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O logotipo da Paramount Pictures é exibido em frente aos Estúdios Paramount em 31 de janeiro de 2024, em Los Angeles, Califórnia. O magnata da mídia Byron Allen fez uma oferta para comprar a Paramount Global em um acordo avaliado em US$ 30 bilhões, incluindo dívidas, de acordo com um porta-voz do Allen Media Group. Mario Tama/Getty Images/AFP (Foto de MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

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Seis meses de Trump: dólar cai, ouro sobe e a economia resiste

Publicado 23/07/2025 • 17:02 | Atualizado há 1 dia

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Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

Seis meses se passaram desde a volta de Donald Trump à Casa Branca. As expectativas eram de turbulência política, protecionismo e retórica inflamada. E isso ele entregou.
O que também se revelou, de forma menos calculada, foi a perda de força do dólar e o reposicionamento global das reservas de valor. O que os números mostram, agora com meio ano no retrovisor, é um governo que provoca desconfiança externa — mesmo com uma economia interna ainda firme. Vamos aos dados.

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Dólar perde força frente às moedas fortes

O DXY (US Dollar Index) é o índice dólar, uma medida que acompanha o valor do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras. Ele foi criado em 1973 pelo Federal Reserve e é amplamente usado para avaliar a força relativa do dólar no mercado internacional. A composição do DXY inclui seis moedas: Euro (EUR) – cerca de 57,6% do índice; Iene japonês (JPY) – 13,6%; Libra esterlina (GBP) – 11,9%; Dólar canadense (CAD) – 9,1%; Coroa sueca (SEK) – 4,2% e Franco suíço (CHF) – 3,6%. Ou seja, o DXY sobe quando o dólar se valoriza em relação a esse conjunto de moedas — e cai quando o dólar se enfraquece.

Embora útil como indicador de força cambial global, o DXY não inclui moedas de mercados emergentes (como o real brasileiro ou o yuan chinês), o que limita sua representatividade no comércio global atual.

Desde 20 de janeiro, o dólar caiu 10,6% em relação às principais moedas do mundo. O índice DXY, que mede essa força comparada, recuou de 109,2 para 97,6.

O euro subiu 12,2%. O real, 7,7%. É uma movimentação clara e sustentada, e que não pode ser ignorada. Se o dólar segue dominante no comércio global, já não é mais a unanimidade de antes como abrigo automático de valor.

Figura 1 – Desempenho das moedas nestes seis meses

Segurança corre para o ouro

A busca por proteção não parou — apenas mudou de direção. O ouro subiu 22,5% desde a posse de Trump, voltando a cumprir o velho papel de reserva segura em tempos de ruído institucional.

Já o Bitcoin avançou 10%, desempenho positivo, mas contido frente ao metal. A leitura é objetiva: mesmo em 2025, o mercado ainda prefere a tradição à tese, o ouro ao protocolo. E isso, para um governo que flerta com o risco fiscal e a imprevisibilidade política.

Figura 2 – Desempenho do ouro e bitcoin nestes seis meses

Bolsas em alta, Economia vai bem, por causa ou apesar da moeda

Ao contrário do que se imagina, a queda do dólar não reflete crise econômica. A economia vai muito bem, obrigado. O mercado acionário norte-americano cresceu no semestre: S&P 500 avançou 4,2%, Nasdaq 6,2%, com o Dow Jones praticamente estável (+0,7%).

As empresas seguem lucrando, o desemprego segue baixo, e o consumo interno não deu sinais de arrefecimento. A economia vai bem. É a credibilidade externa que escorrega.

Figura 3 – Desempenho das bolsas norte americanas nestes seis meses

Política fiscal errática, percepção cambial ajustada

O dólar não caiu por fraqueza dos fundamentos — caiu por ruído de governo. As falas, os planos improvisados e o voluntarismo diplomático começam a corroer o que a moeda mais precisa para ser reserva global: previsibilidade.

Bancos centrais do mundo sabem ler sinais. Se desconfiam que a Casa Branca deseja deliberadamente desvalorizar o dólar, começam a agir. Vendem o dólar e compram ouro. A profecia se auto realiza.

A moeda americana em novo patamar

Trump sempre quis um dólar mais competitivo. Mas não quis ou não soube administrar o custo disso. Em apenas seis meses, o dólar deixou de ser ativo neutro e virou instrumento político — e isso tem consequência. Reserva de valor não se impõe por decreto nem por tweet. Ela se conquista com silêncio, constância e credibilidade.

No mundo das reservas, quem grita perde. E quem perde, escuta o capital indo embora.

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