimentos e outros produtos. Isso impacta o combate à inflação, atualmente em 5,53% nos últimos 12 meses, acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Saiba mais: Quando preço do petróleo desce, é hora de apertar os cintos, diz presidente da Petrobras
A diferença entre o preço do diesel nas refinarias da Petrobras e o cobrado nos postos tem chamado a atenção da estatal.
“A partir de 1º de abril, reduzimos R$ 0,45 no litro do diesel e, infelizmente, esse valor não está sendo percebido pelo consumidor final”, afirmou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, durante a apresentação do balanço da companhia na terça-feira (13).
Segundo ele, a Petrobras não tem controle sobre como distribuidoras e revendedores ajustam seus preços.
A redução de R$ 0,45 mencionada por Schlosser refere-se a três reajustes consecutivos:
Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio nos postos era de:
Ou seja, uma redução de apenas R$ 0,21, menos da metade da queda promovida pela estatal. Vale lembrar que parte dos postos ainda operava com estoques comprados a preços antigos no momento da pesquisa.
A ANP ressalta que, desde 2002, os preços de combustíveis no Brasil são livres por lei. Não há controle de preços nem necessidade de autorização prévia para reajustes.
A Petrobras também não detém monopólio na produção e venda de diesel. Sua participação no mercado variou entre 75,74% e 78,23% entre 2023 e 2025. Outras refinarias respondem por mais de 20% da oferta.
A composição do preço do diesel vendido nos postos é a seguinte:
Desde 2023, a Petrobras adota uma política de preços chamada de “abrasileiramento”, que considera fatores internos como o custo de produção no Brasil e a presença da estatal no mercado nacional. A estratégia visa proteger o consumidor das oscilações internacionais e garantir competitividade.
Segundo a estatal, essa política permitiu manter os preços estáveis por mais de 400 dias, entre 27 de dezembro de 2023 e 1º de fevereiro de 2025, apesar de um cenário internacional instável.
A Petrobras afirmou, em comunicado à Agência Brasil, que as recentes quedas nos preços do diesel foram impulsionadas pela baixa do petróleo no mercado internacional. Essa queda, por sua vez, foi provocada por medidas tarifárias anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que podem ter efeitos duradouros na economia global.
Durante a apresentação do balanço financeiro do primeiro trimestre de 2025, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também demonstrou preocupação com a falta de repasse da redução ao consumidor final. Ela incentivou a população a questionar os postos sobre suas margens de lucro.
“Pressionem, perguntem por que isso está acontecendo. Qual é o tipo de margem? Essa margem é tolerável?”, declarou.
Para o economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, o represamento da queda de preços reflete a estrutura da cadeia de comercialização, que inclui transportadoras, distribuidoras e revendas. Segundo ele, essas margens intermediárias estão sendo apropriadas antes de chegar ao consumidor.
Outro fator citado é o aumento do ICMS em fevereiro de 2025, que subiu R$ 0,06 por litro (de R$ 1,06 para R$ 1,12) após decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Chambriard também lamentou que a Petrobras não atue mais na venda direta ao consumidor. Entre 2019 e 2021, a estatal vendeu a BR Distribuidora, hoje Vibra Energia. O contrato de privatização permite o uso da marca BR até 2029.
“Nos preocupa ver nossa marca espalhada pelo Brasil, vendendo gasolina acima do preço, incorporando margem. Infelizmente, respeitar contratos faz parte da nossa crença”, afirmou.
Segundo a ANP, a Vibra é hoje a maior distribuidora de diesel do país, com 23% do mercado em 2024.
Em resposta a críticas, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) divulgou nota alegando que a cadeia de precificação é complexa. Segundo a entidade, as margens brutas de distribuição e revenda giram em torno de 15%, sem considerar o custo do frete.
Desse valor, são descontadas despesas como salários, encargos, aluguel, energia e manutenção. A federação também destacou a importância do setor na geração de empregos, com cerca de 900 mil postos de trabalho diretos e na arrecadação de tributos.
Procurada, a Vibra Energia preferiu não comentar as declarações da presidente da Petrobras.
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