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Esta foto mostra a torre Aramco no Distrito Financeiro Rei Abdullah (KAFD) de Riad em 3 de março de 2025.

CNBC Aramco registra queda na receita no 2º trimestre, mas projeta aumento na demanda de petróleo

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Aramco registra queda na receita no 2º trimestre, mas projeta aumento na demanda de petróleo

Publicado 05/08/2025 • 12:11 | Atualizado há 4 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A Saudi Aramco divulgou nesta terça-feira (5) uma queda na receita do segundo trimestre de 2025, em meio à redução dos preços do petróleo bruto e de produtos químicos refinados, fatores que foram apenas parcialmente compensados pelo aumento no volume comercializado.
  • A maior petroleira do mundo reportou lucro líquido ajustado de 92,04 bilhões de riais sauditas (US$ 24,5 bilhões) entre abril e junho.
  • O resultado superou a projeção de analistas, que esperavam lucro de US$ 23,7 bilhões, segundo pesquisa fornecida pela própria companhia.
Esta foto mostra a torre Aramco no Distrito Financeiro Rei Abdullah (KAFD) de Riad em 3 de março de 2025.

Foto por FAYEZ NURELDINE / AFP

Esta foto mostra a torre Aramco no Distrito Financeiro Rei Abdullah (KAFD) de Riad em 3 de março de 2025.

A Saudi Aramco divulgou nesta terça-feira (5) uma queda na receita do segundo trimestre de 2025, em meio à redução dos preços do petróleo bruto e de produtos químicos refinados, fatores que foram apenas parcialmente compensados pelo aumento no volume comercializado.

A maior petroleira do mundo reportou lucro líquido ajustado de 92,04 bilhões de riais sauditas (US$ 24,5 bilhões) entre abril e junho. O resultado superou a projeção de analistas, que esperavam lucro de US$ 23,7 bilhões, segundo pesquisa fornecida pela própria companhia.

A receita no período caiu para 378,83 bilhões de riais sauditas, ante 425,71 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior. Com isso, a empresa completou dez trimestres consecutivos de queda no lucro.

Leia também: Aramco tem queda no lucro em 2024; empresa pagará menos dividendos este ano

“Os fundamentos do mercado permanecem fortes, e antecipamos que a demanda por petróleo na segunda metade de 2025 será mais de dois milhões de barris por dia, superiores à registrada na primeira metade”, afirmou o CEO da Aramco, Amin Nasser, em comunicado.

Os investimentos em capital aumentaram levemente, passando de 45,5 bilhões de riais sauditas no segundo trimestre de 2024 para 46,2 bilhões no mesmo período deste ano. Durante coletiva com jornalistas, Nasser adiantou que a companhia planeja elevar os investimentos, mesmo com a redução na receita.

“Sempre buscamos melhorar a eficiência nos gastos, com flexibilidade e disciplina — isso está incorporado no nosso planejamento”, disse. “Vamos continuar monitorando as condições do mercado, mas mantemos nossa projeção de investimento entre US$ 52 e US$ 58 bilhões para 2025.”

Alguns analistas, no entanto, consideram essa meta otimista demais.

“Os resultados de hoje vieram dentro do esperado, com lucros menores na área de upstream compensados por uma recuperação no refino”, disseram analistas do RBC em relatório. “Com US$ 25,5 bilhões em investimentos no primeiro semestre de 2025, a Aramco parece operar abaixo da faixa projetada para o ano. Embora os gastos geralmente aumentem na segunda metade do ano, acreditamos que os investimentos totais podem ficar no limite inferior da previsão, dependendo de aquisições.”

Os preços do petróleo continuam pressionados, exceto por uma breve alta no segundo trimestre motivada por tensões entre Israel e Irã. A perspectiva para a demanda segue incerta, especialmente após a imposição de tarifas comerciais abrangentes por Washington em abril.

As medidas protecionistas aumentam as dúvidas sobre o crescimento da maior economia do mundo e sobre o futuro do dólar, moeda de referência para o comércio global de commodities, incluindo o petróleo.

O diretor financeiro da Aramco, Ziad Al-Murshed, destacou os esforços da empresa em reduzir custos. “Estamos passando por transformações tanto na área de upstream quanto de downstream, com foco em cortar despesas — essa é a principal prioridade”, afirmou. “Cada ativo do nosso portfólio está passando por essas iniciativas há alguns anos.”

A receita da Aramco deve ser impulsionada por maior produção, após Arábia Saudita e outros sete parceiros da Opep e fora da Opep finalizarem, em setembro, a reversão de cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia. De acordo com estimativas independentes compiladas pela Opep, a produção saudita foi de 9,356 milhões de barris por dia em junho.

Questionado sobre as ações da Opep+, Nasser respondeu: “Não vou comentar a política da Opep, mas o impacto para a Aramco, até setembro, é de um aumento de 1 milhão de barris por dia em nossa produção.”

A companhia também reforça o foco na produção de gás, com a meta de expandi-la em mais de 60% até 2030 em relação aos níveis de 2021. O desenvolvimento do campo de gás de Jafurah é a peça central dessa estratégia.

Segundo Nasser, a meta “está no caminho certo porque oferece muitas oportunidades de maximizar a produção de gás no reino, e há uma demanda garantida aqui por esse volume adicional, além do aproveitamento no setor de químicos líquidos”. A Agência Internacional de Energia prevê um aumento significativo na demanda por gás em 2026.

“Estamos aproveitando muitas oportunidades, que se tornam ainda melhores durante períodos de baixa no mercado”, acrescentou o CEO.

A Aramco também recorre com mais frequência ao mercado de dívida. Emitiu US$ 9 bilhões em títulos no segundo semestre de 2024 e mais US$ 5 bilhões em uma operação com três tranches em 2025. A alavancagem da empresa subiu para 6,5% em 30 de junho, ante 5,3% no fim de março.

Um ponto de atenção para os investidores é a política de dividendos. Em março, a Aramco cortou os pagamentos previstos para 2025 para US$ 85,4 bilhões, uma queda acentuada em relação aos US$ 124,2 bilhões de 2024, após a redução no lucro do primeiro trimestre. No terceiro trimestre, a empresa anunciou dividendo-base de US$ 21,1 bilhões e dividendo atrelado ao desempenho de US$ 0,2 bilhão.

O rendimento dos dividendos da Aramco era de 5,5% na segunda-feira, acima dos 3,6% da Exxon Mobil e dos 4,5% da Chevron, segundo dados da FactSet.

Os dividendos da companhia impactam diretamente o orçamento da Arábia Saudita, que tem buscado diversificar sua economia para além do petróleo, dentro do programa Visão 2030, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. O PIB saudita cresceu 3,9% no segundo trimestre, impulsionado por atividades fora do setor petrolífero.

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