Goodyear quer que seu dirigível seja tão icônico quanto seus pneus
Publicado 08/03/2025 • 14:36 | Atualizado há 19 horas
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Publicado 08/03/2025 • 14:36 | Atualizado há 19 horas
KEY POINTS
O dirigível da Goodyear
Divulgação/Goodyear
O dirigível da Goodyear vende pneus? Essa foi uma das perguntas que o experiente executivo do setor automotivo Mark Stewart fez ao assumir o cargo de CEO da Goodyear Tire & Rubber Co. há pouco mais de um ano, para liderar um plano de transformação da icônica empresa americana.
Há um século, a Goodyear Tire utiliza dirigíveis cheios de hélio — mais de 300 ao longo dos anos — para promover sua marca. Stewart queria garantir que os consumidores associassem os dirigíveis aos produtos e serviços da empresa, o que tem sido feito cada vez mais, especialmente com a celebração dos 100 anos do primeiro dirigível da Goodyear, o Pilgrim, lançado em 1925.
“A resposta é que sim, ele pode vender pneus, e sim, ele vende”, disse Stewart à CNBC em uma entrevista na sede da empresa. “Trata-se de usar um dos nossos ícones de marketing mais poderosos, o dirigível, tanto aqui quanto na Europa, para vender pneus.”
A questão sobre o dirigível foi fácil de responder, mas os outros desafios que Stewart enfrentou desde que assumiu o comando da empresa em janeiro de 2024 são bem mais complexos.
Assim como montadoras e fornecedores do setor, a Goodyear está passando por mudanças rápidas devido a novas tecnologias, aumento da concorrência de países de baixo custo como a China e o ceticismo de investidores sobre a capacidade de uma empresa tradicional se tornar mais eficiente, lucrativa e competitiva.
A resposta da Goodyear às pressões do mercado, que se intensificaram após o fundo ativista Elliott Investment Management adquirir uma participação na empresa em 2023, é o plano “Goodyear Forward”, uma estratégia de transformação de dois anos com prazo final em dezembro.
O plano prevê dobrar a margem de lucro operacional para 10%, reduzir custos e aumentar receitas em US$ 1,5 bilhão, e gerar US$ 2 bilhões com a venda de ativos. Também inclui uma redução da dívida em US$ 1,5 bilhão, descontando aproximadamente US$ 1,1 bilhão em custos de reestruturação.
Para ajudar nesse processo, a empresa está investindo no uso de inteligência artificial e impressão 3D para componentes como sulcos dos pneus, além de utilizar simulação digital para acelerar o desenvolvimento e a produção.
Cerca de metade do caminho foi percorrido, e Stewart afirmou que a Goodyear está adiantada em relação aos marcos estabelecidos, incluindo uma economia extra de US$ 200 milhões. No entanto, investidores seguem céticos devido a incertezas geopolíticas, como tarifas de importação, e dúvidas sobre a sustentação das mudanças.
Stewart acredita que a Goodyear está em um momento de “prova” para os investidores. A empresa reportou cinco trimestres consecutivos de crescimento da margem de lucro e seu melhor desempenho no varejo em mais de 20 anos.
“Estamos executando o plano e melhorando nossa comunicação sobre as vitórias que estamos conquistando com o Goodyear Forward, mudando estruturalmente o nosso negócio”, disse Stewart, cujo pai trabalhou em uma fábrica da Goodyear no Alabama para a marca Dunlop, recentemente vendida pela empresa. “Estamos construindo uma base sólida.”
As ações da Goodyear subiram 17% após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, mas acumulam queda de 30,3% desde o anúncio do plano e 33,4% desde que Stewart assumiu como CEO.
O Elliott Investment Management, que detém cerca de 9% da empresa e conseguiu incluir três diretores no conselho da Goodyear, se recusou a comentar a situação.
A Goodyear está no caminho para cumprir seu plano, mas o sucesso não é garantido. Além de atingir suas metas internas, ainda é incerto como mudanças regulatórias, como possíveis tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, afetarão os negócios da empresa.
Stewart evitou dar detalhes sobre os preparativos da Goodyear para eventuais tarifas de 25% sobre o comércio com Canadá e México, apenas afirmando que a empresa está considerando “todos os cenários”.
A Goodyear, fundada há 127 anos em Akron, Ohio, possui cerca de 68 mil funcionários e opera 53 fábricas em 20 países. As operações na América representam metade das vendas da empresa, com oito fábricas nos EUA, duas no Canadá, duas no México e unidades no Brasil, Chile, Colômbia e Peru.
Além da reestruturação, a Goodyear está focada na expansão do varejo, crescimento do segmento de frotas e parcerias de alto impacto, como o fornecimento de pneus para um modelo da Ferrari — o primeiro lançamento da marca italiana com pneus Goodyear em décadas.
“O Goodyear Forward está se tornando parte do nosso DNA”, disse Stewart. “Agora vamos buscar crescimento agressivo no varejo e nos pneus de alto desempenho.”
O desenvolvimento de pneus evoluiu muito. A Goodyear está expandindo sua linha para incluir pneus de grande porte para SUVs e picapes, como o Tesla Cybertruck e o Cadillac Escalade.
A empresa está investindo em uma instalação em Oklahoma para aumentar a produção em 10 milhões de unidades anuais. Também aposta em simulação digital para reduzir custos e tempo de desenvolvimento, com testes virtuais antes da fabricação física.
“Estamos transformando nossos processos com IA e aprendizado de máquina”, disse Mahesh Kavaturu, diretor de tecnologia da Goodyear.
Apesar dos avanços, investidores ainda esperam para ver se a transformação será duradoura. As ações da Goodyear têm preço-alvo de US$ 11,47, segundo analistas da FactSet. O futuro da empresa, assim como seus dirigíveis, segue em ascensão — mas com desafios pelo caminho.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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