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Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

Um negócio das arábias na BRF

Publicado 03/09/2025 • 14:25 | Atualizado há 3 horas

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos especializados do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, nos quais analisa as principais movimentações do mercado.

BRF.

Divulgação BRF

BRF.

As ações da BRF operam com alta superior a 2% no pregão desta quarta-feira (3) na bolsa de valores brasileira. Não é por acaso: os investidores reagem às operações financeiras realizadas recentemente pelo fundo soberano árabe Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic).

Em fato relevante divulgado pela BRF na noite de terça-feira, a companhia informou que a Salic vendeu cerca de 185 milhões de ações que detinha do negócio. O montante corresponde a 11,03% do capital social da empresa – uma fatia avaliada em R$ 3,6 bilhões.

Isso não significa, porém, que a Salic tenha se desfeito totalmente do investimento. A companhia adquiriu a mesma quantidade em derivativos, contratos que replicam ganhos e perdas sem que o investidor precise deter as ações ou desembolsar o valor integral à vista.

Com esse tipo de operação, a Salic libera capital antes imobilizado para investir em outros ativos e diversificar o portfólio, além de reduzir custos burocráticos relacionados à guarda de ações. Em contrapartida, deixa de ter poder de influência nas decisões da BRF.

Esse movimento acontece em um momento em que a BRF está envolvida em um processo de fusão com a Marfrig. A união das duas empresas dará origem à MBRF Global Foods, uma gigante com receita de R$ 152 bilhões e presença em 117 países.

A fusão ainda não foi aprovada porque a Minerva, concorrente direta de BRF e Marfrig, entrou com recurso alegando que a operação eleva os riscos à concorrência e pode gerar concentração nos mercados de carne.

Houve também questionamentos sobre um possível conflito de interesses da própria Salic, já que o fundo soberano da Arábia Saudita também é investidor da Minerva.

A preocupação é de que a Salic pudesse ter acesso a informações estratégicas de empresas concorrentes. A troca de ações por derivativos foi vista como uma forma de mitigar esse problema — ao menos em tese.

Por ora, o julgamento da fusão entre BRF e Marfrig está suspenso. A pendência regulatória precisa ser resolvida em um prazo de 60 dias, contados a partir de 21 de agosto.

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