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Coca-Cola retoma campanha personalização de latas e garrafas

CNBC Coca-Cola vai lançar versão com açúcar de cana nos EUA ainda este ano

Análise Exclusiva Marcelo Favalli

Coca-Cola aceita mudar fórmula a pedido de Trump, mas EUA não têm açúcar de cana suficiente para sustentar plano

Publicado 23/07/2025 • 06:48 | Atualizado há 8 horas

Redação Times Brasil

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Marcelo Favalli

Marcelo Favalli além de jornalista é Mestre em Relações Internacionais pela PUC e professor nos cursos de pós-graduação de Política Contemporânea, da FAAP e do MBA em Comunicação e Política da USP. Dos 27 anos de profissão, na imprensa, dedicou 18 deles à cobertura estrangeira. Foi correspondente na América Latina e no Estados Unidos.

KEY POINTS

  • Segundo os dados, os EUA produzem cerca de 850 mil toneladas de açúcar de cana por ano, enquanto a demanda teórica apenas para a Coca-Cola — com produção diária estimada em 107 milhões de litros da versão original — seria de mais de 4 milhões de toneladas anuais.
  • “Se todo o açúcar de cana produzido no país fosse destinado só à Coca-Cola, ele cobriria apenas 20% da necessidade”, aponta a análise.

A decisão da Coca-Cola de alterar sua fórmula tradicional nos Estados Unidos para incluir açúcar de cana — em vez do xarope de milho amplamente utilizado no país — ganhou destaque nesta semana após um pedido público do presidente Donald Trump. Mas, por trás da narrativa política e simbólica, um desafio prático se impõe: os Estados Unidos não produzem açúcar de cana suficiente nem para atender uma fração da demanda exigida pela gigante de bebidas.

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A análise foi apresentada no Jornal Times Brasil e mostra um desequilíbrio estrutural entre produção nacional e o consumo necessário apenas para abastecer a Coca-Cola clássica. Segundo os dados, os EUA produzem cerca de 850 mil toneladas de açúcar de cana por ano, enquanto a demanda teórica apenas para a Coca-Cola — com produção diária estimada em 107 milhões de litros da versão original — seria de mais de 4 milhões de toneladas anuais.

“Se todo o açúcar de cana produzido no país fosse destinado só à Coca-Cola, ele cobriria apenas 20% da necessidade”, aponta a análise.

Tarifa de até 50% para importações agrava cenário

Diante da produção insuficiente, os Estados Unidos historicamente dependem da importação de açúcar de países como México, Brasil e República Dominicana. No entanto, as tarifas comerciais recentes impostas por Trump à importação de produtos desses países afetam diretamente a matéria-prima essencial.

  • México: principal fornecedor, responde por US$ 571 milhões em exportações e agora enfrenta tarifa de 30%.
  • Brasil: segundo maior, com US$ 366 milhões, foi atingido com tarifa de 50%.
  • República Dominicana: tarifa de 25%.

A média tarifária aplicada aos três principais fornecedores é de cerca de 35%, o que encarece o insumo-base da nova fórmula desejada.

Impacto no consumidor

Com os custos em alta e a limitação de oferta, o repasse ao consumidor pode ser inevitável. “O açúcar de cana está se tornando um ingrediente premium dentro da própria cadeia produtiva. E isso impacta o preço final da bebida mais consumida no país”, observa a análise.

Para além da Coca-Cola, o cenário pode comprometer outras indústrias alimentícias que também dependem de açúcar de cana importado. Atualmente, a média anual de consumo de açúcar por habitante nos EUA é de 36,3 kg, o que equivale a mais de 12 milhões de toneladas por ano para toda a população americana.

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