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Do prejuízo ao alívio: tarifas de Trump dividem o agronegócio dos EUA
Publicado 26/12/2025 • 06:30 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 26/12/2025 • 06:30 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
As tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão produzindo efeitos opostos entre diferentes segmentos do agronegócio americano. Enquanto produtores de soja demonstram preocupação com custos mais altos e perda de mercados externos, criadores de camarão celebram as barreiras como uma forma de proteção contra a concorrência internacional, especialmente da Ásia.
“Nós nos preocupamos com a seca, com os preços, com os equipamentos e com o financiamento. E essa tarifa é apenas mais um motivo de preocupação”, afirma Todd Western, produtor de soja em Waterloo, no Estado americano de Iowa. Agricultor de sexta geração, ele relata que as tensões comerciais entre EUA e China aumentaram a incerteza no setor.
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A China, maior compradora de soja do mundo, não realizou pré-compras da próxima safra americana, algo comum neste período do ano. O país responde, em média, por 61% da soja comercializada no mundo, incluindo mais de um quinto das exportações dos Estados Unidos. “Nesta época do ano, normalmente a China está comprando para entrega no outono. Eles ainda não fizeram isso”, diz Western.
Além do risco de queda nas exportações, os agricultores enfrentam aumento de custos. As tarifas elevam os preços de insumos como fertilizantes, aço e máquinas agrícolas. A fabricante John Deere, por exemplo, registrou queda nas vendas no terceiro trimestre e estima um impacto de US$ 600 milhões no ano devido às tarifas sobre aço e alumínio.
“Se os nossos fornecedores de fertilizantes sofrerem um forte impacto com as tarifas altas, nós vamos sentir os efeitos”, afirma o produtor.
No outro extremo do país, a reação é diferente. Criadores de camarão em Indiana veem as tarifas como um alívio diante da forte concorrência estrangeira. “Ah, elas são fabulosas. Assim que soubemos que entrariam em vigor, fiquei animada”, diz Caroline, produtora local.
Mais de 90% do camarão consumido nos Estados Unidos é importado, principalmente de países como Índia, China, Tailândia e Vietnã. O volume chega a 700 milhões de quilos por ano, movimentando mais de US$ 6 bilhões. Com tarifas de até 50% sobre a Índia, produtores americanos esperam recuperar competitividade.
“Eles não conseguem competir com um produto que custa 7 dólares o quilo”, afirma Caroline, que relata aumento recente nas vendas. “Nos últimos três meses, vendemos quase 300 quilos. Minha estrutura só comporta 250.”
Apesar disso, os produtores defendem não apenas tarifas, mas também o fim de subsídios internacionais que, segundo eles, distorcem o mercado. “Se o custo do camarão importado ficar comparável ao nosso, é bem provável que eu consiga vender meu produto fresco”, diz.
Os Estados Unidos têm cerca de 1,9 milhão de fazendas, responsáveis por uma produção que excede o consumo interno e depende fortemente das exportações. Em 2024, as exportações agrícolas somaram US$ 176 bilhões, após crescimento contínuo ao longo de 25 anos.
Mesmo assim, o ambiente segue desafiador. Mais de 200 fazendas pediram falência no ano passado, alta de 55% em relação ao ano anterior, pressionadas por preços mais baixos, custos elevados e incertezas comerciais.
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Embora o governo Trump tenha aprovado em julho um pacote legislativo que amplia os incentivos agrícolas em cerca de US$ 65 bilhões na próxima década, sendo US$ 59 bilhões destinados a seguros e assistência contra desastres, produtores seguem cautelosos.
“Não seremos capazes de absorver tudo o que cultivamos todos os anos. Seremos bastante dependentes desses mercados internacionais”, diz Western. Para ele, sem acordos comerciais, o impacto será inevitável. “O agricultor americano não vai se beneficiar disso de forma alguma. E as coisas têm que ser logo resolvidas.”
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