Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Preso no ‘dia da marmota’, Brasil perde atratividade frente ao México, avalia J.P. Morgan
Publicado 27/11/2024 • 18:37 | Atualizado há 7 meses
Megaprojeto de Trump passa por pouco no Senado, mas Câmara ainda pode rejeitar mudanças
Ações da Tesla despencam após Trump dizer que DOGE deveria analisar os subsídios de Elon Musk
Premier League Inglesa integra IA da Microsoft em novo acordo de 5 anos
Apesar de déficit, bancos dizem que o ‘grande e belo projeto de lei’ de Trump pode impulsionar a economia dos EUA
Atividade industrial da China cresce inesperadamente em junho, mostra pesquisa
Publicado 27/11/2024 • 18:37 | Atualizado há 7 meses
KEY POINTS
Fachada da J.P. Morgan
Foto: Gideon Benari/Flick
O J.P. Morgan, uma das maiores instituições financeiras globais, publicou um relatório que reavalia suas expectativas para mercados emergentes na América Latina. O documento rebaixa a recomendação para ações brasileiras, antes listadas como “overweight” (acima da média do mercado), para “neutro”, enquanto eleva a perspectiva para o mercado mexicano.
A análise enfatiza os desafios persistentes do Brasil em resolver seus problemas fiscais e aponta o México como uma alternativa mais promissora devido a fatores externos e internos favoráveis.
O relatório descreve o Brasil como preso em um “eterno dia da marmota“, uma referência à recorrência de debates e desafios fiscais sem avanços concretos. Para os analistas, o país enfrenta dificuldades em implementar ajustes estruturais que estabilizem sua dívida pública.
Embora o governo tenha anunciado medidas de corte de gastos, o J.P. Morgan aponta que elas dependem de aprovação no Congresso e correm risco de desidratação durante o processo legislativo.
A instituição destacou ainda a rigidez orçamentária e a falta de apoio político como obstáculos adicionais para a implementação de reformas consistentes. O cenário fiscal, somado a um ciclo de aumento das taxas de juros até 2025, reforça a visão de que o ambiente econômico brasileiro seguirá desafiador, especialmente para investidores.
Além disso, o crescimento mais lento da China e a redução nos preços de commodities, vitais para o Brasil, adicionam pressões externas ao já complexo panorama interno.
Em contraste, o J.P. Morgan vê o México como um mercado promissor, recebendo uma elevação na recomendação para “overweight”. A decisão reflete uma combinação de fatores externos, como o forte crescimento econômico dos Estados Unidos e a correlação direta com a produção industrial mexicana, além de um ciclo de queda nos juros promovido pelo banco central local.
O relatório destaca que o México se beneficia de remessas financeiras vindas dos EUA e apresenta menor dependência de commodities em relação ao Brasil. Apesar dos riscos associados à necessidade de reformas institucionais e às tarifas comerciais anunciadas pelo presidente americano eleito, Donald Trump, o J.P. Morgan considera que o México está em posição de maior resiliência diante do cenário global.