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Cadê a Nvidia? Rivais chinesas roubam a cena em grande evento de IA em Xangai
Publicado 28/07/2025 • 11:56 | Atualizado há 8 horas
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Publicado 28/07/2025 • 11:56 | Atualizado há 8 horas
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CNBC | Evelyn Cheng
A gigante chinesa de telecomunicações Huawei exibiu seus chips Ascend e o sistema para alimentar modelos de inteligência artificial na Conferência Mundial de IA em Xangai em 26 de julho de 2025.
PEQUIM — Menos de duas semanas após a visita de destaque do CEO da Nvidia, Jensen Huang, a Pequim, a ausência da fabricante norte-americana de chips chamou atenção no maior evento de inteligência artificial da China neste ano.
Apesar das novas expectativas de que poderá voltar a vender seus chips H20 — menos avançados — para a China, a Nvidia não teve um estande na Conferência Mundial de IA, que começou no sábado em Xangai. A empresa recusou o pedido de comentário da CNBC.
Em contraste, a rival chinesa da Nvidia, a Huawei, contou com uma grande exibição, focada em seus chips de IA Ascend, logo na entrada do evento. Huang já chamou a Huawei de “uma das empresas de tecnologia mais formidáveis do mundo”, ao mesmo tempo em que alertou que ela poderia substituir a Nvidia na China caso os Estados Unidos mantenham as restrições de exportação a Pequim.
A gigante das telecomunicações apresentou pela primeira vez o hardware de seu sistema de computação que conecta 384 chips Ascend para treinar e operar modelos de IA. A Huawei está promovendo o produto como “Atlas 900 A3 SuperPoD”.
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No início deste ano, a consultoria SemiAnalysis destacou que, embora um chip Ascend possa ser menos potente do que o mais avançado chip Blackwell da Nvidia, uma análise preliminar de um sistema da Huawei — semelhante ao revelado em Xangai — mostra que a empresa chinesa compensa essa diferença utilizando cinco vezes mais chips do que a Nvidia em seu sistema GB200. No entanto, isso tem um custo em eficiência: segundo o relatório, os sistemas da Huawei exigem muito mais energia para operar.
A Huawei está longe de ser a única empresa chinesa na complexa cadeia de suprimentos de chips avançados. Por exemplo, a designer de semicondutores Moore Threads e a startup Yunsilicon também tinham estandes na feira de IA em Xangai.
Dos novos empreendimentos a gigantes como Tencent e Alibaba, muitos expositores demonstraram aplicações de IA em robótica, óculos inteligentes e aplicativos de tradução. De modo geral, houve menos menções à necessidade da Nvidia para alimentar seus produtos.
A empresa chinesa de tecnologia NetEase, por meio da divisão Youdao, exibiu um dispositivo portátil em formato de barra que usa IA para ajudar estudantes a revisar conteúdos, incluindo os de vestibulares.
Atualmente, o dispositivo utiliza IA baseada em nuvem e também IA de “borda” — que opera diretamente no aparelho, segundo Gao Huituan, gerente de produto da área de hardware educacional da Youdao.
Olhando para o futuro, ele afirmou que os novos chips de IA estão se tornando mais eficientes no consumo de energia e capazes de dar suporte a diferentes tipos de produtos.
Enquanto os chips da Nvidia são mais focados em computação na nuvem, “muitos fabricantes de chips nacionais, muito bons, estão trabalhando em dispositivos de borda”, afirmou Gao em mandarim, com tradução da CNBC. “Hoje, todos têm poder computacional relativamente bom.”
A Nvidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo, impulsionada pela demanda por seus chips, que têm sido fundamentais para os avanços recentes em IA generativa.
A empresa precisou suspender as vendas para a China em abril, devido a novas restrições dos Estados Unidos — resultado de um endurecimento progressivo nas regras de exportação nos últimos três anos, voltadas a reduzir as capacidades chinesas em IA. Essas medidas impediram a Nvidia de vender seus chips mais avançados ao país. O chip H20 foi desenvolvido especialmente para o mercado chinês, que Huang estima valer US$ 50 bilhões.
Tesla, Google, Amazon Web Services e Siemens estiveram entre as empresas norte-americanas e europeias com estandes na conferência de IA em Xangai.
A Nvidia teve um estande em Pequim no início deste mês durante uma conferência anual de cadeia de suprimentos, que coincidiu com a terceira visita de Huang à China neste ano e com o anúncio de que os Estados Unidos permitirão que a empresa retome as vendas dos chips H20 ao país.
No entanto, a empresa ainda não informou quando os embarques começarão nem quantos pedidos foram feitos por clientes chineses.
“A Nvidia é referência no desenvolvimento de GPUs para IA no curto e médio prazo, não apenas por causa do H20, mas também por produtos carro-chefe como o GB300”, afirmou Phelix Lee, analista sênior de ações da Morningstar, em nota por e-mail. “O retorno do H20 pode ajudar a Nvidia a se manter como padrão de fato nos sistemas de data center voltados à IA, especialmente enquanto as alternativas domésticas avançam.”
Pequim vem se esforçando para aumentar sua autossuficiência tecnológica diante das restrições dos EUA ao acesso a tecnologias de ponta. No fim de semana, o país deu mais um passo nesse sentido ao tentar promover globalmente seus padrões para inteligência artificial.
O premiê chinês Li Qiang anunciou planos para a criação de uma organização global de cooperação em IA durante seu discurso na cerimônia de abertura do sábado. Segundo a mídia estatal, a sede inicial da entidade deverá ser em Xangai.
O anúncio veio poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgar um plano de ação norte-americano para a IA, que inclui propostas para reduzir o que chamou de viés “woke” nos modelos de IA e apoiar a expansão da tecnologia dos EUA no exterior.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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