Publicado 25/11/2024 • 23:02
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Ex-presidente Michel Temer
Reprodução Flickr Agência Brasil
O ex-presidente da República Michel Temer elogiou nesta segunda-feira, 25, durante conversas com jornalistas após participar de evento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o pacote de cortes de gastos que o governo Lula está prestes a anunciar.
“É um bom projeto, eu acho que você cortar gastos é uma coisa sempre útil. Tendo um teto para os gastos públicos, você reduz a dívida pública, e reduzindo a dívida pública, não paga juros. Quando você paga juros, não tem utilidade nenhuma. Diferentemente, se você reduz a dívida pública, diminui os juros e, portanto, tem vantagens para o País”, disse Temer.
O ex-presidente avaliou também que a economia vai razoavelmente bem e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se revela como uma agradável surpresa. Mas ponderou que o governo Lula precisa sinalizar o que pretende fazer nos próximos dois anos restantes de gestão, para dar tranquilidade e segurança social.
“Eu acho que a economia vai indo razoavelmente bem, o Haddad nesse sentido é uma agradável surpresa, primeiro ponto; agora eu acho que, no geral, o que o povo deseja é saber o que um governo de quatro anos vai fazer ao longo do tempo, quais os gestos principais que vai praticar. Isso dá uma certa tranquilidade e uma certa segurança social, acharia útil se ainda viesse a ser feito”, disse Temer.
Temer disse também que não vê como um grande risco o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, porque, de acordo com ele, embora haja tentativas, elas não vão adiante.
Ele fez esta afirmação ao ser questionado por jornalistas se não via o plano como um risco à democracia. Durante sua fala em evento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ele tinha dito que não tinha temor de retrocessos da democracia e de suas instituições.
“E convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazê-lo, se as Forças Armadas não estiverem dispostas a fazê-lo, não há golpe possível no País”, disse ao ser questionado sobre como via o indiciamento do também ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas, entre elas militares da reserva e da ativa.
“Há alguns militares, mas não foi a instituição como um todo, a instituição como um todo, seja Exército, Marinha e Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras de um setor, de outro setor. Até porque, 36, numa multidão, até que não é muito”, minimizou Temer.