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Como tarifas e IA estão impulsionando o mercado de segunda mão nos EUA

Publicado 15/11/2025 • 16:29 | Atualizado há 3 horas

KEY POINTS

  • No armazém da ThredUp em Suwanee, Geórgia, cerca de 40 mil peças de roupas usadas são processadas todos os dias.
  • A rede logística da empresa, de quatro instalações nos Estados Unidos, rivaliza hoje com a de algumas gigantes da fast fashion.
  • O mercado global de roupas usadas deve atingir US$ 367 bilhões (cerca de R$ 1,94 trilhão, na cotação atual) até 2029.

Divulgação

Loja da ThredUp

No armazém de 55 mil metros quadrados da ThredUp em Suwanee, Geórgia, cerca de 40 mil peças de roupas usadas são processadas todos os dias. A rede logística da empresa, de quatro instalações nos Estados Unidos, rivaliza hoje com a de algumas gigantes da fast fashion.

“Este é o maior sistema de roupas-em-cabide do mundo”, disse Justin Pina, diretor sênior de operações da ThredUp. “Conseguimos armazenar mais de 3,5 milhões de itens aqui”.

As compras de itens de segunda mão estão em plena expansão. O mercado global de roupas usadas deve atingir US$ 367 bilhões (cerca de R$ 1,94 trilhão, na cotação atual) até 2029, crescendo quase três vezes mais rápido que o mercado de vestuário como um todo, segundo a GlobalData.

As tarifas do presidente americano Donald Trump foram apresentadas como uma forma de trazer a manufatura de volta aos EUA. Mas as medidas atingiram um dos setores mais dependentes de importações: o da moda.

Cerca de 97% das roupas vendidas nos EUA são importadas, principalmente da China, Vietnã, Bangladesh e Índia, segundo a American Apparel and Footwear Association.

Por anos, consumidores da Geração Z impulsionaram o crescimento da moda de segunda mão, mas agora mais americanos estão aderindo.

“Quando as tarifas aumentam esses custos, as plataformas de revenda passam a parecer a compra inteligente. Isso não é apenas uma moda passageira”, disse Jasmine Enberg, co-CEO da Scalable. “As tarifas estão acelerando tendências que já estavam transformando a maneira como os americanos compram”.

Para James Reinhart, CEO da ThredUp, a empresa já está vendo isso acontecer.

“O negócio é positivo em fluxo de caixa livre e cresce em dois dígitos”, disse Reinhart. “Estamos muito confiantes na economia do negócio, com margens brutas perto de 80% e operações totalmente construídas dentro dos EUA”.

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A ThredUp informou que a receita cresceu 34% ano a ano no terceiro trimestre. A empresa também disse que atraiu novos clientes no trimestre do que em qualquer outro momento de sua história, com o número de novos compradores aumentando 54% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Se as tarifas adicionarem 20% a 30% aos preços no varejo, isso é uma enorme vantagem para a revenda”, disse Dylan Carden, analista da William Blair & Company. “Itens de segunda mão não estão sujeitos a essas tarifas, então a demanda naturalmente migra”.

No armazém da ThredUp, onde a CNBC teve acesso aos bastidores, a automação funciona lado a lado com funcionários humanos. Sistemas de IA fotografam, categorizam e precificam milhares de peças por hora. Para Reinhart, essa tecnologia é essencial para escalar revenda como varejo.

“A IA acelerou realmente a adoção”, disse Reinhart. “Ela está nos ajudando a melhorar descoberta, estilo e personalização para os compradores”.

Essa onda tecnológica vai além da ThredUp. A startup de moda e tecnologia Phia, cofundada por Phoebe Gates e Sophia Kianni, usa IA para analisar milhares de anúncios de varejo e revenda em segundos.

“O fato de já termos movimentado milhões em volume transacionado mostra o tamanho dessa demanda”, disse Gates. “As pessoas querem formas mais inteligentes e baratas de comprar”.

A ThredUp aposta que infraestrutura doméstica, automação e IA vão mantê-la à frente, e que as tarifas destinadas a revitalizar a manufatura nos EUA podem acabar impulsionando um novo tipo de economia da moda americana.

“O futuro da moda será mais sustentável do que hoje”, disse Reinhart. “E o secondhand estará no centro disso”.

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