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Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

O que fez o Ibovespa ultrapassar os 141 mil pontos?

Publicado 04/07/2025 • 11:41 | Atualizado há 15 horas

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos especializados do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, onde analisa as principais movimentações do mercado.

Ibovespa

Ibovespa fecha em alta

Divulgação/B3

Por volta das 11h da última quinta-feira, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, superou seu recorde intradiário de 140.243, registrado no dia 20 de maio. Chegou a ultrapassar os 141 mil pontos ao longo do pregão e fechou o dia estacionado em 140.927 pontos.

O recorde mostra que há apetite dos investidores para as ações listadas no Brasil — mesmo com uma taxa de juros que deveria desencorajar a renda variável e levar os investidores diretamente para os títulos de renda fixa.

Um primeiro semestre agitado deu força para a bolsa brasileira. A guerra comercial nos Estados Unidos trouxe investidores para mercados emergentes. O Brasil, com ações baratas, se tornou um dos queridinhos dos investidores. 

O fluxo de capital estrangeiro no Brasil no primeiro semestre (até o dia 25 de junho) somou R$ 25,2 bilhões. É o saldo mais positivo registrado para o período desde 2022 — quando houve a entrada de R$ 70,5 bilhões na bolsa brasileira. Em 2024, a bolsa brasileira reportou déficit de R$ 40,1 bilhões no primeiro semestre.

Ainda que a Selic esteja em um patamar recorde após aumentos consecutivos do Banco Central, há expectativa de parte dos investidores de que a taxa de juros brasileira seja reduzida a partir de 2026. O mercado, então, se antecipa aos cortes e vai às compras.

A guerra comercial iniciada por Donald Trump nos Estados Unidos e o conflito entre Irã e Israel foram também pontos do mercado externo que beneficiaram a bolsa brasileira. Houve queda significativa no dólar durante o primeiro semestre. A moeda americana recuou mais de 11,8% ante o real.

Essa desvalorização do dólar beneficia empresas brasileiras que têm custos no mercado internacional. O varejo, por exemplo, apresentou alta significativa nos primeiros seis meses do ano. 

Há ainda o fato de que as ações brasileiras estavam baratas na relação preço/lucro, principalmente no começo do ano. 

Em janeiro de 2025, o índice Ibovespa estava operando com múltiplos de 7,5 e 8,5x, segundo relatórios de bancos e corretoras. Esse múltiplo é consideravelmente menor do que a média histórica do Ibovespa dos últimos 10 a 15 anos, em que o índice operou com múltiplos entre 11x e 13x.

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