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Exclusivo: mortes e prejuízo multimilionário em Haras de alta performance; contaminação em ração é investigada

Publicado 13/07/2025 • 08:37 | Atualizado há 7 horas

Giovanni Porfírio, do Times Brasil

KEY POINTS

  • Mortes de cavalos em haras de alta performance em cinco Estados do país estão sendo investigadas.
  • Até o momento, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrou a perda de 222 animais – um deles, inclusive, valia cerca de R$ 20 milhões.
  • Em entrevista exclusiva ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, o administrador do haras Nova Alcateia atribuiu a morte à ingestão da ração supostamente contaminada, que começou a ser utilizada no início do ano. Os animais foram alimentados com ração produzida pela empresa Nutratta.

Foto: Roberto Barros/ Arquivo Pessoal

Material genético inimaginável perdido da raça considerada ‘a raça nacional’. Haras em 5 estados do país lamentam mortes de cavalos e prejuízo multimilionário. Saiba o que diz a investigação

Mortes de cavalos em haras de alta performance em cinco Estados do país estão sendo investigadas. Até o momento, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrou a perda de 222 animais — um deles, inclusive, valia cerca de R$ 20 milhões. É o cavalo Quantum, considerado uma das grandes promessas da raça Mangalarga Marchador, criado no haras Nova Alcateia, em Atalaia (AL).

Exclusivo: “Um dos melhores cavalos do Brasil”

Em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o administrador do haras Nova Alcateia, Paulo Henrique Lôbo, muito abalado, atribuiu a morte à ingestão da ração supostamente contaminada, que começou a ser utilizada no início do ano. Os animais foram alimentados com ração produzida pela empresa Nutratta.

Mais animas não resistiram

Ao todo, segundo ele, de quase 200 animais, 65 foram atingidos. “Uma das éguas, a Tayla, era avaliada em mais de R$ 10 milhões, fora lucros cessantes”, destacou o administrador, lamentando que as perdas vão além do financeiro.

“É principalmente emocional. É de um trabalho de 50 anos que tá na terceira geração com meu filho que foi quebrado. É de um material genético inimaginável que foi perdido da raça considerada ‘a raça nacional’”, afirmou.

Em entrevista à reportagem, a assessoria jurídica que acompanha as mortes no Nova Alcateia informou que o haras contratou três empresas para fazer a valoração do prejuízo. No entanto, o que já se sabe, é que praticamente 2 safras foram perdidas com os óbitos.

A Nova Alcateia destacou ainda que até o momento, não entrou com nenhum processo judicial contra a Nutratta Nutrição Animal, fabricante da ração, já que ainda depende da coleta de dados e da manifestação da companhia.

Caso haras Dia de Sol

Outras mortes de cavalos atribuídas ao consumo da ração possivelmente contaminada também foram identificadas no haras Dia de Sol, localizado na zona rural de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.

O dono da propriedade, Marcos Barbosa, conversou com o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, e contou que dos 30 animais residentes no local que ingeriram a ração da linha Foragge Horse, da Nutratta, 10 morreram e outros 11 estão em tratamento. Os 9 restantes se recuperaram e estão fora de perigo. Por lá, o prejuízo ultrapassa os R$ 700 mil.

Segundo Barbosa, o cavalo menos valioso da propriedade está avaliado em torno de R$ 50 mil, enquanto o mais caro está em R$ 250 mil. Ele afirmou que a Nutratta ofereceu apoio, e que, por enquanto, não entrará com nenhum processo na Justiça.

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Ministério detalha investigação sobre mortes ligadas à ração 

Segundo dados reunidos pelo Mapa, 222 mortes de cavalos atribuídas ao consumo da ração foram contabilizadas até o momento nos estados de São Paulo (83), Rio de Janeiro (69), Alagoas (65), Goiás (4) e Minas Gerais (1). 

Há ainda outras 195 notificações de casos suspeitos sendo investigadas, incluindo 40 no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia, 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG).

A primeira denúncia ocorreu no dia 26 de maio. Desde então, a Fiscalização Federal Agropecuária realiza investigações nos locais onde foram reportados casos de adoecimento ou morte de animais, com o objetivo de apurar as possíveis causas. 

Até o momento, os casos apresentaram associação com o consumo de rações da empresa citada, informou o Mapa. Ainda de acordo com o governo, a apuração dos casos é difícil pela falta de comunicação formal via Ouvidoria, que é o canal oficial para registro das denúncias.  

Evolução clínica dificulta apuração

Outro fator é a natureza dos sintomas apresentados pelos animais, que podem surgir tardiamente, após a interrupção do uso da ração. Por isso, não há um número preciso do total de mortes. A contaminação é marcada por insuficiência hepática seguida de piora repentina. 

Além da suspensão da produção, o Mapa determinou a suspensão da comercialização de todos os produtos fabricados pela Nutratta Nutrição Animal Ltda. O escopo das restrições foi ampliado progressivamente, conforme novas informações surgiram durante a investigação.

O que diz a Nutratta?

No dia 7 de junho, a Nutratta emitiu um comunicado nas redes sociais afirmando que havia iniciado uma apuração rigorosa dos fatos e que estava colaborando com os órgãos de controle. Ainda segundo a empresa, não havia qualquer evidência de contaminação ou falha nos produtos destinados à bovinocultura. 

Em relação à linha equina, a empresa afirmou que a fábrica havia sido interditada pelo Ministério da Agricultura e que todas as exigências estavam sendo cumpridas.

No dia 19, a fabricante publicou uma nova nota, informando que o governo determinara o recolhimento de todos os lotes de ração para cavalos fabricados a partir de novembro de 2024.

“Com mais de uma década de atuação no mercado prezando pela segurança alimentar, a Nutratta está tratando os fatos com extrema seriedade e se solidariza com todos os criadores que foram impactados nesse momento difícil”, pontuou.

Procurada pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, a Nutratta informou “não ter atualização no momento”. “Estamos reorganizando o nosso processo de atendimento aos clientes e imprensa”, disse.

A reportagem também segue tentando entrar em contato com o advogado do haras Nova Alcateia para a atualização do caso.

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