CNBC
Lideranças femininas podem trazer mais inovação para empresas, diz executiva da VR.

CNBC Concorrência por talentos eleva salários e bônus em escritórios de gestão familiar

No RADAR Alberto Ajzental

Desemprego recua a 5,8%, mas a régua mudou

Publicado 31/07/2025 • 21:38 | Atualizado há 21 horas

Foto de Alberto Ajzental

Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

Pela primeira vez na história da PNAD Contínua, o desemprego no Brasil ficou abaixo dos 6%. O IBGE informou que a taxa de desocupação no trimestre encerrado em junho foi de 5,8%, a menor da série iniciada em 2012. Um número forte. Mas antes de celebrarmos a estatística, convém entender o que ela realmente mede — e, principalmente, o que mudou na régua.

Um novo dado... com uma nova base

O número de 5,8% já incorpora a reponderação da PNAD, feita com base nas estimativas populacionais atualizadas pelo Censo 2022. Segundo o IBGE, essas estimativas corrigiram para baixo a população brasileira, hoje calculada em cerca de 212,6 milhões de habitantes — menos do que os 216,9 milhões estimados anteriormente. Isso afeta diretamente o denominador das principais proporções da pesquisa, incluindo a taxa de desocupação.

Segundo o próprio IBGE, os dados de todos os trimestres anteriores da PNAD foram atualizados com base nessa nova estimativa. A metodologia se manteve, mas a base populacional mudou. Isso significa que a comparação com anos anteriores — embora ainda possível — exige cuidado. Estamos olhando para o mesmo país com uma nova lente.

Leia mais artigos da coluna No Radar por Alberto Ajzental

Recordes verdadeiros... e comparações enviesadas

É fato que o mercado de trabalho está mais aquecido. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior:

A população ocupada atingiu 102,3 milhões de 99,8 milhões — o maior número já registrado, um aumento de 2,4 milhões, ou 2,4%.

A renda média real subiu para R$ 3.477, também recorde, de R$3.367, crescimento de 3,3%.

Por consequência, a massa de rendimento real atingiu R$ 351,2 bilhões, de R$ 331,5 bilhões, um aumento de R$ 19,7 bilhões, ou 5,9%.

Porém o recuo de 1,2 ponto percentual no desemprego desde março (de 7% para 5,8%) é parcialmente impulsionado por fatores estatísticos.

Com um crescimento da força de trabalho de apenas 0,45 milhões de pessoas (0,46%), houve aumento de 1,8 milhão de ocupados no trimestre (1,8%), enquanto o número de desocupados caiu 1,3 milhão (17,35%).

Com aumento enorme da ocupação e da desocupação, sem aumento proporcional do universo da força de trabalho, a taxa de desocupação que é calculada como o numero de desocupados dividido pela força de trabalho, cai de forma desproporcional.

Do trimestre anterior encerrado em março de 2025 para este encerrado em junho de 2025, a taxa de desocupação despencou de 7% para 5,8%, uma queda estrondosa de 1,2%.

Técnica, política e discurso

A reponderação do IBGE é tecnicamente correta. Reflete um dever metodológico diante de novos dados censitários. O problema é o uso político da estatística. A taxa de 5,8% será exaltada como prova de sucesso econômico, quando, na verdade, é parcialmente resultado de um ajuste demográfico.

Faz parte do jogo. Mas cabe a quem analisa — e a quem governa — reconhecer que política pública não se mede apenas por número isolado, muito menos por número recém-recalculado.

O que permanece estrutural

Vale lembrar que 38,7 milhões de trabalhadores ainda estão na informalidade. A taxa segue próxima de 37,8%, praticamente estável em relação ao trimestre móvel anterior (38,0%) e abaixo se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (38,7%).

Isso significa que o desemprego caiu, sim — mas o subemprego e a precariedade seguem altos. Queda nas taxas de desemprego impulsionam a renda real e a formalidade, o que é uma ótima notícia.

__

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no

MAIS EM Alberto Ajzental