Em 2024 foram consumidos 133,1 bilhões de litros de combustível. Destes, 44,19 bilhões de litros de gasolina e 21,66 bilhões de litros de etanol nos postos.
Como de cada litro comprado de gasolina nos postos, 0,27 litro é de etanol, na verdade, dos 44,19 bilhões de litros de gasolina comprados nos postos, 11,93 bilhões são de Etanol.
O consumo de Etanol soma então 21,66 mais 11,93, ou seja, 33,59 bi litros.
Nota técnica: as considerações a seguir são Ceteris Paribus, ou seja, leva em consideração o consumo total de 2024 e não considera as elasticidades, ou seja, as variações de consumo por conta das futuras variações de preços.
Aumentar em 3% a adição de Etanol na gasolina fará com que se economize 1,32 bi litro de gasolina por ano e aumente o consumo na mesma proporção de Etanol, desta forma as consequências seriam:
Gasolina
A princípio, a economia de 1,32 bi litros não trará a desejada autonomia de gasolina ao país, dado que em 2024 foi necessária a importação de 2,87 bi litros deste combustível para suprir as necessidades de consumo interno.
Etanol
O consumo de etanol será de 21,66 de Etanol nos postos, mais 11,93 do etanol adicionado à gasolina mais este adicional de 1,32 bi de litros, somando 34,91 bi de litros, cerca de 94,8% da produção anual em 2024 de 36,83 bi de litros. Com estes números, há uma “sobra” de 5,21% ou 3,24 bilhões de litros.
Este aumento de consumo de etanol poderá pressionar os preços até que ocorra aumento da área plantada ou da eficiência das colheitas.
Atualmente, dos 36,83 bi litros de etanol, 21%, ou 7,7 bi de litros, têm sua origem no etanol de milho, cuja produção vem crescendo no país.
Inflação dos alimentos
Maior demanda por Etanol, e por consequência, por etanol de milho, pode aumentar a pressão inflacionária nos alimentos.
O milho, além de servir de alimento diretamente para a população, serve de forma indireta para proteína animal, quando alimenta aves e suínos, que produzem ovos e carnes.
Barateamento da gasolina
Por outro lado, considerando os últimos preços divulgados pela ANP — média Brasil de R$ 6,15 por litro de gasolina e de R$ 4,12 por litro de Etanol nos postos, e fazendo-se um cálculo aproximado, esta maior adição poderá baratear o litro da gasolina em 1,36% ou R$ 0,08 por litro.
Em resumo, se exige mais do campo e da produção de alimentos e se barateia o transporte por carro.
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Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV.
Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.
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