Governo de Goiás cria projeto de incentivo a inteligência artificial e quer incluir disciplina nas escolas

O estado de Goiás dá um passo importante no estímulo ao desenvolvimento de tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial (IA). O governador encaminhou à Assembleia Legislativa o projeto de lei que institui a Política Estadual de Fomento à Inovação em IA.

“Não vamos perder tempo. Enquanto o governo federal ainda debate caminhos, Goiás está saindo na frente. Estamos trabalhando para consolidar nosso estado como um polo nacional e internacional de Inteligência Artificial”, afirmou Caiado.

A iniciativa prevê apoio técnico e financeiro a programas voltados para áreas estratégicas como agronegócio, indústria 4.0 e saúde. Além disso, universidades, centros de pesquisa e startups também serão beneficiados com infraestrutura digital compartilhada, segurança jurídica e um ambiente propício à inovação.

“O projeto garante apoio técnico e financeiro a universidades, centros de pesquisa, startups. Teremos infraestrutura digital compartilhada, segurança jurídica e um ambiente propício para que as melhores ideias floresçam”, destacou o governador.

IA no currículo escolar

Entre os itens da proposta está a inclusão de disciplinas de inteligência artificial no currículo das escolas estaduais. O projeto também prevê parcerias com o Sistema S para a formação de profissionais especializados. Na capital, Goiânia, onde já funciona o Hub Goiás — espaço de apoio a startups e negócios de base tecnológica — será criado um Centro Estadual de Computação Aberta e IA, com modernos data centers sustentáveis.

Para estimular a criatividade e premiar soluções inovadoras, o governo estadual vai lançar o Prêmio Anual Goiás Aberto para Inteligência Artificial. Outra medida será a criação de um ambiente controlado para experimentação de novas tecnologias. No serviço público, a meta é adotar softwares abertos, otimizando processos e reduzindo a burocracia.

De acordo com Caiado, o foco central da política é atender diretamente a população. “Nosso foco é o cidadão. Na educação, vamos preparar nossos jovens para o futuro. Na saúde, vamos usar a inteligência artificial para melhorar a gestão hospitalar. No agro, vamos buscar as tecnologias mais avançadas para aumentar a produtividade e a sustentabilidade”, completou.

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Diferenças e referências

A elaboração do projeto levou cerca de um ano e contou com a participação de empresas, universidades e especialistas renomados. Um dos consultados foi o professor e pesquisador Ronaldo Lemos, conhecido pela atuação na criação do Marco Civil da Internet. Ele destacou que a proposta goiana supera o projeto federal atualmente em tramitação no Congresso, ao ir além da mitigação de riscos. Segundo ele, o texto nacional “apenas protege o Brasil dos riscos advindos da tecnologia, sem incentivo específico à IA aberta ou integração ao sistema educacional”.

De 2019 a 2024, Goiás investiu R$ 689,7 milhões em ciência, tecnologia e inovação, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeg). Entre as iniciativas já implantadas estão o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), e o Hub Goiás, lançado em 2023.

O Ceia, considerado referência em IA na América Latina, abriga o primeiro Centro de Competências em Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais (AKCIT) do país. Com mais de R$ 300 milhões em investimentos captados, oferece soluções para órgãos públicos, empresas privadas e entidades internacionais. Já o Hub Goiás, primeiro centro público de excelência em empreendedorismo inovador do Centro-Oeste, apoiou a criação e aceleração de 160 startups e empresas de base tecnológica, consolidando-se como um dos maiores distritos de inovação do Brasil.

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Raphael Panaro

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