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Por que a Warner Bros. considera a Netflix mais estratégica que a Paramount para uma fusão

Publicado 20/12/2025 • 06:00 | Atualizado há 2 horas

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Semanalmente, Michaele Gasparini destrincha um dos principais temas da indústria de mídia na semana. Nada passa despercebido ao olhar da colunista: tudo o que movimenta o mercado e rende milhões de dólares em publicidade nas emissoras de televisão e nas plataformas de streaming estará aqui.

REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração.

Netflix e Warner

A Warner Bros. Discovery tem avaliado possibilidades de fusão e aquisição como parte de sua estratégia para reduzir dívidas e fortalecer sua posição no mercado de mídia e entretenimento. Após conversas com a Paramount Global, a empresa optou por aceitar um movimento mais ousado: uma aquisição pela Netflix. A Warner enxerga mais sinergias e estabilidade na gigante do streaming do que na combalida Paramount.

Um dos principais fatores que pesam na comparação é a solidez financeira. A Netflix possui uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 430 bilhões (cerca de R$ 2,36 trilhões, na cotação atual), contra apenas US$ 15 bilhões (R$ 82,5 bilhões) da Paramount Global.

Além disso, a Netflix tem dívida líquida administrável, próxima de US$ 14 bilhões (R$ 77 bilhões), e opera com margens de lucro consistentes. Já a Warner, com passivo superior a US$ 30 bilhões (R$ 165 bilhões), busca um parceiro com musculatura suficiente para suportar uma integração de grandes proporções — algo que a Paramount não tem como oferecer.

Outro ponto crucial é o alcance global e a base de assinantes. A Netflix possui mais de 270 milhões de usuários em mais de 190 países, com presença consolidada em mercados onde a Warner ainda tenta se estabelecer com a plataforma HBO Max. Uma fusão com a Netflix poderia acelerar a expansão internacional da Warner, reduzir custos operacionais com tecnologia e distribuição, e criar um portfólio de conteúdo ainda mais competitivo contra o Prime Vídeo e o Disney+.

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Além disso, a cultura de inovação e o modelo de negócios da Netflix são vistos como mais compatíveis com os objetivos da Warner. Executivos da empresa acreditam que a união permitiria uma estratégia digital mais integrada, baseada em dados e personalização — áreas em que a Netflix é líder.

A Paramount, por outro lado, ainda opera com uma estrutura tradicional, focada em redes lineares e com baixa penetração global no streaming, o que limita o potencial de crescimento.

A avaliação interna da Warner também apontou que a marca Netflix possui maior valor percebido pelo consumidor e pelo mercado financeiro. A gigante do streaming é reconhecida como sinônimo de entretenimento digital e possui uma imagem de estabilidade que ajudaria a Warner a recuperar a confiança de investidores após anos de reestruturações e fusões conturbadas. Essa percepção estratégica pesa mais do que ativos isolados, como canais ou propriedades intelectuais.

Ainda que uma fusão com a Netflix envolva complexidades regulatórias e desafios antitruste, o alinhamento estratégico entre as empresas é mais promissor. A Warner vê na Netflix não apenas um comprador, mas um parceiro capaz de alavancar seus conteúdos, ampliar sua audiência e garantir retorno financeiro a longo prazo.

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