“Europa first”: CEOs de tecnologia pedem postura mais incisiva após vitória de Trump
Publicado 18/11/2024 • 14:40 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 18/11/2024 • 14:40 | Atualizado há 6 meses
KEY POINTS
Europa se mobiliza para reduzir a dependência dos EUA.
Reprodução Pixabay.
Executivos do setor de tecnologia na Europa estão pressionando por uma postura mais incisiva dos países do continente para enfrentar o domínio das grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos e reduzir a dependência americana em áreas críticas, como inteligência artificial, após a vitória de Donald Trump nas eleições.
O triunfo do político republicano foi um dos principais temas entre líderes de tecnologia no Web Summit, que ocorreu em Lisboa (Portugal). Muitos participantes demonstraram incerteza em relação ao que esperar do presidente eleito dos EUA, considerando sua imprevisibilidade como um dos principais desafios do momento.
Andy Yen, CEO da Proton, desenvolvedora suíça de VPN, sugeriu que a Europa adote uma abordagem semelhante ao protecionismo americano, priorizando o desenvolvimento local de tecnologia.
“É hora de a Europa se posicionar, ser mais ousada e agressiva. Agora temos um líder nos EUA com postura de ‘América em primeiro lugar’, e nossos líderes europeus deveriam seguir o exemplo com uma política de ‘Europa em primeiro lugar’”, afirmou Yen à CNBC.
Nos últimos anos, a União Europeia (UE) tem liderado iniciativas para conter o domínio de grandes empresas de tecnologia, como Google, Apple, Amazon, Microsoft e Meta, com regulamentações rigorosas e ações legais.
Com a volta de Trump ao poder, surgem preocupações de que a Europa recue em sua abordagem por receio de possíveis retaliações da nova administração americana.
Yen criticou a abordagem globalista da Europa, argumentando que EUA e China têm agido de forma agressiva no cenário tecnológico. “Enquanto a Europa tenta jogar limpo, eles [americanos e chineses] têm jogado de maneira extremamente desleal nos últimos 20 anos, e agora possuem líderes que priorizam apenas seus interesses nacionais”.
Mitchell Baker, ex-CEO da Mozilla Foundation, destacou que regulações como a Lei de Mercados Digitais (DMA) da UE já estão gerando impacto positivo. Ela citou como exemplo o aumento no uso do navegador Firefox após a implementação de uma “tela de escolha” no Android, que permite aos usuários selecionar seus mecanismos de busca.
Outro tema central no Web Summit foi a “soberania em IA” — conceito que defende a localização de infraestruturas críticas de inteligência artificial, garantindo que os sistemas reflitam as culturas, valores e idiomas regionais.
Com empresas como Microsoft dominando ferramentas fundamentais de IA, startups europeias têm enfrentado dificuldades. Christian Kroll, CEO da Ecosia, uma ferramenta de busca muito semelhante ao Google, criticou práticas anticompetitivas, como o aumento nas taxas cobradas pela Microsoft para uso de suas APIs de busca, dificultando a inovação local.
A Lei de IA da União Europeia promete aumentar a transparência e impor restrições a empresas que desenvolvem e utilizam inteligência artificial, impactando diretamente gigantes de tecnologia americanas, principais investidoras no setor.
Com a posse de Trump, pairam dúvidas sobre como o cenário regulatório global será afetado. Shelley McKinley, diretora jurídica do GitHub, destacou que o setor empresarial está preparando diferentes cenários para lidar com as mudanças políticas.
“Nos próximos meses, entenderemos melhor o posicionamento de Trump e, a partir de janeiro, começaremos a ver as primeiras ações de seu governo”, disse McKinley em um painel no evento.
Enquanto isso, líderes europeus reforçam que investir em educação, inovação e infraestrutura tecnológica é essencial para que o continente não fique para trás em um setor cada vez mais competitivo.
Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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