Setor de cimento cresce 5,9% no 1º trimestre de 2025 impulsionado por construção civil e programas habitacionais
Publicado 16/04/2025 • 13:33 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 16/04/2025 • 13:33 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
A indústria brasileira de cimento registrou alta de 5,9% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o desempenho foi impulsionado principalmente pela construção residencial e pelos investimentos em infraestrutura.
O presidente da entidade, Paulo Camillo Penna, afirmou que o setor comercializou 15,6 milhões de toneladas no trimestre. Para ele, o desempenho reflete a influência do setor da construção civil sobre a economia. “Essa indústria da construção civil, e o cimento entra junto, é uma indústria que puxa muito o PIB brasileiro. Quando essa indústria vai bem, de maneira geral, significa que a economia está indo bem.”
Entre os fatores que impulsionaram a demanda, ele citou a retomada do programa Minha Casa Minha Vida e a construção de imóveis de médio e alto padrão. Segundo ele, ambos os segmentos apresentaram desempenho relevante no início de 2025.
Pena também destacou que o aumento no número de empregos e na massa salarial teve impacto direto sobre as vendas de cimento. “Houve um aumento dos postos de trabalho e dos salários, que acarretou também num reajuste para cima da massa salarial, que tem uma enorme correlação na venda do nosso insumo.”
Apesar do cenário positivo, ele apontou riscos para os próximos meses. Segundo o presidente do SNIC, a alta da taxa básica de juros, com possibilidade de chegar a 15%, pode comprometer a concessão de crédito imobiliário e afetar a demanda. “Nos preocupa que a subida de juros estabelece uma competição entre o ativo financeiro e o ativo imobiliário.”
Ele citou dados que demonstram uma redução de 49% nos financiamentos imobiliários em janeiro e fevereiro de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior. A queda ocorreu no Sistema Brasileiro de Empréstimo.
Pena observou ainda que o bom resultado do setor no início de 2025 foi influenciado por uma base de comparação fraca. “Esse bom desempenho nosso se relaciona com um mau desempenho em janeiro, fevereiro e março do ano passado. Tivemos uma base fraca que acabou estatisticamente favorecendo os resultados de 2025.”
Para o segundo trimestre do ano, a expectativa é de crescimento moderado, sem repetir os índices registrados no início do ano.
O presidente do SNIC afirmou que 50% do custo de produção na indústria do cimento é relacionado à energia. Deste total, 10% a 15% são de energia elétrica e os demais 30% a 40% correspondem ao coque de petróleo, principal combustível utilizado nos fornos da indústria.
“Esse é um produto importado. 90% do coque de petróleo que usamos vem do Golfo do México.”
Pena acrescentou que a variação do dólar pressiona os custos de produção, especialmente diante de um cenário internacional com disputas comerciais e instabilidade cambial.
O setor mantém um programa de descarbonização iniciado nos anos 1990, com metas de longo prazo para a redução de emissões. Segundo o presidente do sindicato, o Brasil participa de um banco de dados com 850 fábricas em 45 países, que monitoram emissões industriais diariamente.
No país, a indústria lançou em 2019 um roadmap tecnológico com a meta de reduzir em 33% as emissões do setor, com foco no uso de combustíveis alternativos, matérias-primas com menor impacto ambiental, eficiência energética e tecnologias de captura e armazenamento de carbono.
“Um dos nossos combustíveis alternativos mais importantes — 18% da substituição do coque de petróleo — é por meio de biomassas. Temos um programa que utiliza o caroço de açaí como fonte de energia.”
Além do caroço de açaí, também são usadas casca de babaçu, casca de arroz, cavaco de madeira de reflorestamento e pneus descartados. Segundo Pena, atualmente 32% do coque de petróleo foi substituído por biomassas e resíduos industriais.
O Brasil produziu cerca de 65,5 milhões de toneladas de cimento no ano, segundo dados do setor. O país figura entre os cinco ou seis maiores consumidores mundiais, dependendo da variação anual no mercado global.
Pena explicou que o cimento é pouco exportado, sendo um produto de consumo interno, com transporte limitado pela logística. Ele afirmou que as exportações ocorrem de forma marginal, especialmente de clinker, uma versão em pedra do cimento, que pode ser moída e utilizada em outros produtos.
Atualmente, o setor conta com 92 fábricas em 82 municípios brasileiros, com distribuição voltada à proximidade dos centros consumidores.
“A gente usa uma expressão que talvez não seja muito adequada hoje: cimento não viaja.”
A produção de cimento no Brasil utiliza calcário, argila, minério de ferro, bauxita e gesso. Pena explicou que duas toneladas de minério geram uma tonelada de cimento. O processo envolve fornos que operam a 1.500 °C para a formação do clinker, sendo depois moído e misturado a outros aditivos.
“Dependendo da adição que você incorpora ao cimento, você dá maior resistência ou adapta o produto para uso em regiões como áreas litorâneas, por exemplo.”
Segundo ele, o setor também tem buscado incorporar materiais industriais como cinzas de termelétricas e escória da siderurgia, que seriam resíduos se não fossem aproveitados no processo de fabricação.
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